quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Interior fight

Close the door, it's time to leave. The night was conquered by longness. You just left and I feel empty already. Almost as empty as this blank page that I try to fill with the feelings that you left me. Here I write gladly all the things that I couldn't tell you to your face. All because you said that you don't want to get involved, you don't want to be serious. It breaks my heart. It storms my mind and I know that I'll go insane before I can hold you again. Even now, dust pushed aside and glowing heart smiling, I long for your touch, for your flesh.
I remember your lips, that smile that you make every time you see me, a song that only I can hear, a love that my heart can't bear. I deliver it to you on a golden plater to watch you destroy it, merciless, ruthless, emotionless. And what I need is you to be conquered by it, dragged in, inexplicably. So patiently I'll wait for the day you'll give in. Until then I remain in silence and devour this darkness and insecurity that is mine since birth. I'll see all that I know change, myself included. All but the rain. And the rain will bless me with remembrance, given that the days gone by will never return.
A new day dawns and all is the same. This four walls still remain standing. Bitter heart that suffers so, look at the window and have pity on your soul, let the sun shine though and the beauty of the world burn your mind with excitement and new will to live. Understand this or understand nothing at all: you dwell in a dimension unknown to any human being, a dimension only you belong. If you with to remain there, let yourself be there alone, draw her not into your petty disgrace. You selfish, coward, mourner of your own self. You don't even have courage to look at the mirror and accept the disgrace that you are. Bleed. Bleed, let time get you. Bleed, grow old until you finally turn to the dust that you say you've pushed aside. Have some shame, some dignity. Let her be and disgrace her not as well.
Silence. It's all you need. Silence and a dark, empty room. Walls to thick that it'd that you years and years until you could punch your way out. Escape to your kingdom of ice that you've build in your mind. Reign there, tyrant of your own pain. Reign there and watch it all burn, slowly. All decay and havoc. You brought this. You did it to yourself. Silence! Everything will end soon.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Village

I'll tell you the story of a village in the remote corner of the Earth, a village where the mountains obscure the Sun, where the wind doesn't blow, where the rivers are stale and youth is banal. Surrounded, trapped, all the same. The air is breathed repeatedly, even at the border of the woods, where the darkness crawls and the villagers are forbidden. The trees stop growing and Nature mourns the death of it's beauty. Here there's nothing for anybody but nobody stays still. The young play, the man work, the old drink and death dances along with its shadow. Look around, what do you see? Crystalline mountains underneath the clear blue sky and a tyrant rising.
No one speaks of the growing power, no one fears it. The lake shows the reflection of those of wish it and of the sky but can anyone truly see it? Can it truly be that there's so much space, so much freedom? It's forbidden now. Forbidden to think, to act, to move. It's forbidden to believe, to have dreams. A tyrant rose and everything fell into his domain. And the cost of such power? Nothing. No one revolts, no one is bewildered about the order of things, the orders given to them. Maggots, trees, water, they all digress because they are free. Humans, they stand still on time, not proud, not individuals, not free. No one rips the borders of the woods with a sprint. No soul, not even a tearful rejected child. And I watch this every fucking day. All puppets played by the hands of those who bought the souls of the villagers. They sold them so easily. They just threw it away, laid down in their beds and fell a sleep. Only a whisper and they all vanish.
There's an image. There's an ideal spoken in the various child tales, sang in every song. There are words to kill the loneliness, to explain all the mediocrity and secrecy. The light shines only on the few but it shines overwhelming. There's a revolution in people's mind. The tyrant's power conserved in a crystal ball is about to explode and everyone feels the upcoming day where the village will be so much more than anyone has ever seen. The youth won't be a designation for those born more recently, will be used for the children playing in the field. Everything will be new. All the pieces are coming together, all that is left is to wait, patiently. And who am I? I'm the on that sits by lake all day, remembering the days of the old, waiting for the river to run its course again. When the tyrant realize that the youth is no longer a child, the river will flow, the trees will breath and the Sun will shine. I'll vanish, mission accomplished.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Aranhas

Hoje as aranhas recolhem aos seus esconderijos mais cedo, fogem com medo da alvorada que está para chegar. A Mãe-Lua avisou-as da chegada do seu pior inimigo, a hesitação. As suas teias são deixadas desertas ou com presas que esperam que a morte chegue. O desespero abate-se sobre esta noite e também eu deixo o sono ser corrompido por imagens de destruição. Perco vida nesses sonhos, perco tempo a pensar no que poderia ser se fossem realidade. Ah, tantos ses! Hoje a hesitação chegou e as aranhas partiram todas para se esconderem do meu temor, incapazes de conter a sua calma quando deparadas com a minha raiva incontrolada.
São oito os seus olhos, são centenas os que me observam. De qualquer buraco, de qualquer canto, refugiadas, escondem-se. Sabem que penso, sabem que vivo e respiro. Sabem que eu as observo ainda que não as vendo. E observando-as continuo, contendo a minha necessidade de me manifestar, a minha urgência em beber o líquido alaranjado. Tudo por causa das suas palavras, estas que apenas existem porque uso eu palavras minhas por necessidade dela perto de mim. Mas ela hesita. Ela desliga a luz, ela deita-se na cama, fecha os olhos e sonha de sítios em que não tenha de enfrentar esta realidade. Oh! como gostava eu de lhe afastar as mágoas e curar as cicatrizes. Mas tudo o que tenho a oferecer são palavras, mesmo quando as dela me parecem espinhos que se cravam na alma. E as palavras não fazem o mundo de fantasia ser o mundo real. Na noite elas desvanecem e também a força e esperança que me movem. À luz as aranhas permanecem silenciosas mas no escuro todas sussurram enigmas para me adormecer.
Parece-me que a minha inocência é sinal de fraqueza. E por isso parece-me que amar é uma tarefa de um humano apenas. Dedicadas foram já as minhas intenções para com outra pessoa, devolvidas como lixo, remexidas, misturadas, abandonadas ao seu pobre destino. Digo isto à escuridão para que as centenas de olhos me oiçam. Volto a ligar a luz e olho ao redor com olhos que ardem de dor não física. As aranhas movem-se lentamente pelas paredes até ao chão. Aproximam-se e esperam. Deixam-me pensar e perceber - hesitação é mesmo isto, uma táctica para evitar sofrer. Mas hesitar deixa-me outra vez sozinho contra o mundo e essa é uma batalha que já me fartei de perder. Por isso rogo à noite, deixa-a fechar os olhos com mente pesada e voltar a levantar-los de alma leve. Que se decida, é tudo o que peço. O mundo está cá sempre à minha espera. E eu cá permaneço, com as aranhas como companhia de reflexão e solidão. Mostraram-me o que é hesitação.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Sombra da noite

Vacante coração que ocupaste com destreza e subtilidade,
Errante canção que entoaste, deixando o tempo cumprir a sua finalidade,
Magoada alma que encontraste, sanada alma que aqui deixaste.

Alvorada que teima desabrochar, aquela em que te vou poder finalmente segurar,
Olhar para ti e sentir genuinamente, mesmo não sabendo se me tens em mente,
Falar do verdadeiro sentimento, contar-te desta esperança que alimento,
De falar abertamente e sem medo da rejeição ou do possível desalento,
Olhar para ti e dizer 
Que em ti adoro tudo o que seja teu,
Tudo o que me leva a crer
Que tudo teu pode ser um dia meu.
O teu sorriso que ilumina o dia assombrado pela silhueta da minha cobardia,
Todas as manhãs e tardes que perdi a ver-te passar e falar e nem uma palavra produzi,
Todos os teus rancores e desilusões, todos os amores e emoções
Que nunca deixaste sair cá para fora, que lentamente te devoram agora.

Vai, adormece, minha orquídea, é tempo,
A tua face atormentada ao luar contemplo,
Egoísta sou mas aos meus sonhos dás alento.

666


Oãn àh reuqlauq megasnem adidnocse iuqa, adan ed ocinâtas a recetnoca rop setse sodal.
È sanepa o 666º tsop etsen glob e em-uecerap amu aob arienam ed o raromemoc.
Es-matrivid.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Silenciosos, partimos...

Planícies verdes, mar azul, gaivotas que pairam no ar como papagaios. O vento que sopra forte, a trovoada que ameaça romper a noite e criar um novo dia, a chuva que cai sobre o meu corpo efervescente, acalmando a alma. Minha é a esperançada mente que tanto luta e sonha mas falha em alcançar. Tenho os pensamentos em círculos, os sentimentos fechados, aprisionados, desgraçados que engulo vezes sem conta e agradeço às estrelas pelo dia que os humanos decidiram destruir toda a Natureza. Criaram a distância, criaram a minha salvação. Foram apenas inerentes ao seu próprio destino, tão insignificantes na altura como o são agora para mim. E malditos, voltemos a mim, é a mim que amo e ninguém mais.
Penso que alcançámos o mais importante: o silêncio! O silêncio é essencial. E como é que o sabemos, como é que o temos? Deixamos o tempo passar, palavras são cuspidas e gastas, usadas ao acaso para preencher o embaraço. Não há tranquilidade, apenas desespero. E isso vê-se nos olhos da outra pessoa tal como são visualizados nos teus. Levamos a pessoa para o escuro, o desconhecido e aí já não há confronto. Há silêncio. Então podemos sentarmos-nos no escuro e não ver nada, nem saber se olhos estão abertos ou fechados, e passamos a saber que somos desiguais e duas peças do puzzle que encaixam perfeitamente juntas. Há tanta isolação no meu mundo mas há sempre espaço para ti se acreditares no silêncio.
Deixemos todas as histórias antigas para trás, são pequenos barcos que flutuam em direcção ao horizonte com velas nas bordas e um velho guerreiro deitado no meio com os olhos fechados e as mãos fechadas sobre o punho de uma espada. Abordemos toda esta destruição, todo este mundo de cimento. Finalmente, tudo o que vejo é cinzento. Nuvens, edifícios, pessoas. Até as minhas próprias memórias são em tons de cinzento, lentamente desvanecendo. É a verdade demonstrada perante os meus olhos que rejeito acreditar, é o meu fado que me canta à noite que não aceito. E então algures na minha mente alguém grita para mudar, acabar com esta tristeza e melancolia. Tento em vão virar a página, começar um novo capítulo no livro mas as páginas são demasiado pesadas. Pegas-me na mão e guias-me pela escuridão dos meus pensamentos, silenciosos, partimos...