terça-feira, 18 de junho de 2024

Summer rain


When the warmth caresses my skin the droplet wets it and I breathe. A renewed feeling of the old stillness, refreshed from my coma. I left my heart somewhere in an old bridge by the sunset. I kept the memory. I kept going - all I wanted was to stay. I stayed to watch the train leave and there the summer rain drops on my face. I smile. A new feeling never running old. But fear still creeps at my back. 

What if old wounds come back? - I tear at the skin. No tears found.


- Let's forever stay. - She whispers and I break inside. A sly touch of hope from between the clouds where the sun shines and this space that is ours seems to last.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Uma bolha só nossa


Levo uma vida de ti. Sinto-me a escorregar do fragmento da vivência que somos. Há mais perguntas que respostas e a neblina posta a nu pelos candeeiros da rua não é a única dúvida no ar. Dou-me de mim mais do que aprendi a dar e mesmo isso sinto não ser suficiente. Caminho contigo passeios batidos em cores de inverno, olhando não para o amanhã, recusando a hora seguinte, antecipando despedida. Aí ver-me-ás derrotado perante as pedras que montaram a nossa existência, ver-me-ás vergado perante a conivência do destino perante a nossa luta para o contrariar. Se o tempo é imparcial e a espaços apenas mais uma bolha em que existimos isolados em quartos escuros e janelas espelhadas ao conhecimento de estranhos então é de cruel existência. 

Por agora sinto que a pergunta não é se, mas quando. Não quero pensar nisso. Não quero ver o avião descolar. Cada conversa do amanhã é mais uma faca. Vejo ossos de edifícios e pergunto-me como se aguenta a estrutura, penso como isso se aplica a nós e fujo. É muito difícil explicar nas longas horas da noite em que o Sol ameaça espreitar, horas em que o sono luta por me conquistar, como existimos e onde vai a nossa sinergia acabar. Então desligo. Não tenho de explicar se apenas apreciar existir. Mas vendo essa existência como frágil, fugaz, mais difícil se torna o sono. Existo na escuridão com a ansiedade ao lado, procurando viver em pesadelos, vendo-os como mais fáceis de aceitar do que nós. Não sei dormir sem um amanhã.

Concluo que somos um delito. Somos uma falha existencial de planos falhados e caminhos procurados à força na pressa de aproveitar as horas ao sol. Passamos tanto tempo a fugir sem ninguém nos perseguir a não ser a nossa consciência do caminho que percorremos. Estamos em terras geladas com luzes encadeadas pelo próprio brilho. Não quero olhar. Mas sinto o peso da obrigação de olhar em frente e tomar uma decisão perante uma bifurcação. E pesa cada vez mais em mim. 

O sono teima em vir. Prefiro os pesadelos ao sonho de ti.


Vulkan - Blinding Ornaments

terça-feira, 26 de julho de 2022

Contra-o-tempo

Corremos contra o tempo,
Vemos o avião voar e a esperança a escorraçar
O que foi dito e contido em horas do desmentido.

Fomos um contratempo,
Um entretém no vai não vem do bafo do Verão,
Uma fonte de lazer dilacerada e deliciada no âmago do prazer.

Já dizia o velho do Restelo,
Que acreditava no insucesso em tudo de excesso,
Que navegávamos vaidade ao sabor da nossa leviandade.

Que drama mais belo,
Viver e crescer, aproveitar e no fim chorar
A simbiose de nós em tão curta dose.

sábado, 17 de abril de 2021

Conto fantasmas


Começo a contar fantasmas,

Já nem consigo dormir.
Há memórias vivas perto de mim,
Pesos invisíveis nas pernas
Que ainda no ano passado eram almofadas.

Deito-me agora sem ti
E a cama parece mais fria assim.
O sono foge-me e o silêncio corta
O ar que respiro e a memória morta.
A lágrima escondida atrás do olho
Resiste a sair e fica de molho
À espera talvez das palavras certas
Para descrever a falta que me despertas.
Começo a acumular fantasmas
Por cima desta culpa já velha amiga.
Faço-me acreditar funcional
Mas na verdade estou mal.
Custa-me falar, quero contar
Todas as sílabas de teu ronronar
Ou a gentileza do teu olhar
Longe agora da cadeira vazia.
Mantenho a tua ausência
Desconto a carência,
A noite já vai para lá de tarde
E restringir-me já me arde
Nas pestanas pesadas
Destas noites mal passadas.
Repito que te amo e digo-te adeus
Em braços que foram sempre pousos teus.

 

Puscifer - Horizons 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

War of mind

Of all things dark we should expect nothing but peace,
For in the dark we're all the same, envy and greed forgotten.
Of all things in the light we see in others what we wish for ourselves
We live and feed of them, as such hate is bred.

Of memories past shame comes to mind.
If anything at all was valued at such times
It is now nothing but a mirage in hindsight,
Seen in big screens with bright colours and multiple lines.

Blindfolded we are true,
For what we do not see can do us no harm
And no harm shall come to it
By our hands, with our blood, with our war of mind.

Blind we should walk
Choosing to trust, choosing to love,
Refusing hate as we cannot pay its price,
Refusing greed as there is not enough for all.
 
Deaf we are to words of wisdom,
More than ever pushing our agendas,
Fighting freedom with tyranny, 
As was before shall be again - war.

domingo, 3 de janeiro de 2021

O meu coração tem um fundo e é lá que ela está - refugiada. 

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

In a memory

Boy smiling at the sea
What is it in your memory?
What's that you see in this fog
Looming over this city?
Did you have all you sought,
All that others thought
That you had lost?
Do you smile for a chance
Or some long lost love?
Have you really lived since?
Upon this cravice you look
And you breathe and you smile
And remember all time took
And not once do you brood,
Not once do you feed your guile.
Now, boy, do you stay forever
In that shadow of a dream,
Now, boy, do you remember
The waves that brought the seam
In that foggy morning she went away.

terça-feira, 25 de junho de 2019

Sui

Hey. This is me. Something more than just thought, more than mere flesh, a brain evolving, actions regretted and pride forsaken to be later regained. More than a fight, a battle to be won, a will to be broken. I've struggled in the past. For fuck's sake, there are still days of struggle and nights where I think that a drink or ten are the right choice. But the will remains unbroken. I am a better man than before. I've fought this far. I'll be far better in the future. I've found myself, even if the days seem like an endless war, even if I have to change my urges. I forgo of my violence - nay, I'm keeping it hidden, it'll come at the right time for the right reason - in favour of reason and tactic. I'm starting to feel good about it too. It'll be worth it in the end. So I fight. I'm something more now. Something I've been trying to be for some years now. Who are you?

Rishloo - Just a Ride

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Centuries fallen

Mother, these centenary walls have fallen,
Mother, these blackened stones have burnt,
Once white full of pride, standing tall,
Great knowledge contained, now lost to all,
What a waste these fools let happen.

Mother, we have lost everything,
We gave it our best and still lost,
We burnt the trees, we burnt the planet,
Let life dwindle, everything gone to waste,
The skies burn bright tonight.

Such a waste, such a loss, everything no one knew,
No more old scrolls to be kept safe,
No more dust from pages centuries old,
You've spoken enough, no one to hear you tomorrow,
You're not on a screen, one could hardly believe.


https://www.nationalgeographic.com/science/2018/09/news-museu-nacional-fire-rio-de-janeiro-natural-history/ 

domingo, 18 de março de 2018

Move on

Could be, if one were to be drowned, one's last wish would be to feel the Sun on the skin again. Could be, if you could just wish it, that you could feel that peace of mind again. You could work for it, swim towards the surface, struggle to feel alive, could be that you might just get it. For me it could be to feel without feeling. I wish not to be bothered by the disappointment of having hopes for the wrong person again, but still maintain the dream to find someone real again. Right now it's difficult to have the second one without the first. However, it's far more simpler to just ignore the disappointment and go on as a cynic. It's not who I want to be, however. For now I'll just keep to myself, quiet and aloof. It's the best way to move on.