segunda-feira, 7 de abril de 2008

Chuva ardente (a meus olhos)

Sigo as gotas com os olhos, assim como elas seguem o vento com as suas almas, a sua essência a destruir o veneno que corrompe o solo desta terra. Breve e suave é o teu toque nas mais tenras e puras flores que permanecem erguidas por entre guerras cruzadas, conseguidas por mortais nos sítios proibidos, acabadas por ninguém mais que o teu rosto, a tua face resplendente de beleza e dor, mistura alcoólica para uma saudade erótica de tempos mais quentes e viciantes. As tuas palavras, frias e mudas, mudam-me o rumo dos pensamentos, agora sempre focados em ti porque não me deste outra hipótese naquele dia, não me seguraste enquanto caía na profundidade da tua alma, consagrando o tormento que me dás, consumindo o prazer que te dou ao mais simples toque. Oiço a tua respiração, rápida e inconstante, cega de raiva e desilusão, observo-te de cabeça rebaixada, parecendo mais desiludida com o que te digo do que com as minhas acções. Não te digo o que penso porque o que penso é uma percepção demasiado irracional e precipitada, o medo de te perder quando nunca te tive (e se calhar nunca vou ter). Compreendes que é por ti que me sinto assim hoje?
Gosto da chuva mas prefiro imaginá-la a arder no exterior, apenas para contrariar as leis mais naturais deste mundo, apenas para desafiar o que nos separa, um modo de exteriorizar a raiva sem cometer qualquer erro para contigo. Fico viciado em ti e no teu fogo, preciso do teu olhar, do teu sorriso, do teu toque, preciso que me tenhas nos teus braços enquanto que a chuva nos cai na face e juntos nos queimamos para algo inferior, uma realidade mais demente do que a nossa, a própria concepção do Universo, o nosso próprio e reservado Universo que tanto temo não ter. E ainda ontem gostava da melancolia que me trazias, hoje parece que só serve para o mesmo efeito que todas as outras. Não que a culpa seja tua pela minha mente infantil e a minha ingenuidade natural, apenas que não consigo controlar a minha imaturidade quando te aproximas de mim com o teu olhar sedutor posto em mim, bloqueando qualquer outra coisa de vista, apagando qualquer outro som emitido que não tenha sido por ti. E então acordo, desperto para o teu dia.

2 comentários:

sónia fernandes disse...

n sei bem como dizer mas é natural que seja assim!!!!!!!!!!

para maior parte das pessoas...alguns são so anormais...n te atrevas a chamar-me anormal!

My little Moon disse...

Gostaria de saber uma coisa rising...

posso perguntar?