segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

19000

Deixe-se o ar entrar e roubar-nos o último suspiro da Rainha do cofre tão pobremente guardado. Somos poucos e fracos, lentamente morremos, tão lentamente torturados pela vida que aceitamos a morte de bom grado. Estas terras estão desertas e as novas crianças esfomeadas, a comida ou nasce podre ou é levada pelos pássaros. O nosso sangue é o que alimenta a terra e muitos jazem nela como sacrifício para seu bem estar. A vista é de desolação mas ainda assim sorrimos. Sorrimos pois nada mais nos ensinaram, nenhuma outra educação temos.
As casas demolem-se a si mesmas do pouco uso, os canos enferrujam com a seca. O ácido das chuvas corroí os nossos cabelos e os nossos crânios, corrompe-nos os cérebros e altera-nos os programas, sendo nós nada mais que uma casca para o brilho que teme brilhar no exterior. Somos pobres máquinas, defensores do podre e do estragado, transformando o verde em castanho e cinzento, pisado e doente. Pintamos o que pudemos e tiramos as tintas ao que é novo. Deitamos abaixo a mudança e mantemos a monotonia perto de nós. A riqueza não significa nada para nós, simplesmente vemos o tempo passar e o mundo a morrer.
Arranhamos as bordas do cúmulo de sujidade e sujeitamo-nos a viver no final do mundo. Pela nossa estupidez saltaremos. Saltaremos com tal força e emoção que a meio da queda perceberemos quem realmente somos, o que aqui fazemos, ganhamos vida e pensamos. E será demasiado tarde, o escuro já habita à nossa volta e à volta dos nossos corações. Não há muralhas, não há poços com crocodilos, não há defesas. Há a pura e inocente estupidez de uma vida inteira no campo podre que criámos.

Down

I feel running inside of me, layers of lies, tales of the mind, webs all tangled, covering the floor.
Hours drown by hours, days falling for days, skies destroyed by bombs falling all over the place.
Despair rules in the eyes of those that cannot see, blindness sticks to the point of insanity, preaching humility.

A quest to find gold in the darkest cave, to save the starving, to feed the homeless, to abandon those who once left us behind.
Sleeping trough walls, dirt contaminating my dreams, powerless over the enchantment, the spell that you got on me.

Reckless destruction, freedom means, pursuing the dream of infinity.
Rage inside, a few words to speak, releasing the talent or die to try to be free.

Ages of infection, hiding the disease, creating death, spirit trapped in the ground, closely watched by the hounds.
Silence in order, anarchy to be found, a blood to be followed, into the depths of Inferno.

A cross burning in flames, given out as a sacrifice, a semi-god fake, eaten and beaten.

Scared, untalented shit, no dark corner to hide, only a soul to survive... you
A black winged human-demon, a fantasy hidden for the sake of the body.

Trace back to inspired times, maybe there I'll find something to be someone

Simbiose

O meu corpo tem escamas.
E cada escama respira um pouco de ti.
Pequenas bolhas emergem à superfície,
Viciadas no teu cheiro.

Vagueando por ruas do imaginário,
Perco tempo debaixo de água,
Tempo esse que é já tão escasso.

O templo resguarda a fama,
De tempos esquecidos e de suas sinas,
Dos génios que outrora aqui passaram
E que tanto admiras.

Aguardando a tua presença,
Guardando cada pedaço da tua essência no fundo de mim,
Nesta distante simbiose,
Alternada entre sonhos e partidas da mente.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Do quente ao frio

Passou tanto tempo em que partiste daqui e entraste na neblina do rio. À luz que cega em retorno da falta de velas, beijamos-nos numa troca suave de afectos. A tua pele é tão suave, parece que piso seda e me derreto numa nuvem de algodão. Os teus lábios, tão saborosos, não me quero afastar deles. A cada deslizo da língua, o fascínio em ver o que há lá fora, a chuva que cai, abençoando a união dos nossos corpos, mentes e almas, perco-me mais em ti e nesta paixão que tenho entre mãos. Indolor, esta noite passou sem que a alma chorasse por frio ou abandono. A cada centímetro de ti procurei um sítio onde deixar parte de mim. E foi em mim que repousaste com as tuas palavras, toques e beijos.
Ainda é cedo, não partas de mim. Adoro o teu calor, o teu cheiro viciante, o facto de estares aqui. A tua presença é um sonho, toda esta noite é um sonho. Os toques, os abraços, a beleza. Em toda a honestidade me dou a ti, submetendo-me aos teus encantos. E por esses mesmo encantos vejo que a noite não passa e fui bem sucedido em parar o tempo. A ti me dedico, devoção que ultrapassa a lógica humana. Mas se queremos mesmo achar o amor, a lógica e o pensamento são hologramas, caixas de cartão vazias, sem significado. Simplesmente deixo-me levar por ti, pela sensação que é ter-te nos meus braços, dormindo contigo. E há toneladas de sonhos contigo, abrindo as minhas asas e voando. Dar largas à imaginação e ouvir gargalhadas, abrir os olhos e ver-te com um sorriso na tua bela face, iluminada pela inocência.
E o barco partiu, deixando-te fora da minha vista. O pesar da vida e o cinzento das nuvens tomaram conta da viagem, preenchida com o silêncio e a loucura escondida lá no fundo de mim. Trazes o melhor e pior de mim, pões-me num estado de euforia e eu entro em transe, vendo apenas a tua cara numa espiral interminável, hipnotizante. Mas só a visão do teu sorriso é o suficiente para um dia ganho. E o som desta partida deixa-me com vontade de uma outra vez de te ver. As saudades começaram logo quando me deixaste no cais e partiste no barco.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Debaixo do choveiro

Debaixo do chuveiro, pensamentos correm pela mente, devaneios da mente degradada pelo tempo e pelos teus beijos, mãos e olhares curadas. Sou mais do que um mero espectador neste espectáculo fantasmagórico no qual me deixei envolver. Estas gotas caem na minha frente e para cima do meu corpo nu, numa pose desleixada de total relaxamento. Neste tempo e espaço o meu mundo está em paz, os pensamentos podem fluir livremente. É uma caixinha pequena de tempo limitado em que realmente estou em mim próprio. Todos os problemas parecem desaparecer, evaporar tal como a água quente que bate na superfície da banheira. Aqui entram apenas a felicidade e pensamentos de ti, interligados. As memórias de ti, do teu sorriso, da tua mão colada à minha, dos teus beijos, a tua face, em cada azulejo, em cada gota, em cada parte de mim. Ofereço-te a minha imensidão.
As palavras escapam-me à mente, o doce toque da facilidade e a subtileza com que preenchia então este espaço em branco eram o meu maior prazer, é o que me falta agora. É o bloqueio do escritor ou de alguém que resolveu meter uma letra ao lado da outra e ver o que dava. Construir um espaço onde pudesse deixar filosofias, ideias, ideais, sentimentos, emoções, histórias, risos e sorrisos, tudo o que nos torna humanos e um pouco mais. Um espaço para tentar explorar, mostrar ou criar o génio. Talvez até desenvolvê-lo de uma forma selvagem que tem tendência em magoar outros. Mas avista-se bloqueio, o desespero de não conseguir emitir o que quer que seja, de transmitir a mensagem para o exterior e sentir-se preso numa espiral que não parece acabar. São escadas que rumam ao infinito escuro, caminho - para baixo. Sempre para baixo, nunca parando. Se me desse ao trabalho de contar os dias que passaram a fio... devo dizer as noites que passaram a fio sem que conseguisse escrever uma letra aceitável, algo que considerasse digno do que procuro ser. Poderiam os dias e noites de Verão voltar com a inspiração da chuva, se faz favor. Até lá não sou escritor algum.
Levo-me para onde possa ver os autocarros a passar pelas ruas de Lisboa. Olho para a janela e consigo ver as árvores. Sinto-me como uma delas. Excepto que seco. Sem isto não sou nada. Sem palavras sou mais um parasita. E ainda nem sei o que fazer no futuro. Sinto-me perdido, como que uma árvore de Inverno sem a neve nos seus ramos, a pintá-la de branco, como uma árvore no Verão, com a sua folhagem completa mas nenhum raio de Sol a alimentá-la, uma de Outono, sem as suas folhas amarelas e castanhas, prontas a cair no chão. Resta-me então procurar a de Primavera mas a essa ponho-lhe fogo tal como escondo os meus sentimentos. Intoxicado, tenho de sair daqui, correr para teus braços, lá encontrar repouso e sorrisos, bons momentos que quero para sempre manter comigo e partilhar contigo. Quem diria que o escritor não é mais do que uma besta presa à procura de romance e de alguém com um olhar igual ao seu? Porque temos de ser sempre tão frios? Nós não, eles. Não os percebo. Começo por não me perceber a mim, como posso percebê-los e igualá-los? É triste mas é algo passageiro. Agrada-me somente a ideia dos teus lábios nos meus. E um dia escrever-te-ei algo digno de ti.

domingo, 7 de dezembro de 2008

A dita felicidade

O doce toque do vento,
Translúcido,
Deixa uma clara imagem
Da pequena no entanto demasiada distância de ti.

Numa confusão de passos
Dados na escuridão,
Dedicados,
Deliciados por este silêncio.

Corro para ti,
Num movimento lento, como que num sonho.
E será tudo um sonho,
Visto que estás aqui, comigo?

Corto este ambiente com uma faca,
Acendendo o isqueiro para outro cigarro fumado,
Partindo o punhal em dois.

Não posso dizer que o meu coração tenha desaparecido,
Apenas derretido,
Por ti,
Por tua razão.

É um fado que se canta nas ruas do cais,
Onde o mar ribomba com força contra as pedras,
E as pessoas caminham sentido o seu aroma fresco no ar.

A fortuna realizada por junção de palavras,
Aceite pelo que a alma vê e o que a mente não compreende.
Então é esta a felicidade e tranquilidade,
O concretizado e certo estado de espírito que procurei.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Stand by me - Playing for Change [various street artists]

Simplesmente fantástico... porque merecem:

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

[4] Mensagem dos portos de Lisboa

"Não somos escritores. Pessoa, Verde, Camões... somos apenas tresloucados que andamos a ver e a pensar demasiado em vez de andarmos por aí nas ruelas a beber e a cantar, viver a vida e a destruirmo-nos por dentro. Devíamos ter deixado as nossas vidas de sentimentos, pensamentos, filosofias para trás. Tudo isto é em vão. Qualquer um pode pegar numa caneta e escrever. Até um miúdo de 4 ou 5 anos pode escrever sobre o quão feliz é na sua ignorância. Não somos nada, nunca o fomos. Simulamos todas estas coisas para dizer que não somos os mais inúteis e tristes à face da terra. E de facto não somos. Os mais tristes são os que se sentam nas cadeiras a lamuriar-se. Ao menos nós ainda nos escondemos atrás de mil máscaras e mentiras e até mentimos a nós mesmos sobre essa mesma tristeza que sentimos dentro de nós. Não é afastar ou esconder, ou até mesmo apagar, é mentir. Sempre foi. E se o gritarmos conscientemente, talvez venha um trovão das nuvens e nos reduza a cinzas para alimentar a terra. Mas vocês já foram, esqueço-me. Resto eu. Eu e muitos outros que ousam pegar na caneta. Somos todos incapazes... meros idiotas."
Frustrado, a vida mantém as esperanças em baixo. Tantas foram as conversas, palavras e letras do símbolo lusitano que hoje se usa com vergonha. As bandeiras arderam, o Rei perdeu-se no caminho para Avalon, deixando o Império procurando uma fuga à situação, formando a resistência à invasão que iria vir. O mito permaneceu entre nós, referenciado tantas vezes, saltando de boca em boca, de geração em geração e ainda hoje se observa as Brumas com esperança que Ele volte e nos governe mais uma vez, tornando o mundo nosso, como foi na altura das caravelas. O mar uiva o retorno dos imensos papéis esvoaçantes e do velho que berrava no porto de Belém às naus que deixavam a Pátria em busca de novas terras para os nobres enriquecerem. As saudades dos tempos passados que em rimas foram escritas pelo "zarolho" e então enriquecidas pelo "maluco". Aí sim, a escrita era rica. Até o estranho "legume" descrevia as ruas de Lisboa com o amor e dedicação necessário, reparando no mínimo pormenor e transformando-o na luz desta cidade cinzenta. As saudades dos bons tempos de escrita lusitana.
No Inverno, os telhados reluziam, brancos. Fechados dentro de casa, sentados na cadeira, à frente da lareira, aproveitando o último calor que restava naquela casa, as mãos tremendo, agarrando instavelmene a caneta, pressionando-a contra o papel, tentando não esquecer da sua filosofia que viera à cabeça hoje enquanto observa as mulheres a olhar para o mar, tentando ver, lá no horizonte profundo, o relançe de uma nave que trouxesse os seus maridos de volta para casa e para os seus braços. O amor morria lentamente, juntamente com o sonho, mas o poeta conseguia agarrar bem o fundo da alma e tirar de lá o afecto que, combinado com a paixão, formavam o amor a que firmemente se agarravam. Mulheres de lutadores, resistentes às tormentas e aos pesadelos, sentadas esperavam, nada mais podiam fazer. E ele, observando, sentado, também nada mais podia fazer. Nada lhe dera mais gosto do que morrer naquele Inverno. Ainda assim, as suas palavras permacem no eterno epicismo que é relembrado actualmente por aqueles que passam e acenam para as figuras esculpidas dos heróis de outras alturas.
Amigo, fala comigo. Escreve-me cartas a descrever como é Avalon e do que me espera um dia, talvez. Diz-me se o Rei perdido está aí e se tenciona algum dia voltar a nós e trazer esperança de grandeza e riqueza, felicidade e terras. Diz-me, és feliz aí com os outros blasfemos que hoje estudo na entidiante e desmotivante escola. Agarro-me ao sonho de te ver um dia destes, sentado à mesa comigo, com o vinho servido para quatro. Eu, tu, Camões e Verde. A discutirmos filosofias e ideias, relembrando momentos de felicidade e atrocidades deste povo que hoje mata a língua lusa. Revela-me o génio dentro de ti e de mim. Deixa-me compreender-te. Guia-me por meu futuro incerto. Sabes que me sinto perdido, várias vezes to disse antes de adormecer para que me desses uma luz do que fazer desta vida que é, por meu conhecimento, curta. Sabes também que não resisto à tentação de explorar as tuas palavras ao mais infímo detalhe, expremer-lhes o significado e encontrar-me ali, encolhido, como que uma criança inocente que só precisa de um pai que a abrace e brinque com ela por uns momentos. E encontro-me mesmo. Tanta vez que só me apetece copiar-te, escrever o mesmo porque é o mesmo que penso, o mesmo que sinto. Se ao menos as tuas palavras me podessem tirar desta prisão...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

[3] Pendendo

"Começo a notar que a idade já não tem perdão de mim. Deixa-me pegado a memórias e cicatrizes e traz a transparência para os bastidores do ser. A minha ignorância e insegurança consumem os focos da peça de teatro que é a minha vida. E o público é um exaustivo turbilhão de filosofias e julgamentos sem qualquer razão de ser. Apenas por um impuro olhar, um relance de mau humor causado pelo frio. E está tanto frio cá dentro. Tão frio... distante, isolado. Não se consegue encontrar luz pois a luz provém dos candeeiros e, ao contrário desses, eu sinto e penso. Penso... e se penso. Se há coisa que não páro de fazer é pensar. Pensar, observar e julgar no silêncio que pergunta as questões de ser. E sinto. Sinto ódio, raiva, compaixão, um misto de todas as coisas humanas que restam em mim. É confuso. Não quero sentir... não quero apaixonar-me e andar por aí agarrado a alguém e a algo. Quero-me sentar em cima da cama e escrever até a minha mão desaparecer e a minha imaginação desaparecer. Aí saberei que os sentimentos esvaneceram. Finalmente, uma razão real para escrever. Escrever loucuras e espinhos que magoam, fazem chorar e sangrar."
Pendendo nas questões da idade. O oxigénio já não entra pelas narinas, o sangue deixou de circular pelas veias, o corpo jaz deitado na cama, roupa preta, face branca. O tempo passou, tão rapidamente deixou este corpo podre, decrépito. O filme da vida desenrola-se nas suas últimas palavras lançadas ao ar, livres, à vontade de serem apanhadas pelo primeiro que se interessar. Durante toda a sua vida, risos, abraços, alegrias. Desilusões eram meros acasos do destino que eram apagados pela forte crença da evolução dos dias. "Amanhã vai ser tudo melhor, tudo certo" - então ele acreditava e ele continuava, contra muros, prédios, casas e almas, nunca parando, mesmo quando o sangue era retirado do seu corpo. A sua mente foi-se lentamente degradando, até o mínimo raio de Sol significava a destruição do seu mundo, a sua Atlântica cairia em ruínas no fundo do Oceano antes dos tempos começarem. A força escapou-lhe no último segundo e as palavras ficaram-lhe entranhadas na garganta, asfixiando, quase matando tanto quanto o sentimento de culpa de não ter concretizado a sua vida na totalidade.
O seu cabelo, grisalho, esvoaça com o vento, cabeça deitada no solo de alcatrão. A sua tolice atingira-lo nos seus últimos anos, a respiração também ficou dependente das máquinas a que se encontrava ligado. O seu retorno ao seu tempo de criança, a lágrima conta a história da saudade da energia e vivacidade, da inocência e felicidade. O sorriso é a artificialidade do cérebro morto que só sabe agora fingir até se deitar a última vez, rodeado daqueles que na sua vida sempre fingiram querer saber dele. Ele sabia bem do cinismo, das palavras secretas e do punhal que lhe era espetado nas costas durante o seu sono. Era um velho seco, cheio de sorrisos falsos e alegrias mortes mas ainda tinha a sua experiência de vida e o conhecimento sobre pessoas. Mais sábio que a cabeça do génio da família, sobrevivia das migalhas que as crianças lhe ofereciam nos anos e no Natal. O vento levou-lhe o sopro e com ele foi a alma desertada.
As batalhas, o sangue derramado, a teimosia, o querer fazer parte de um mito, ser uma lenda. As cicatrizes mostram onde as espadas queimaram e os lábios rompidos mostram onde os cigarros tocaram. As palavras cortam o ar e o som é espalhado pelos ouvidos. Pendente entre vida e morte, vê-se já no caixão, com todos os falsos a sorrirem a sua volta. Já não se volta para o materialismo e está demasiado cansado para a vingança, deixa-se adormecer. Sonha do branco e do preto, da água eterna que percorre o seu corpo e o limpa e dos fogos que ardem nos campos de guerra que já percorreu. Retorno à dependência de outros para continuar o sofrimento, inerente a todos nós. O vento é agora parte de si e é ele que leva as suas cinzas, agora que cedeu à vastidão do negro. E nada mais ficaram os outros a ganhar, no final sempre houve vingança.