segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Sombra da noite

Vacante coração que ocupaste com destreza e subtilidade,
Errante canção que entoaste, deixando o tempo cumprir a sua finalidade,
Magoada alma que encontraste, sanada alma que aqui deixaste.

Alvorada que teima desabrochar, aquela em que te vou poder finalmente segurar,
Olhar para ti e sentir genuinamente, mesmo não sabendo se me tens em mente,
Falar do verdadeiro sentimento, contar-te desta esperança que alimento,
De falar abertamente e sem medo da rejeição ou do possível desalento,
Olhar para ti e dizer 
Que em ti adoro tudo o que seja teu,
Tudo o que me leva a crer
Que tudo teu pode ser um dia meu.
O teu sorriso que ilumina o dia assombrado pela silhueta da minha cobardia,
Todas as manhãs e tardes que perdi a ver-te passar e falar e nem uma palavra produzi,
Todos os teus rancores e desilusões, todos os amores e emoções
Que nunca deixaste sair cá para fora, que lentamente te devoram agora.

Vai, adormece, minha orquídea, é tempo,
A tua face atormentada ao luar contemplo,
Egoísta sou mas aos meus sonhos dás alento.

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