sábado, 17 de abril de 2021

Conto fantasmas


Começo a contar fantasmas,

Já nem consigo dormir.
Há memórias vivas perto de mim,
Pesos invisíveis nas pernas
Que ainda no ano passado eram almofadas.

Deito-me agora sem ti
E a cama parece mais fria assim.
O sono foge-me e o silêncio corta
O ar que respiro e a memória morta.
A lágrima escondida atrás do olho
Resiste a sair e fica de molho
À espera talvez das palavras certas
Para descrever a falta que me despertas.
Começo a acumular fantasmas
Por cima desta culpa já velha amiga.
Faço-me acreditar funcional
Mas na verdade estou mal.
Custa-me falar, quero contar
Todas as sílabas de teu ronronar
Ou a gentileza do teu olhar
Longe agora da cadeira vazia.
Mantenho a tua ausência
Desconto a carência,
A noite já vai para lá de tarde
E restringir-me já me arde
Nas pestanas pesadas
Destas noites mal passadas.
Repito que te amo e digo-te adeus
Em braços que foram sempre pousos teus.

 

Puscifer - Horizons 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

War of mind

Of all things dark we should expect nothing but peace,
For in the dark we're all the same, envy and greed forgotten.
Of all things in the light we see in others what we wish for ourselves
We live and feed of them, as such hate is bred.

Of memories past shame comes to mind.
If anything at all was valued at such times
It is now nothing but a mirage in hindsight,
Seen in big screens with bright colours and multiple lines.

Blindfolded we are true,
For what we do not see can do us no harm
And no harm shall come to it
By our hands, with our blood, with our war of mind.

Blind we should walk
Choosing to trust, choosing to love,
Refusing hate as we cannot pay its price,
Refusing greed as there is not enough for all.
 
Deaf we are to words of wisdom,
More than ever pushing our agendas,
Fighting freedom with tyranny, 
As was before shall be again - war.

domingo, 3 de janeiro de 2021

O meu coração tem um fundo e é lá que ela está - refugiada.