Uma vida para além da namorada é o mesmo que perguntar se há vida em Marte: toda a gente diz que sim mas nunca ninguém a encontra! Neste capítulo até tenho sorte, há um certo equilíbrio. Quando estou com ela sou agarrado com força suficiente para me esmagar os ossos e quando não estou com ela estou a fazer coisas divertidas como jogar computador, fazer exercício ou simplesmente ficar deitado na cama à espera que os ossos se reconstituam - Entretanto como por uma palhinha. Mas claro, isto não é tudo. Não se resume ao ocasional encontro de mãos dadas e beijos debaixo de árvores num parque abandonado aos casais. Também há a conversa fora de aulas e a dentro de aulas que me mantém entretido enquanto o professor fala... (há coisas que não devem ser ditas, os meus sobrinhos que aprendam com os meus erros)
Como disse, tenho sorte. Alguma. Tirando os ocasionais ciúmes, totalmente justificados pois sou lindo, ela até consegue ser uma óptima namorada. Exemplo disso são estes três meses que ela foi de Erasmus para Inglaterra. Foi uma óptima forma de chegar ao Natal com os ossos todos. O problema vai ser a partir de agora. Mas enquanto ela lá permaneceu eu cá me mantive nas mesmas actividades: o exercício, os jogos, o desesperar por ela não cá estar. Mas consigo escapar à rotina. Consigo sair e dar uma volta, respirar um pouco de ar fresco e olhar para tudo o que me faz pensar nela.
No entanto, nem todos têm a mesma sorte. Há aqueles cujo único espaço próprio é quando estão a saltar de um precipício a cantar "I believe I can fly". Tenho pena deles. Bom, de vez em quando. Quando interrompo os meus jogos para ir comer ou vice-versa. Essencialmente do computador à cozinha e o caminho de volta. Ainda assim penso neles. É algo que muitos não podem dizer!
O ponto essencial de tudo isto: todas as relações precisam de alguma distância! Há quem chame de espaço para respirar, eu chamo de sobrevivência. As pessoas envolvidas precisam de ter a sua vida, algo fora do relacionamento para o manter estável. Demasiado tempo juntos e acabam por fazer sky-diving sem pára-quedas. Há que deixar esta opção pela crise que se abate sobre nós desde 2008 (falo para aqueles espalhados pelo globo) e desde o século XV (agora falo apenas para os Portugueses).
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
O tempo pesa no fardo
O tempo pesa no fardo e violenta o facto
Que a falta de tacto não traz consolo
Ao inesperado acto da saudade e do abalo
Que nos persegue das ruas até à espinha
Quando sozinhos numa casa acompanhados de monotonia.
Quando estou mais magoado mais me sinto abandonado
E, no meio da velha idade que o tempo mais evidencia,
Reconforto-me na minha solidão que teima isolar
Coração da boca e a mente do espírito,
Coerência da minha pessoa à consistência do meu físico.
Que a falta de tacto não traz consolo
Ao inesperado acto da saudade e do abalo
Que nos persegue das ruas até à espinha
Quando sozinhos numa casa acompanhados de monotonia.
Quando estou mais magoado mais me sinto abandonado
E, no meio da velha idade que o tempo mais evidencia,
Reconforto-me na minha solidão que teima isolar
Coração da boca e a mente do espírito,
Coerência da minha pessoa à consistência do meu físico.
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