segunda-feira, 8 de abril de 2013

Dia 4: Exploring Uncharted Snows (Explorando Neves Por Descobrir)

O dia 4 da minha estadia em Inglaterra foi dos meus preferidos. Foi um dia em que pudemos dormir até à hora de almoço, fizemos o nosso almoço, e saímos de casa apenas para voltar à noite. Tínhamos dois objectivos em mente: devolver um livro à biblioteca da faculdade que a minha cara-metade tinha por devolver e visitar Wollaton Park. Apenas o primeiro foi cumprido e eis porquê:
Saímos de casa e pusemos-nos a caminho, pisando o gelo e a neve no chão (no meu caso a tentar não cair) em direcção a Jubille campus onde havia uma das bibliotecas da faculdade. O objectivo era tentar deixar lá o livro e partir rapidamente para o Wollaton Park. Jubille campus era uma zona reservada à faculdade e aos seus alunos que incluía dormitórios e uma biblioteca. Segundo a minha anfitriã, esta era uma biblioteca maravilhosa com vários andares e uma das formas de subir era por umas escadas que não davam a sensação de estar a subir. O único problema é que só alunos da faculdade podiam lá entrar. Decidimos não arriscar tentar pedir uma pequena licença para que eu pudesse ver esta bela biblioteca visto que não estávamos em Portugal, as pessoas de lá levam o seu trabalho a sério. Em Jubille, como a minha anfitriã lhe chamava e eu adoptei, disseram-nos que tínhamos de ir à outra biblioteca que era mesmo na faculade. Isto requeria uma viagem num autocarro de dois andares grátis. Foi uma viagem rápida e na qual aproveitámos para ver as casas e discutir gostos. O meu gosto aí tornou-se simples: gosto da tranquilidade do sítio.
Finalmente, chegámos à faculdade e dirigimos-nos rapidamente ao edifício da biblioteca onde andámos um bocado perdidos à procura da biblioteca visto que esta estava mascarada de café com espaço para leitura. Quando finalmente devolvemos o livro, demos uma pequena volta àquela enorme faculdade que põe até a Faculdade de Ciências de Lisboa a um canto. Esta é uma faculdade que tem edifícios para variados campos, desde línguas a biologia. O mais surpreendente é que esta não é a única faculdade na cidade.
Depois de ver a faculdade pusemos-nos a pé à procura de Wollaton Park. Aqui a minha guia estava também um pouco perdida e mais ocupada a tirar fotos à neve, aos bonecos de neve e à minha figura de urso polar pintado de azul com o meu casaco da neve. Tudo isto acabou por significar que demos uma enorme volta por parques enormes, todos pertencendo à faculdade, com dormitórios.
Não achámos o nosso caminho para Wollaton Park nesse dia. Mas andámos imenso por zonas que nenhum de nós conhecia. Devo dizer que a culpa é minha visto que o meu espírito foi dominado por um entusiasmo a roçar o infantil e um sentimento de aventura que ganhou quase todas as batalhas. A única batalha que a minha vontade de explorar perdeu foi a de exaustão da minha companheira de aventura que apenas desejava voltar a casa, aquecer-se, comer alguma coisa e voltar a tentar no dia seguinte. Assim partimos de volta a casa, num autocarro de dois andares, sentados na frente no segundo andar (o que eu achei maravilhoso e entusiasmante), e depois a pé de Jubille até casa onde demos por terminado o dia e eu achei o calor refrescante sobrepondo-se ao sufocante entusiasmo que me deu energia para andar por neves desconhecidas.

Dia 3: "Até o lixo parece bem com neve"

É verdade. Foi comprovado em Inglaterra. Tudo é mais bonito com neve, até... o lixo.
O dia 3 começou um pouco diferente dos anteriores. Tínhamos os planos feitos e raios parta, íamos cumpri-los! Portanto, determinados, acordámos cedo neste dia. O objectivo era dar uma volta pelo centro da cidade. De tudo o que vi desta grande cidade, penso que o centro da cidade é o mais belo.
O centro da cidade é uma enorme praça que culmina num edifício com dois leões de pedra esculpidos no exterior e uma fronte de estilo grego clássico, especialmente as suas colunas. Um dos leões anteriormente referidos serviu durante muito tempo como ponto de encontro para pessoas que se queriam reunir com diferentes objectivos, nomeadamente ir para uma boa noite de borga. Toda esta importância à escultura do leão deu ao nome do jornal local "Left Lion" (Left Lion) (isto foi-me tudo explicado pela minha bela anfitriã). 
Chegámos ao centro da cidade cedo com o objectivo de visitar e comprar. Mesmo que esse não fosse o nosso objectivo, fomos vítimas dos nossos próprios interesses. Sendo que a praça está rodeada por variadas lojas não tivemos realmente hipóteses. A nossa primeira loja visitada foi uma livraria que vende os seus produtos a preços baixos. Uma pequena vista de olhos e já estávamos interessados. No entanto, não foi então que comprámos alguma coisa (a minha maravilhosa anfitriã já tinha visitado esta loja com o intuito de me presentear com dois belos livros, um de sonetos de William Shakespeare e outro com variados poemas de Edgar Allan Poe). Continuámos e ainda visitámos outra loja de livros, esta um pouco maior, também com vários artigos de interesse que foram considerados mais tarde.
Já mais à frente entrámos numa longa e larga avenida que nos encaminhava para o centro comercial. Foi nesse centro comercial que encontrei um monstro mítico que já me tinha sido contado em lendas urbanas mas que nunca tinha visto com os meus próprios olhos (e com isto digo que a minha namorada me tinha contado da loja e eu tinha ficado imediatamente maravilhado com a ideia de a visitar). Esta loja chama-se "Pound Land" e é muito como um supermercado com a diferença que todos os produtos, sem excepção, custam uma libra. Isto inclui todos os tipos de produtos, desde utensílios para a cozinha até sacos de goma ou pacotes enormes do chocolate. Mal entrei na loja tive a vontade de comprar tudo nas prateleiras. Fizemos as nossas compras na loja (deu-me para experimentar um pacote de leite com chocolate da marca "Mars", algo que não temos em Portugal) e saímos, querendo ainda visitar novamente as livrarias visto que pouco gastámos nesta loja. Passámos então por ambas as lojas referidas e eu acabei por comprar uma pequena enciclopédia de elementos celtas por um preço incrivelmente reduzido.
Ao voltar para casa passámos pelo caixote do lixo que vêem na foto e concluídos o dia que já era noite com a total certeza de que até o lixo parece bem com neve.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Mar Alto

Este mar alto, este mar que vem conquistar;
A nós que o vemos cinzento todos os dias,
A nós cuja terra incerta a seu lado pisamos,
Sobe o seu caudal, rio desacatado longo amado,
Tão rapidamente abandonado, alvo dos nossos desalentos,
Vem por terreno incerto tomar tudo o que é seco
E esconder os seus segredos de sujidade pela nossa mão.

Madredeus - Canção do Mar