Aqui deitado em nenhum terreno que importa ao povo humano observo o tempo passar através de nuvens brancas e céus azuis. Lentamente passam pelos meus olhos tal como o vento suavemente acaricia a minha pele nua. Aqui observo as estações e as idades. Observo como a folhagem de cor verde primaveral já começa a conhecer a sua variante outonal. Absorvo todo o conhecimento pois todo o conhecimento me é revelado. O Universo é infinitamente claro. Tão claro que me esqueço de o abraçar e aceitar como irmão. Fomos criados da mesma forma, pequenos átomos que lentamente se foram expandindo. A diferença é que a minha expansão física terminou e deu lugar à expansão mental enquanto que o Universo se mantém em expansão física até implodir e, quem sabe, levar-me com ele. Já a sua expansão mental todas as criaturas para tal contribuem. E idades vão passando, do ouro ao bronze, começando pela bravura das donzelas e a coragem dos heróis e acabando com a decadência e corrupção dos nossos dias. Mas será mesmo este o fim? Seremos nós o último tempo? Não o desejo ver a acontecer pois vejo potencial em cada árvore e em cada pássaro que canta, cada manhã solarenga que nasce e que me cumprimenta com um sorriso. Vejo potencial em cada chuva que cai e neve que decora as ruas, dando cor e vida à sua noite invernal. Há mais nesta decadência do que o declínio da nossa existência. Basta olhar à volta e inspirar o oxigénio, deixar o nosso génio criativo funcionar.
Epica - Chasing the Dragon
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