sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

All words lost

I could get lost in her eyes. A thousand times or more, forever in this desperate circle. But she seems so distant, sad with diamond eyes that close her soul within, protecting her from any harm. I tried to reach her, to grab her hand and take her far away. We walked and walked, got lost in the streets. We laugh, cried, shed every drop of rain left in us but we were unable to light the fire, to establish a connection. What we missed, I don't know. But I still feel more lost without her, alone, helpless. I want to know, can she tell me, is the silence enough? Or is our surface all that we can show each other? Strong hearts with scars and chains from the past that never seem to go away. And the more I think about it, the more baffled I get. Her smile fills what her touch lacks, her beauty is the white to the black that my thoughts are. But I can't tell if I'm chasing a ghost, something that wasn't meant to be.
So much left to be said but this time I'll spend thinking of her smile, the melody in her voice and trying to understand why I couldn't think around her, why I needed so desperately to have her there, beside me. Continuing to fade in this spiral, the only truth that I still find is how wished her to touch me, to be with me. And this silence that seems so dear to me, uplifting this hole that I find inside, left by her, has now become an enemy. Crushing me, taking me to fields of longing that I always wrote but so rarely felt.
I can't predict what the future will bring, can't read her mind to know if she wants to see me again. I get nervous at the thought of seeing her again, I get weak wondering if she thinks of me at all. And I'm too afraid to ask and get dismissed to the streets again. I don't recall feeling this. So much to be said and yet I wonder, is there any chemistry between us?

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A question from all the years gone

It's a question imposed to all the years that have come and gone, to all the poets that swam across the seas, walked new lands and conquered new countries of words, to all the generations that came after them and to those that will come after I'm long gone. It's not a sign of shame or weakness, it's not a proof of intellectual superiority or power. It's just the logic of the human being. Why are we here? What is the purpose? And what will happen next? Who am I?

Relatório de sobrevivência

Aqui a vingança é um sinal de boas vindas. A tolerância é sinal de fraqueza, a força é o equivalente à inteligência no teu mundo. Somos homens que se recusam a admitir sentimentos enquanto guiados por sentimentos. Somos cegos à paz e abraçamos conflito. Caminhamos rumo à destruição e prendemos a alma à guerra que tanto amamos. Queimamos os campos juntamente com os corpos dos mais fracos, aqui a lei do mais forte reina. Corpos drenados do seu sangue e do seu orgulho, cobertos de vergonha pela sua fraqueza, lentidão ou medo, eles são os tiranos dos pavimentos, dominando o asfalto. Cada olhar para os seus olhos é um abismo e um momento mais tarde para fugir. E então vemos o que eles realmente são, irmãos na queda. A partir desta morte só podemos subir, o Inferno é isto, sangue, fogo e guerra.
Somos sanguinários que cheiram o desespero, que conquistam cada pedaço de terreno à medida que caminham, com cada tiro disparado, com cada ferimento tapado com ligaduras feitas à pressa. As ruas estão pintadas de vermelho, as paredes estão pintadas de vermelho, se calhar são os meus olhos que já só vêm vermelho, depois de tantos irmãos de armas caídos aos meus pés, tantas almas libertadas destas prisões raivosas e assassinas. Julguei-me perdido. Julguei-me louco, assassino e condenado. Para mim o céu era uma armadilha, olhava umas vez e puf! estava morto. Por isso sempre olhei para o chão, sempre escondido, recolhido, fugindo de cada olhar porque cada olhar é mais uma guerra e mais uma facada no meu espírito. Tentava prevalecer dia e noite embrulhado num manto de solidão. Porque aqui não fazes amigos. Aqui amigos são os que não te matam no primeiro segundo. Aqui amigos são os que prevalecem. Muitos já eu enterrei achando que me significavam algo. Mas enterrei porque senão seria eu a estar naquela cova e eles a olharem para mim de onde eu lhes olho agora. Estou na barreira da sanidade, lutando por permanecer por cá.
Este lado da fronteira não tem luz. À muito que o Sol se recolheu e não voltou a brilhar, a Lua nem se ousou a aparecer. Vivemos na escuridão, imersos em constante vigilância. Dormimos de olhos abertos e estamos acordados com os olhos fechados. Porque há muitos loucos por aqui que não respeitam os sonhos dos outros e outros que simplesmente se acham mais por ainda conseguirem abrir os olhos. Até que não o conseguem. Até que os fecham como qualquer outro, como aqueles irmãos que decoram as ruas. São aterradores, estes loucos. Não porque matam sem dormir e bebem sem descansar mas sim porque não têm medo de morrer. De facto, creio eu, até anseiam a morte. Posso ser um tolo mas acredito que cada um de nós quer passar para esse lado da fronteira. Posso ser não, sou um tolo. Sou um tolo porque sonho um dia fechar os olhos descansado e abri-los no teu regaço, ver-te com um sorriso na face e uns olhos esperançosos. Mas sou um tolo apenas cinco segundos do meu dia. Mais que isso e só te vejo na próxima vida.
Não posso perder mais tempo aqui, Hades caminha as ruas novamente, vou embarcar em mais uma viajem ao submundo. Até esta ou a próxima vida, meu amor.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Cidade

Não me podes manter aqui. Porque eu não sei como vai ser o amanhã. Às vezes necessito de fugir, de escapar a esta realidade que sufoca. Por vezes até eu preciso de mudança de ares. Porque não consigo estar parado no mesmo sítio eternamente, à espera de algo que pode nem vir. E tu sabes que é provável que não venha. Sinto isso especialmente nos ossos quando as noites são geladas e tu não me diriges uma palavra. Não sei, a noite não perdoa a indecisão, só te empurra para a frente. Lembra-te que amanhã será um novo dia ao qual chamarás hoje e a história que escreves hoje será lida por outros como o ontem. As nossas vidas não são iguais, nem os nossos pensamentos, nem as nossas almas. Não estamos sincronizados nem sei se o queremos estar. Não importa de qualquer forma, o tempo é errado. Ultimamente o tempo parece sempre ser errado. E talvez o tenha sido sempre, eu é que posso não ter notado, tão concentrado em mim próprio, tão refugiado no que sou. E por isso é que fujo muitas vezes. Não é um problema, é simplesmente um facto da vida com o qual aprendi a lidar. Gostava que o aceitasses, que o tomasses como parte de mim e que me acenasses com um sorriso na cara e uma lágrima no canto do olho quando me vires a avançar, seja em direcção a uma escuridão mais intensa ou a uma luz profunda.
Descobre aquelas partes de mim que não me atrevo a revelar. Enfrenta o monstro interior que me tem preso a mim próprio. Derrota-o. Mas não o mates. Não o mates porque estarias a matar-me ao mesmo tempo. E aí tudo o que conhecerias de mim já não existiria, já seria um cd riscado do ontem. E não me tentes ler como um livro ou compreender todas as palavras que digo. Parte da solução para o problema é não saber que o problema vem mas conseguir lidar com ele à mesma. Vem até mim, luta por mim como eu tentei mudar por ti. Não será uma luta muito complicada porque eu nem tentei assim tanto. Até o facto de ter tentado mudar me está a incomodar neste momento. Não é justo de todo, eu sei. Mas vivemos em andares diferentes. Nem sei se somos do mesmo prédio, o meu elevador só desce, recusa-se a descer. É o contrário do meu ego, só sobe, não sabe descer. Sei que independentemente de vivermos na mesma cidade, a minha vista é diferente da minha. Tu vês o rio à distância que te convida gentilmente para um passeio no Verão. Eu vejo a mesma enfadonha rua, com as mesmas pessoas a fazerem a mesma rotina, zombies servos do seu próprio destino. E o céu é cinzento para mim. Até o próprio cheiro da cidade está tão entranhado na minha pele que já nem sei o que é exactamente. Talvez um dia me possas dizer qual o cheiro do mar. Mas não vou esperar por isso aqui. Amanhã mudarei de cidade, se quiseres saber, estará um novo vizinho a olhar para ti em breve. E talvez aí me tentes dirigir a palavra. Mas as noites de Verão são quentes e eu estarei a vaguear por aí à procura de uma nova cidade para admirar. Então o vento não passará de uma leve brisa que nem um suspiro consegue carregar, as tuas palavras não chegaram a mim.
Sorri. Sorri porque fui eu que te pedi. Aproveita o teu horizonte porque se o tens, fizeste por o merecer. Não sei o teu ontem, ainda não vi o dvd do teu passado. Sei que o tenho arrumado algures no armário mas há tanto lixo a queimar lá dentro que quando lá entrar, acenderei finalmente o isqueiro, fumarei um último cigarro e quando este chegar ao fim, deixá-lo-ei cair em cima da gasolina para me levar a mim e todo o meu apartamento para a imortalidade do silêncio. Não desejo que o meu fogo te estrague a vida, te entre pela porta de dentro e destrua a paisagem com que te delicias. Não quereria isso se tudo o que eu te desejo é bem. Posso é desejar que todos os andares abaixo do teu sejam queimados para que o teu elevador não desça mais, para que apenas suba até ao topo do prédio, para além das nuvens. E sabes, a minha vida é como aquele elevador. As portas abrem, as pessoas entram, sobe, desce, pára e as portas voltam a abrir para as pessoas saírem. As pessoas falam, dançam, gritam dentro do elevador. Mas o elevador nunca diz nada de volta, nunca dá nada de si. Existe para servir e para desaparecer. Um objecto banal que muitas pessoas não dão valor no dia-a-dia. Facilmente esquecido até ser tempo de voltar a subir para casa. Eu sou assim. As pessoas entram, as pessoas saem mas nunca ficam a saber nada de mim. Apesar de eu ter uma voz, escolho não a usar. E então volto a mudar. Para outra cidade, a mesma paisagem.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Carta a

Caminho pelas mesmas ruas de sempre, numa rotina irónica que vira a cabeça do avesso. Pensando que sempre te encontrei aqui, que te enquadraste neste quadro de paisagem repetida, nunca cheguei a aperceber que te sentias repelida pela minha cara, pelo meu cheiro, pelo meu ser. A minha mente divaga e a tarde passa, tal como eu passo pelo café que considerei “nosso”, tal como a minha alma se prende naquela noite em que voltámos duma saída exaustiva com os teus e os meus amigos e mais todos aqueles que desconhecíamos. Parámos aqui, já só tínhamos energia para nos aguentarmos um ao outro, com os sorrisos que eu sempre desejei eternos nas nossas caras, agarrados para suportarmos o frio que fazia àquelas horas. Estávamos como que perdidos sem medo numa cidade desconhecida. Vimos ao longe as luzes deste café como que uma luz ao final do túnel e para aqui nos dirigimos para fugirmos ao frio e tentar impedir que a noite acabasse. Entrámos, sentámos-nos e falámos, horas a fio de conversa bem disposta até a luz entrar e com ela mais pessoas. Foi o anúncio de uma noite perfeita que tinha acabado. E agora lembro-me dessa noite, incapaz de entrar no mesmo café onde a mesma senhora atrás do balcão me olha com tristeza, lendo o que me vai na mente. Desvio os olhos para o chão e continuo o caminho.
Continuo este caminho cinzento, caminhando contra o vento e contra a chuva. Já há muito tempo que não sentia rajadas tão fortes de vento combinadas com a chuva. O vento arrasta consigo folhas de árvores despidas, folhas que me vão cortando a pele, enquanto que o vento uiva, parecendo que comunica comigo, dizendo-me para não avançar, que esta rua trará dores e fará cortes bem mais profundos que as folhas que voam. Caminho ainda assim, cego pelo orgulho que um dia conseguir passar por ali sem pensar em ti, a sorrir, a partilhar a alegria que uma dia senti contigo com outra pessoa.
Olho para o meu lado e encontro o banco à beira do lago onde nos sentámos numa tarde de Verão onde existia apenas a brisa, o mar e nós. Páro à frente do banco e observo as lembranças que me vêm agora à mente. Observo e absorvo a felicidade, a profundidade dos teus olhos em que eu me perdia enquanto me deitava no teu regaço. Eram azuis como uma tarde de Outono onde as nuvens preenchiam o céu e ameaçavam de chuva. Cada vez que os via podia jurar que ias chorar. E então desvia o olhar porque não suportaria as tuas lágrimas. Olhava então para os teus lábios que sugeriam descansar mil Invernos com os meus lábios colados a eles. E então sorrias e perguntavas o que eu estava a pensar e tudo o que conseguia responder era que desejava que mil Invernos viessem para que eu os pudesse passar contigo. Lembro-me então de corares e de me empurrares o corpo para o chão da vergonha que sentias. Abraçava-te então e prometia que enquanto vivêssemos, quantos Invernos e Verões pudessem vir, eu ir-te-ia sempre embaraçar da mesma forma. Sorrio ligeiramente e mais uma vez desvio o olhar e caminho.
Dou de caras com o beco onde te conheci. As tuas primeiras lágrimas que eu vi e que me abalaram, que me moveram para fazer algo que nunca me achei capaz fazer. Vi-te a ser assaltada e saltei contra os assaltantes antes que pudessem tentar algo mais. Empurrei um contra parede enquanto me lancei de punho e olhos fechados contra o outro. Senti uma força enorme a agarrar-me nos braços vinda de trás. Consegui apenas gritar para fugires antes de começar a ser agredido vezes sem conta pelo segundo assaltante. Ficaste imóvel de medo e espanto, nem uma palavra conseguiste dizer até teres visto sangue a saltar da minha boca e teres gritado por socorro. Para nossa sorte lá estavam por perto dois policias que viram o que estavam a acontecer e conseguiriam afugentar os assaltantes. Cai no chão e vi os teus olhos em lágrimas e apenas te consegui sorrir antes de desmaiar. Quando acordei estavas a meu lado na cama do hospital. Estavas a dormir. Entrou uma enfermeira que me disse que não tinhas largado a minha mão desde que tínhamos chegado ao hospital e que me tinhas chamado teu herói. Sorri e adormeci também.
Agora me encontro, sem mais nenhum lado a ir e sem mais nenhuma lembrança que queira recordar. Voltarei então para trás. Passo pelo largo e páro mais uma vez à frente do café. A minha mente começa a escorregar para a tua memória mas afasto-te da minha mente e sorrio. Encho o peito de coragem, fecho o punho e os olhos como a noite em que te conheci e entro no café. Peço, pago e pego no meu café e vou para a mesma mesa onde nos sentámos. Olho para a rua, vejo o vento selvagem e a chuva ainda mais intensa. E das sombras por onde caminhei entra uma sombra. Tu. Olhas para mim, sentaste onde te sentaste antes, de frente para mim, com um sorriso na cara e dizes:
- Olá! – e sorris…

Zhelia VII (part II)

Hoje vi-a passar por mim. Vestida com calças de ganga, camisola azul e um casaco branco, longo e fino, a esvoaçar com o vento como que asas a enaltecer o ser angelical que caminha nesta terra, banhado de inocência.
Perdi-me mais uma vez nos seus olhos, azuis de diamante, fortes mas tristes, revelando a tristeza e solidão que lhe preenche a alma. Os nossos olhos cruzaram-se durante um mero segundo, o suficiente para lhe ver o belo sorriso que ela me ofereceu por simpatia, ainda sem afastar o medo.
Os seus contornos foram-se encolhendo a medida que nos aproximávamos, os lábios comprimiam-se, batendo carne com carne; ela inalava mais rapidamente o ar à medida que o nervosismo aumentava e, consequentemente, os seus olhos piscavam mais rapidamente como um farol a iluminar o caminho a um barco na escuridão.
Pareceu uma eternidade, aquele momento. Senti carinho e afecto genuíno por aquela criatura nervosa e amedrontada. Por aqueles meros segundos em que nos encontrámos, revelámos mais de nós mesmos um ao outro do que dois amigos que passam a tarde juntos. Eu não estava sequer consciente da minha face e das minhas acções, deixei-me simplesmente hipnotizar pelo seu cabelo loiro e liso, os seus olhos azuis, os seus lábios com um sorriso tímido e a sua face de medo e inocência que fez penetrar em mim paixão e que fez o meu coração saltar umas palpitações.

Zhelia VI (part I)

Os seus olhos brilhavam do outro lado da sala, cegando-me com a sua beleza interminável. Os seus lábios, da cor de uma cereja envernizada de forma a brilhar mais do que qualquer outra cereja. O seu nariz, constituído na sua perfeição, encantando-me e fazendo-me procurar a razão pela qual a idolatrar, apenas sabendo o seu nome. Mais uma vez, os seus olhos, reflectindo a sua inocência, conduzindo a minha atenção para um abismo de desespero onde procuro a inexorável força para resistir à grande queda em que me permito pensar que finalmente conheci paixão, no seu estado glorioso e desesperante.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

The arrival of the morning

Chains to the floor, burn this world away, forget the pain and forge a new life, a new lie. Describe me reality, focus on the details, drain all you can from the colours and shapes, in the end you'll see your surroundings in a total different way. In a second you'll see the world like me, all fading away, turning to black. Hopeless, struggle to come to the surface. Now see that life isn't the same, your past is an illusion of comfort you created. Empty shell, how do you dare to walk through this earth without destination or a place to call "home"? How come you're just another one but not a leader of men? You don't guide, you're another sheep among the flock that eats grass and waits for the dark.
This square is a white trap. It greats me "good-morning" and leaves me mourning for the loss of the night and the consequential fading of inspiration. I die every time I close my eyes, every time I shut my mind. Thoughts that slip away, construction walls around my conscience, making me unable to accept flaws in others and think of anyone else but myself. So I reach my arm to the air and hope that a celestial being grabs my hand and pulls me away from the pit where I drown more and more. They grab me but I let myself fall. F#*k the change, comfort is if your mind is at ease. And I'm most at ease when I know where everything is and what everyone thinks. I don't care much for the same old thought that comes from those narrow minds, everyone else around me grows into their own state of vegetation in my mind. And there they stand, until another morning comes.
I've been breathing this same old air for some months now. It has intoxicated my own definitions and crossed out all my pre-determined conclusions of life. It now clouds my judgement and unables me to walk in the mornings through the street, all around strangers. But there's a window here. It's completely shut so that the poison doesn't get out and to stop the rain to conquer my room. The thunder fall outside and illuminate my walls to show the nothing that I've attached to them. The rain is powerful and the wind is like a whip that cuts my skin. Together they conquer the skies and earth and even strangers leave their malice inside, in the same closet where they hid their souls. Now the night conquers the mind and what is left is the conscience that another day is to come and words slip away. Time to close the eyes, go to sleep and die one more time, eternally.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A one way street into Spring

Fall even more in this affinity, create immunity to this world, all rotten and cruel. Even if the skies reflect the blue of the ocean, even if the skies cry during months and start a new cycle of green pastures, all is the same down here, every ray of the Sun, every day of warmth, an illusion.
And is Winter once again, in this dark grey covered earth, life continues the same. Day passes by in, spinning around and around, making me sick, grasping for air. This life is the coffin I've been searching to possess, your life is what I've been eager to caress. All day goes away, turning pitch dark, no more a reflection of the seas but a projection of the world's solitude. And even now the night grows bigger outside, the rain falling, the sound of it's purity forcing itself upon this room and conquering the mind. I'm dominated by the cruelty of the fall.
Even now the dark walks in and enlightens my mind. I turn on the light and it's gone. No inspiration that allows me to drive away and escape from this place. So I gaze hopelessly to the wall, white in it's eternal dimension. Time doesn't answer my questions and life doesn't lend me the time to get the answers. So I forget to sleep, I feed on the disease that is eating my insides and I try to cover up my ignorance by rare groups of words that the world sees as a window to my soul. But no one is here to buy my thoughts and I don't care for anyone to synchronize with my feelings. I don't want to be a clone of others or a mirror of my past self. I try to move forward but the bright and the genius don't want to see their names involved with the likes of me.
A pit where I fall is a crown of thorns that I allow a lower being to wear. So he becomes a martyr, in all his hypocrisy and lies, he drowns in a deserved pool of blood. I conceived the spear that ran through his heart and made his life into a piece of art that the stupid humans believe to be a true life story and the smart humans use it to control the stupid humans with fear and hate. But now he's nowhere to be found. The stupid remain stupid, the smart turn against each other and I walk beside the fight, the same road that I've been walking for years. A one way street into Spring.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

All men

All men hide behind masks, all man are liars and thief's and are meant to hurt you, deceive you, pick you up and kill you, from the outside to the inside.

domingo, 2 de janeiro de 2011

In the dark

It's dark in here. My mind shut, the path is clear, the door is open to enter. Falling into madness, condescending pain, make me lose control. I walk only in the shadows, of the trees, of the buildings, of the clouds. I blurb some sort of tear, I reveal, no pain, I'm equal to you and to another one. Perilous thoughts I believe to be real, those who control me can't agree, to my actions, to my truth, to my philosophy. And those of control me, they are immortals and immoral leaders of men. The sand in my eyes is the sign of blood shed in the dark where I stand. But I can't feel anything, I don't feel any bodies, bones or blood. I don't even feel this chains that tear my world apart.
I struggle, I watch you reign, tyrant, you sovereign of tortured souls. Continue to torment me, continue to destroy me, brake me. Repulse me, abuse me, I'll prevail above the water line, even dead, I'll go down with you. Drown in your pool of war and disgrace, brake every mirror you find, step on your reflection, cut yourself to say that you don't feel pain, I'll be here watching. Every time you fall, every time someone betrays you, every rebel that comes a step closer to kill you, no refuge for the one that has started the bloodshed. Married to despair, watch your towers burn, files and tapes of shame never seen by the Sun, burnt to the shadows of humanity. Then say goodbye to your reign and escape.
So time passes by. I'll never return to that Summer where joy was endless, bliss and peace were tied together. No chains attached, waiting for no war to start, no front line of equals to kill, no puppets to control and be controlled by. There's no philosophy in the dark, no life, nothing to eager for. Except maybe for death. The soul release of the chains of life, reaping my core, tearing my body. I have no brilliance in me, I've reached my potential. I'll always try to peek over the fence but it will always seem eternal white to me. And in my epitaph I hope to be written that I've always tried to believe that I could be something more that I turned out to be.

An ally

Even if the nights are cold and the rain is a warning of sad times to come, the winter will always bring an ally...

Agora faz mais sentido beber alcóol!

sábado, 1 de janeiro de 2011

We are

Yes, it's fine, our eyes were always oblique. We've drowned in this ocean, walked this road, seen this Nature so many times before and destroyed it by will. We are scavengers of a forgotten will to communicate with the inside. We only see what is left of the journey, not what we accomplished so far. And so we move on, no matter where or how. We're blind.
The wild cries inside our minds, we prefer the silence of our ignorance. Mad men preaching values based on lies and false history, bloodthirsty kings become tyrants of full name, sitting with a crown on their heads and the heart of Nature in their hands. The oceans revolt and bring forth furious waves of warning for the blood we shed and the tears that we never cry. The winds blows strongly and corrupts our sights but still we struggle, all vain, all for pain. We're deaf to their shouts.
We're mute. So slowly time passes by and we don't even grab it, make something of it. Not even for the slight smell of a flower we give ourselves.