Não há muito a dizer do segundo dia da minha estadia. Apesar de termos planos para esse dia acabámos por ficar em casa. A verdade é que o cansaço de passar o dia todo no aeroporto me levou a dormir durante grande parte do dia e quando acordei já era de noite. Portanto os planos foram adiados e este dia foi dedicado a ir às compras para a semana (ou como eu lhe gosto de chamar - ir à caça).
Sendo assim, saímos de casa e fomos ao Tesco (o Continente lá da zona). O caminho estava coberto de neve, alguma mais pisada que outras, e estava a nevar. Foi bastante agradável pois estive a caminhar sobre e sob neve, algo que nunca tinha feito antes. Fui também brutalmente atacado com bolas de neve. O bom é que o Tesco não ficava longe da residência pelo que não fui muito atacado.
O Tesco local é uma loja pequena sobrecarregada com filas de imensos itens nas prateleiras. Para alguém novo, como eu, pode ser imensamente confuso. Felizmente tinha comigo uma pessoa conhecedora do sítio. Entre as coisas que acho que são dignas de destacar estão as imensas variedades de produtos Mars, desde o típico chocolate também comercializado em Portugal a leite com chocolate. Outra coisa a destacar deste estabelecimento é o facto de as máquinas de compra serem mais populares que ir à caixa ser atendido por uma pessoa. O último acontecimento que eu vi lá de destacar foi a entrada de um polícia para verificar que não havia problemas visto que não há lá seguranças.
Assim, comprámos tudo o que queríamos e voltámos para a residência, jantámos e umas horas depois fomos dormir.
Frank Sinatra - Let it snow
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Dia 1, parte 3: O final de um longo dia
Estava frio quando cheguei a Luton. Não bem frio, mais gelo. Com a bilheteira fechada só me restou a opção de ir para a rua onde estavam os autocarros, um deles destinado a levar-me para Nottingham. Sendo novo nisto perguntei à primeira pessoa que encontrei onde era a paragem do autocarro que desejava. Após uma resposta simples e, a meu ver, embriagada lá encontrei a paragem e vi o horário. Poucos minutos depois aparecia o autocarro com o motorista a descer e a falar-me com boa disposição. A primeira coisa que reparei foi o seu sotaque. Não, não era britânico, era algures de leste (perguntar-lhe as suas origens não estava nas minhas prioridades no momento). Não que isto condicionasse o que quer que fosse, no entanto. A segunda coisa que reparei aqui foi que, apesar do voo e do frio, ainda me sentia em Portugal. Porquê? Porque apesar de eu ter esperado sozinho na paragem certa, meia dúzia de pessoas em paragens diferentes se direccionaram para onde eu estava e sem muita ordem começaram a expor os seus problemas, todos iguais aos meus, ao motorista. Todos portugueses, vieram no mesmo voo que eu e decidiram que eles eram prioridade e não a pessoa que já lá estava a falar com o motorista (eu). Este, no meio da confusão lusa, viu-se obrigado a impor o seu espaço. Alguns problemas ajudaram, outros nem por isso. A maioria estava na mesma situação que eu, tinham bilhetes comprados que queriam ver trocados ou reembolsados, mas nenhum deles ia para o mesmo sítio que eu. Havia até uma senhora que não sabia falar inglês.
Depois de despachar o máximo de pessoas que conseguiu, o motorista lá me concedeu algumas palavras. Mostrei-lhe o meu bilhete, falei-lhe da minha situação e ele apenas disse que eu teria de comprar um novo bilhete se quisesse ir naquele autocarro. Sendo o último da noite, eu cansado e ansioso por chegar a casa, decidi apanhar aquele autocarro. Nesta altura o tom de voz do motorista e as suas maneiras tinham mudado muito. O bilhete custava o dobro do que paguei pelo original e, visto que eu não tinha moedas, o motorista viu-se obrigado a dar troco. Aqui detectei uma primeira falha que não noto em Portugal: o motorista também não tinha troco certo nem qualquer forma sítio onde armazenar o dinheiro para situações como esta. Tendo em conta a situação, já nenhum de nós muito bem disposto e cheio de pressa, o motorista deu-me troco a mais. Não que eu me queixe disto mas não me parece uma solução muito justa. Depois disto, sentei-me do lado direito do autocarro e esperei que ele partisse, observando a pequena localidade de Luton antes de seguir para a escura autoestrada.
Este autocarro tinha duas coisas boas que não encontrei até hoje em nenhum autocarro português: cinto de segurança e casa-de-banho. Havia também um sistema de opinião via-sms do serviço pela parte da companhia de autocarros que eu decidi não utilizar. No final da viagem fiquei feliz de não o ter feito. Visto que estava no lado direito do autocarro, algo que acontece imenso em Portugal, demorei a reparar que ia no lado errado da estrada. Mas quando o reparei, à entrada de Leicester, a adaptação foi lenta. Isto mais o facto de ver uns quantos postos de abastecimento pelo caminho da Repsol fizeram permanecer o sentimento de ainda estar em Portugal. Mas tudo isto desapareceu quando cheguei aos arredores de Leicester. Para começar os semáforos ficam vermelhos e verdes ao mesmo tempo antes de ficarem verdes. Os sinais à beira da estrada tinham luzes próprias para os tornar mais visíveis. Isto relacionado com as pequenas casas típicas inglesas (algo que vim a verificar na minha estadia), as lojas abertas até muito tarde (eram por volta das 23h quando vi tudo isto), existência de Blockbuster, táxis pretos e redondos e muita vida nocturna trouxeram-me à realidade Inglesa. O único contraste que verifiquei entre os arredores e a cidade de Leicester foi o facto de os arredores serem dominados por vivendas e a cidade por prédios. No entanto, os exteriores são todos feitos do mesmo material: tijolo vermelho-escuro.
Em Leicester o autocarro parou, tal como tinha sido avisado a Susana. Eu aproveitei e saí do autocarro para respirar algum daquele ar nocturno inglês. É igual ao Português mas mais seco e frio. Fiz bem em fazer isto pois o motorista tinha retirado a minha mala do espaço reservado para as malas no autocarro. Visto que havia um autocarro com o mesmo número que o meu parado à frente deste eu fui perguntar ao motorista se era necessário trocar de autocarro. Ele fez um olhar de surpreendido e respondeu-me que não, que aquele autocarro ia até Nottingham. Expliquei-lhe que perguntava isto pois tinha retirado a minha mala e ele rapidamente me pediu desculpa e voltou a colocar a mala onde estava até então. Voltámos para dentro do autocarro, sentei-me do lado esquerdo desta vez, o motorista certificou-se que todos iam para Nottingham e voltou ao caminho. Esta parte da viagem já foi mais curta, menos de uma hora a chegar a Nottingham. A entrada de Nottingham não deixa muito a notar à noite, tudo muito escuro, pouca iluminação. A cidade em si é constituída de prédios altos e ruas muito movimentadas.
Na paragem final a Susana estava já à minha espera. Desci, recolhi a minha mala e o motorista pediu-me desculpa pela confusão e pela forma como me falou e explicou que tinha sido a situação de todas as pessoas lhe irem falar ao mesmo tempo que o levou a falar assim. Naturalmente, compreendi-o pelo que lhe falei novamente com boa disposição e agradeci-lhe por uma agradável viagem. Aí comecei a viagem para casa com a Susana, andando um pouco por um centro comercial fechado na parte das lojas mas com um trajecto pelo interior que atravessámos como que um atalho. Chegámos ao centro da cidade e aí, para escaparmos aos bêbados nas paragens, apanhámos um táxi. Cheguei a casa, comi qualquer coisa e fomos dormir.
Margaret Whiting and Johnny Mercer - Baby It's Cold Outside
Depois de despachar o máximo de pessoas que conseguiu, o motorista lá me concedeu algumas palavras. Mostrei-lhe o meu bilhete, falei-lhe da minha situação e ele apenas disse que eu teria de comprar um novo bilhete se quisesse ir naquele autocarro. Sendo o último da noite, eu cansado e ansioso por chegar a casa, decidi apanhar aquele autocarro. Nesta altura o tom de voz do motorista e as suas maneiras tinham mudado muito. O bilhete custava o dobro do que paguei pelo original e, visto que eu não tinha moedas, o motorista viu-se obrigado a dar troco. Aqui detectei uma primeira falha que não noto em Portugal: o motorista também não tinha troco certo nem qualquer forma sítio onde armazenar o dinheiro para situações como esta. Tendo em conta a situação, já nenhum de nós muito bem disposto e cheio de pressa, o motorista deu-me troco a mais. Não que eu me queixe disto mas não me parece uma solução muito justa. Depois disto, sentei-me do lado direito do autocarro e esperei que ele partisse, observando a pequena localidade de Luton antes de seguir para a escura autoestrada.
Este autocarro tinha duas coisas boas que não encontrei até hoje em nenhum autocarro português: cinto de segurança e casa-de-banho. Havia também um sistema de opinião via-sms do serviço pela parte da companhia de autocarros que eu decidi não utilizar. No final da viagem fiquei feliz de não o ter feito. Visto que estava no lado direito do autocarro, algo que acontece imenso em Portugal, demorei a reparar que ia no lado errado da estrada. Mas quando o reparei, à entrada de Leicester, a adaptação foi lenta. Isto mais o facto de ver uns quantos postos de abastecimento pelo caminho da Repsol fizeram permanecer o sentimento de ainda estar em Portugal. Mas tudo isto desapareceu quando cheguei aos arredores de Leicester. Para começar os semáforos ficam vermelhos e verdes ao mesmo tempo antes de ficarem verdes. Os sinais à beira da estrada tinham luzes próprias para os tornar mais visíveis. Isto relacionado com as pequenas casas típicas inglesas (algo que vim a verificar na minha estadia), as lojas abertas até muito tarde (eram por volta das 23h quando vi tudo isto), existência de Blockbuster, táxis pretos e redondos e muita vida nocturna trouxeram-me à realidade Inglesa. O único contraste que verifiquei entre os arredores e a cidade de Leicester foi o facto de os arredores serem dominados por vivendas e a cidade por prédios. No entanto, os exteriores são todos feitos do mesmo material: tijolo vermelho-escuro.
Em Leicester o autocarro parou, tal como tinha sido avisado a Susana. Eu aproveitei e saí do autocarro para respirar algum daquele ar nocturno inglês. É igual ao Português mas mais seco e frio. Fiz bem em fazer isto pois o motorista tinha retirado a minha mala do espaço reservado para as malas no autocarro. Visto que havia um autocarro com o mesmo número que o meu parado à frente deste eu fui perguntar ao motorista se era necessário trocar de autocarro. Ele fez um olhar de surpreendido e respondeu-me que não, que aquele autocarro ia até Nottingham. Expliquei-lhe que perguntava isto pois tinha retirado a minha mala e ele rapidamente me pediu desculpa e voltou a colocar a mala onde estava até então. Voltámos para dentro do autocarro, sentei-me do lado esquerdo desta vez, o motorista certificou-se que todos iam para Nottingham e voltou ao caminho. Esta parte da viagem já foi mais curta, menos de uma hora a chegar a Nottingham. A entrada de Nottingham não deixa muito a notar à noite, tudo muito escuro, pouca iluminação. A cidade em si é constituída de prédios altos e ruas muito movimentadas.
Na paragem final a Susana estava já à minha espera. Desci, recolhi a minha mala e o motorista pediu-me desculpa pela confusão e pela forma como me falou e explicou que tinha sido a situação de todas as pessoas lhe irem falar ao mesmo tempo que o levou a falar assim. Naturalmente, compreendi-o pelo que lhe falei novamente com boa disposição e agradeci-lhe por uma agradável viagem. Aí comecei a viagem para casa com a Susana, andando um pouco por um centro comercial fechado na parte das lojas mas com um trajecto pelo interior que atravessámos como que um atalho. Chegámos ao centro da cidade e aí, para escaparmos aos bêbados nas paragens, apanhámos um táxi. Cheguei a casa, comi qualquer coisa e fomos dormir.
Margaret Whiting and Johnny Mercer - Baby It's Cold Outside
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