segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Vivência

Explica-me os teus sussurros ao longo da noite, os teus sonhos e pesadelos. Explica-me aquilo que sentes quando falas comigo e aquilo que eu sinto se ainda não te vi. É um mistério que se possa sentir o que não se conhece, não faz sentido, não poder agarrar a escuridão mas saber que está ali. A menos que se seja cego, aí agarra-se o mundo involuntariamente e talvez se viva involuntariamente. Nós somos os beneficiados, os influenciados, os que vêm e os que são enganados. Eu sou o que pensa, o que descobre o que conclui e que então percebe que sempre esteve errado e que pertence à mesma patente de todas as outras formigas que caminham pelos montes. Eu, que nunca caminho sem sentido, que me sinto desgasto apenas quando descanso mais, não sei que mais dizer, que mais fazer, o caminho para a honestidade espontânea abandonou o meu ser há muito.
O silêncio diz-me muita coisa. Aprendo com ele que a vida não é mais que uma filosofia abandonada ao caos da nossa realidade e do nosso tempo, aprendo que os filósofos são mentirosos e sonhadores e que todos os outros são vigaristas, carentes e tristes, procurando abandonar o nosso mundo com a sensação de que conseguiram alcançar algo. E daí provém a sua tristeza, por mais dinheiro que tenham feito, por mais pessoas tenham influenciado, nunca foram mais do que simples humanos que um dia sonharam e que a partir daí deixaram de ter tempo para respirar e aproveitar a sua obra. O silêncio traz-me o ar que respiro, os pensamentos que se aprofundam na minha consciência e se entranham na minha alma para me destruir por dentro. Entranha-se na escuridão dos meus sonhos, completa-me na minha inconsciência indefesa.
E na superfície existem apenas pensamentos involuntários de memórias inexistentes e situações e sentimentos nunca sentidos, que nunca existiram.

2 comentários:

Liliana/Blewmethod disse...

Não podias ter escrito nada mais real. Sonhos é bom sonhar de vez em quando,mas sonhar demais leva a falsos pensamentos, falsos sentimentos e falsos prejuízos. Ter carência também é bom, sentir um toque, sempre é bom sentir um toque. Desde que não seja também carência a mais, e que necessite disso a toda hora e que deixe isso dominar a sua vida. Estar triste também acontece, tens de deixar a tristeza ser uma coisa boa, basta veres como uma aprendizagem, se estás triste foi porque algo não correu bem, aí depois podes utilizar isso como uma lição. Não precisas de estar sempre feliz, nem sempre triste, não precisas de pensar tanto no que estás aqui a fazer ou que objectivo tens, tens que fazer e pronto, o que tas aqui a fazer também no silencio? tens de te sentir realizado de alguma forma enquanto vivo. Prestares-te para alguma coisa, não precisas de ser diferente. No geral, somos todos formigas, mas individualmente temos todos algo cá dentro que nos faz ser diferentes, por isso se existe alguma diferença que nos distinga: Somos todos diferentes. Ninguém tem a mesma maneira de pensar, ninguém tem os gostos iguais, a 100%, ninguém tem a mesma personalidade, outras nem personalidade têm. As caras nunca são iguais, os olhos. Nem os teus olhos são iguais, uns têm mais centímetros que os outros. Sabes? Nada é igual. É tudo diferente...o que não muda nos humanos é a mania de querer achar algo para se sentirem superiores. Não diferentes....mas sim superiores.

Liliana/Blewmethod disse...

http://www.youtube.com/watch?v=i1p4N935DTg


Sometimes...I feel alive, dead, I feel lonely, I need space, my heart hurts. sometimes it's all in my head.

Sometimes... there are no problems, I've got too much to face, things go right, things go wrong, I want to laugh, I want to cry, sometimes I want to die, I want to live, sometimes, I want to face life, I want to sing, I want to shout, sometimes, I know the asnwer, I'm in doubt, I make decisions, I'm told what to do, I find life hard, sometimes...so do you.

:)