Há luz no horizonte. O Sol pôs-se, fugiu da noite mas ainda o céu se mantém claro e as pessoas caminham na rua. À volta das árvores vêm-se as sombras dos pássaros a circundar, a rodopiar no ar para encontrar algum sítio onde pousar e descansar. Não há verdadeiramente descanso nesta cidade. É um povo de lutadores que aqui vive, descendentes de Virgílio e Afonso. Este é um povo que procura estabilidade para repousarem uma noite descansados.
Mais uma vez a noite se põe mas não se encontra descanso para os desgraçados sobre os quais ela cai. A Lua observa isolada esta desgraça, misericordiosa mas impotente. Sossegadamente é mostrado o lado mais negro da vida. Injustiça cometida após fraude, são os oprimidos que ainda sofrem. O pouco que lhes resta é-lhes retirado e tudo o que lhes resta é vida na rua e espírito derrotado.
Já não vejo luz no horizonte. Esta noite é igual a tantas outras. O nosso silêncio é o nosso pesar porque na rua há a violência da nossa frustração e o sangue derramado leva ao nosso desespero ser arremessado. Suam e sangram as pedras da nossa calçada enquanto nós, descalços, caminhamos contra os canhões e pela nação que nos roubaram e que outrora, tal como agora, aclamámos.
Soulfly - Rise of the Fallen
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