domingo, 27 de fevereiro de 2011

A last letter

Even I drown in hope of a new dawn in this desolated hill. I remember all the laughter and I cherish every memory but the truth is that all is grey and old, dying, rotting, just like us on the inside, just as our connection did, after he left. Beneath this tree, dark, falling apart, where only ravens stop to check for dead, I look over the town, with my hands shaking and a tear in my eye. Far away, the horizon mocks us, never allowing a glimpse of a new born life, a glance of hope to humanity. The sky is beyond our reach.
It seems unfair but when you put all of it together, when you really think about it, it makes sense. Secret societies plotting against their own, thinking themselves greater than others for their money and power. But what power is real power, is it destroying human lives, is it controlling human nature, stopping progress in society? Every failed attempt to live freely on this planet was schemed, planned before we were born. Now their all dead, in their own way, savages looking for flesh to replace their own. In the end, no money saved them, no power could hold it back, this disease that fell upon us and turned us into beasts. Maybe it didn't turn us, it just revealed them to us.
Beasts we were all along, dancing in a masquerade of inner demons, obsessing over little thing, interpreting what it wasn't there to interpret and ignoring that Nature, it all it's beauty and grace, was the real deity, was our goal in life. What existence has meaning if we continue to destroy what gave us birth, an opportunity to shine, to be a star? We've come too far and ruined too much to give a path to this being. I hear them coming, they've smelled my last whisper, I'll leave this conscience of mine and join them, not really dead, not really alive. I'll rot with this tree for the sins of humanity.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Silhueta

A tua natureza é inconfundível e o teu perfume irresistível. Eu cedo e desapareço para um mundo que enaltece a tua beleza e que apaga tudo o resto à tua volta. Por onde caminhas, são terras banhadas em ouro, são caminhos sagrados que não ouso sujar com a minha mente limitada. O ar que respiras, o chão que pisas, tudo isso desejo ser eu, para estar dentro de ti. Todos os segredos que a tua escuridão interior guarda, toda a maldade que o mundo me atira com o vento, nada disto se compara à tranquilidade que me dá a tua nudez, a quanto me preenche as vontades o teu corpo a mexer-se, a chamar-me, a seduzir-me. Puxar-te para mais perto de mim, ouvir-te gemer, controlar-te e deixar-me ir, perder-me mais profundamente, com o coração a bater cada vez mais depressa, tudo isto eu sonho. E acordo, suado, foi tudo uma visão...

Oceano II


A fé está a escoar em terras de ninguém. Eles são todos reflexos dos mesmos céus, os mesmo tons de azul. Mas tu és diferente. Certo? Tu não te defines por aquilo que está em cima de ti mas sim pelas experiências que passas, por todos os obstáculos contra quais foste. Se é que sabes quem és, o que fazes, o que significas para alguém. És incompleto, naturalmente, todos somos. Mas há rios que desaguam em ti, plantas e animais que crescem dentro de ti, das profundezas do teu ser. Por mais escuro que seja lá, não és um espelho do que os outros fazem de ti. Por isso és profundo, apesar da tua superfície transparente. Não te deixas afundar em poços sem fundo de filósofos de rua.
És a individualidade que vai crescendo na colectividade da sociedade submergida em ti, envergonhado do que possuis, invejando as coisas que passam por ti sem as conseguires agarrar firmemente. E o tempo desdenha, a sociedade é crescente e poderosa, cardumes de peixes a escaparem à morte por cada mergulho de gaivotas vindo dos céus acima, a dualidade do teu ser a transfigurar-se para um triângulo finito. Mergulhas no seu espaço reduzido, tentas limar as suas arestas mas não passa tudo de uma máscara, envergonhas-te novamente com a tua tentativa falhada de ser. Quando estiveres mais deprimido lembra-te, há plantas e animais a viver dentro de ti, a nascer, crescer, a caçar e a morrer dentro de ti. Não és o único oceano neste planeta mas és único se não te deixares reflectir por infinitos repetidos por outros.
A chuva é injusta se te deixares arrastar pelas sua tendências. E podes berrar ao vento as palavras que sentes que te prendem e afundam mais mas se não as sentires, como as podes realmente ilustrar? Se não sentes, podes fazer acreditar que amas? Convence-te de que um mar calmo é mais perigoso do que uma tempestade a meio do Inverno e atira-te às rochas sem pensar duas vezes. Porque não há pessoas no areal com quem podes conversar e assim te sentes solitário. Agarra as mãos de quem as quiser emprestar e conquista finalmente a tua própria verdade. Se passares a tua vida a correr e a mentir, a outros e a ti próprio, não serás feliz, serás um reflexo do meu Universo. E aí é que te tornas uma verdadeira ribeira, iludida de que um dia tiveste uma maior existência do que os teus limites. Despenha-te contra as rochas e desagua algures onde te possas afundar na sinistralidade do teu embaraço.

Oceano I

Imagina que és um oceano. Eterno, profundo, obscuro. Conheces melhor do mundo do que o mundo te conhece a ti. Estás um pouco por todo o lado. O horizonte nem teu vizinho é, faz parte da mesma casa que tu, é teu irmão. Imagina as ondas que se vão abater nas areias. São dias, anos, séculos a passarem, mas tu mantens-te. Porquê? Porque tu és tudo. És os anos, o teu próprio tempo, controlas a tua vida, sempre observado na noite pela Lua. Conforme for a tua vontade, todos os que vivem dentro de ti obedecem-te. E a areia? A areia é o suicídio do teu aborrecimento, da tua ignorância. As ondas se despenharem contra a praia são reflexo da experiência que adquires.
E por isso não apressas a tua existência. Estás sempre dependente de outrem. Não interessa a estação do ano, se o Sol brilha forte sobre ti ou se a chuva te alimenta o ego. Serias fraco se não tivesses rochas contra as quais te debater, serias obsoleto se não tivesses a areia para molhar. Não que já não tenhas tudo isso dentro de ti. Tu tens, mais do que qualquer outra pessoa poderia existir. E nessas areias escreves a tua história, apagas e voltas a escrever. E nessas rochas confessas amores que não te foram correspondidos, feridas antigas, cicatrizes que te fizeram chorar e sangrar. Mas isso são tudo peças de um puzzle que vai demorar muito tempo a completar. Por isso continuas, noite atrás de noite, a dançar ao ritmo da Lua, a ouvir a melodia das gaivotas enquanto elas voam à procura de peixe dentro de ti.
Tens rios que desaguam em ti, que te completam. Afinal de contas a chuva não é o suficiente para encher as tuas largas proporções. E como ninguém sabe ao certo o passado distante e por isso eu pergunto-te, já foste tu próprio um lago, uma ribeira, um rio? Tudo antes de seres oceano. Antes de te servires a ti, já serviste outros? Seria de uma ingenuidade e egoísmo enorme pensar que não. Se calhar lembras-te da tua infância, ao contrário de mim. Ou se calhar não te queres lembrar, igual a mim. Porque depois brilhavas menos exposto ao Sol. As tuas ondas seriam menores. Não arriscavas nadar em novas terras, descobrir novos horizontes, ter novos irmãos. Mas tudo isso não interessa agora. É tarde na noite e já marcaste areias suficientes. À luz do luar tranquilizas-te, abraçando um velho amigo, o sono.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

24 horas

Para a minha amiga Mónica:

Ela mantém a chama acesa, até nas mais profundas noites, onde o vento chama e o frio conquista a última muralha do coração abandonado. Maltratada por palavras nunca ditas, ela encontra um caminho e continua o sonho. Os olhos de um azul profundo, como uma piscina vazia numa tarde de Verão a invocar a diversão e relaxamento que as férias trazem, e de uma perseverança ardente, vagueando pela vida procurando razão e intenção, mesmo sem alguém a segurar-lhe o braço, ela dorme na sua cama sozinha, sonhando do que ainda não viveu ainda.
Acorda ao raiar do primeiro Sol, ainda nem os galos cantam. Levanta-se e sorri do sonho passado, agarrando-se a essa memória como se fosse a vida que teve. Se a vida tivesse maneira de ser, um manual de instruções de como a viver, talvez ela tivesse conseguido viver o sonhos e esta vida seria o seu pesadelo. Mas continua. Porque há mais nesta vida do que a limitada exposição de orquídeas. Há uma montanha completa que é preenchida por rosas, malmequeres e margaridas. Então ela enche o peito de coragem e sai de casa, enfrentando a tempestade lá fora que promete levar-lhe a casa.
"O copo está meio vazio" - pensa ela na penosa viagem para o trabalho. Transportada por máquinas e tecnologias que lhe escapam à imaginação, ela concentra-se na música que lhe satisfaz os ouvidos e nem nota nos olhos que se fixaram nela. Um jovem alto, loiro e de olhos azuis, fascinou-se por ela e ela nem suspeita da sua existência. Corajoso rapaz, caminha em frente para enfrentar o leão, dominar a fera. Entre sorrisos e elogios é deixada a promessa de um encontro mais tarde, para continuar a conversa que deixaram ali. O dia progride e o trabalho começa mas ela é incapaz de se concentrar, de se sossegar, não pára de pensar no rapaz. Então horas de trabalho definham tão lentamente que quase parecem dias, meses, anos. Finalmente o tempo foi espremido ao máximo e o posto de trabalho ficou desocupado. Ela deixou aquela cadeira e secretária no escuro e com um sorriso dirige-se ao seu encontro. Senta-se numa mesa perto do balcão, virada para entrada. Diz que espera um amigo, não pede a bebida já. As horas passam e a noite cai, posta de lado e sentido-se traída, sai do bar e dirige-se para casa, para o calor dos lençóis e o conforto dos sonhos, onde a vida lhe corre como quer. As lágrimas mancham-lhe os olhos e o peso da vida é quase demasiado para aguentar. Enrola-se mais nos lençóis e nos desejos, perdida. Desperta novamente com dois pequenos braços à sua volta. É a sua filha perguntando porque está a chorar. Então ela limpa os olhos e dizer que não é nada. Agarra a filha perto de si e pensa: "Afinal o copo está meio cheio".

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Vicissitudes modernas

Nobre acto de fugir, escapar a esta realidade que tanto frio oferece, ainda em noites de Verão. Recusando-me abandonar o Inverno da minha juventude, talvez porque não estou preparado para avançar para a Primavera, sento-me nesta pedra, contemplando os sons misteriosos do rio, o que eles deixam para trás, o que murmuram na sua críptica linguagem. Sozinho, olhando para o profundo azul que não deixa rasto de reflexo, perco-me nas memórias dos tempos desperdiçados. Ridícula, dolorosa esta melancolia. Falsa, esta perplexidade que me pára nesta estrada coberta de folhas. Vis sombras, mostrem a vossa força, agarrem-me pelos braços e arrastem-me para o vosso doce regaço onde poderei adormecer fora de desconfianças, tristezas e dor.
Astuta Fortuna que me coroa com misteriosos caminhos, que se apresenta perante mim com olhos de diamante que me observam à distância com medo, repúdio e estranheza. E as palavras não lhe chegam, são levadas pelo vento para longe, algures onde os corvos cantam e a escuridão permanece no seu frio trono de metal. Algures onde o Sol não nasce e o Seu calor não arrasta para fora da cama o conforto e a segurança que A permitem abrir os braços e agarrar-me como eu achei que me poderia agarrar tempos antes. Mas não caio em desespero, como dizem, há uma luz no túnel. Excepto que este túnel tem um tecto feito de estalactites e chão composto de lama que se afunda. A única coisa a agarrar são as paredes habitadas por serpentes e mentirosos. No veneno delas encontro os meus amigos, pela sua honestidade e bravura.
Caio em isolamento. Perdida a esperança, os ventos soprando selvagem, os trovões a rugirem em fúrias nos céus e a chuva a dominar a terra e a transformar as poças de sangue em poças de lama, conservo a minha verdade em bocados de dignidade e orgulho. As forças que me empurram para continuar são os pedaços de vaidade que vêm e vão, conforme as estações que me tocam na mente. Carrego o peso da minha liberdade em mãos que não são minhas, mãos que por vezes rejeito. Ouro e prata são a imagem do que a minha vaidade me ofereceu, do que as minhas verdades conquistaram até agora. E nada mais do que um baú vazio abro agora, tímido e modesto, quase caído nas mãos do esquecimento. Algo que sempre ofereci com a esperança que o completassem, para ser sempre oferecido de volta mais usado, gasto que sempre.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Animals of Equilibrium

Wolves

We dwell on the streets with no name, never alone, never assured that the hand on our shoulder is friendly. Every time the Sun falls and the Moon carries it's weight throughout the night we feel a burden, a rejection of your human soul that comes from far away. We then fear that the end draws nigh. Contemplating and rejoicing upon the vicissitudes that our life brought around since we were born and now mourn with this new declivity that brims over conjunct perpetual memories. The shame gave us this masks, the pride gave us the strength and the bloodthirst came from the Moon, our enlightened leader. We are wolves that refuse to fall into hands of tyrants. We are the guardians of the unbound forests.

Ravens

We carry the skies of black. We chant the mastery of the shadows, the unfathomable target of our existence. As the signs of impending doom, we are viewed as plague on three branches that exist to feed upon what human ravage. But we aren't more that couriers of our lord Death, we are mere tools on the cycle of existence, the equilibrium in which this Universe was built. We do not resent our fate, we have come to terms with it. We've resign ourselves with the names that we're given and the fear that humans have of us. We are the morality of the darkest side of the balance, we are the songbirds of Death, followers of the primal rule of life: receive life, take life and be taken from life. We are ravens that shall conquer all darkened branches in the late night.

Owls

We vision your world, overruled by our intelligence. All we see and hear, we do not tell. We are passive in our existence, we take no side, nor the white, nor the dark. But we observe, never shutting our eyes to the cruelty of humans and how both sides fight to correct the stream of life. Scarce is this life yet continuously every living being kills for the utmost outrageous, ridiculous reason. All the blood shed in the concrete ground is wasted. If the blood were tears and the tears blood, the forests would have grown abundant for both sides to live in coexistence and life would be more that greed and a race. We have shame upon all of those that walk this Earth and taint it with such despicable behaviour.We are the judges of what came before and what's to come, ruling every tyrant guilt and every free soul a passage to Summerland. An owl's eye is worth a lifetime of existence.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Autumn's Child Gaze

I'm a shroud of innocence tainted in blood falling from the skies. Everything above us is a lie, if man continues to chose to close his eyes to the maledictions of tyrants, every evil will rise and conquer the streets in which we walk. Pursuing the evil bedlam that dictates the order of the streets, we claim the shadows as part of our souls, in a closed room with white walls screaming at us: "Fools, murderers, you will control the world no more!" We've fallen so low that we can't see the light, unable to grasp the Summer warmth that we held so dear.
A veil soars through the skies with butterflies, holding hands with wind, whispering memories so dear to me that cut the present into oblivion. I travel to another world, anxiously waiting another version of what came before, to mend what went wrong and to write a new future. But I can't withhold my pain when I see your portrait in my window, your face of despair looking for salvation in the Spring in which you left me. Achromatic world that surrounds my room, let the walls fall on me, despair when I see myself in the mirror, stop showing me my loneliness, I've worn out all my fake, forced smiles.
In blaze, the threes around me, wind of Winter cutting the skin, washing away the tears. In this moor that I've dared to step upon, unknowing if I was worth of it's monochromatic display, I plant a seed of hope by the lake man has created to attempt redemption before the walls that scream louder day by day, blunt in their mission, deadly in my worn out, torn soul. If I am bold enough to touch her skin then maybe she'll be merciful enough to end my dreams and send me back to where I belong, wherever that infamous parlour dwells in the night. A crystallized rose I offer to you, with all the thorns in my heart...