O dia 4 da minha estadia em Inglaterra foi dos meus preferidos. Foi um dia em que pudemos dormir até à hora de almoço, fizemos o nosso almoço, e saímos de casa apenas para voltar à noite. Tínhamos dois objectivos em mente: devolver um livro à biblioteca da faculdade que a minha cara-metade tinha por devolver e visitar Wollaton Park. Apenas o primeiro foi cumprido e eis porquê:
Saímos de casa e pusemos-nos a caminho, pisando o gelo e a neve no chão (no meu caso a tentar não cair) em direcção a Jubille campus onde havia uma das bibliotecas da faculdade. O objectivo era tentar deixar lá o livro e partir rapidamente para o Wollaton Park. Jubille campus era uma zona reservada à faculdade e aos seus alunos que incluía dormitórios e uma biblioteca. Segundo a minha anfitriã, esta era uma biblioteca maravilhosa com vários andares e uma das formas de subir era por umas escadas que não davam a sensação de estar a subir. O único problema é que só alunos da faculdade podiam lá entrar. Decidimos não arriscar tentar pedir uma pequena licença para que eu pudesse ver esta bela biblioteca visto que não estávamos em Portugal, as pessoas de lá levam o seu trabalho a sério. Em Jubille, como a minha anfitriã lhe chamava e eu adoptei, disseram-nos que tínhamos de ir à outra biblioteca que era mesmo na faculade. Isto requeria uma viagem num autocarro de dois andares grátis. Foi uma viagem rápida e na qual aproveitámos para ver as casas e discutir gostos. O meu gosto aí tornou-se simples: gosto da tranquilidade do sítio.
Finalmente, chegámos à faculdade e dirigimos-nos rapidamente ao edifício da biblioteca onde andámos um bocado perdidos à procura da biblioteca visto que esta estava mascarada de café com espaço para leitura. Quando finalmente devolvemos o livro, demos uma pequena volta àquela enorme faculdade que põe até a Faculdade de Ciências de Lisboa a um canto. Esta é uma faculdade que tem edifícios para variados campos, desde línguas a biologia. O mais surpreendente é que esta não é a única faculdade na cidade.
Depois de ver a faculdade pusemos-nos a pé à procura de Wollaton Park. Aqui a minha guia estava também um pouco perdida e mais ocupada a tirar fotos à neve, aos bonecos de neve e à minha figura de urso polar pintado de azul com o meu casaco da neve. Tudo isto acabou por significar que demos uma enorme volta por parques enormes, todos pertencendo à faculdade, com dormitórios.
Não achámos o nosso caminho para Wollaton Park nesse dia. Mas andámos imenso por zonas que nenhum de nós conhecia. Devo dizer que a culpa é minha visto que o meu espírito foi dominado por um entusiasmo a roçar o infantil e um sentimento de aventura que ganhou quase todas as batalhas. A única batalha que a minha vontade de explorar perdeu foi a de exaustão da minha companheira de aventura que apenas desejava voltar a casa, aquecer-se, comer alguma coisa e voltar a tentar no dia seguinte. Assim partimos de volta a casa, num autocarro de dois andares, sentados na frente no segundo andar (o que eu achei maravilhoso e entusiasmante), e depois a pé de Jubille até casa onde demos por terminado o dia e eu achei o calor refrescante sobrepondo-se ao sufocante entusiasmo que me deu energia para andar por neves desconhecidas.
1 comentário:
estão giros os textos da tua (espero que a primeira de muitas outras)viagens. e as fotos também estão muito engraçadas :)
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