terça-feira, 15 de novembro de 2011

Tu que voas para longe


(Actias Luna - Luna Moth)

É difícil encontrar as palavras certas para descrever uma pessoa.
É ainda mais difícil descrever um sentimento.
Mas cada sentimento escrito é um sentimento não sentido.
Cada sentimento que sinto é um batimento que me escapa ao controlo.
E esse é mudo, tal como eu sou surdo...
Surdo e cego a toda a dor à minha volta.

Falta-me compaixão, dizem-me.
Falta-me paixão, sentir o coração arder
E esperar viver para ver a chama sobreviver.
Mas das achas ergue-se uma vontade.
Essa vontade dita-me a verdade,
Diz-me sermos todos apaixonados,
Não apenas eu mas todos estamos condicionados
Pela nossa mente e racionalidade
Que nos impede de seguir a nossa vontade.

Mas é desusado este coração
Que deixou um anúncio de aluguer ou trespasso
Nas ruas do aclamado acaso.
É terra fértil para mãos que não desejam trabalhar,
É castelo no topo da colina com arqueiros prontos a disparar,
É meu e não teu, tu que voas para longe, para além de rios e terras sem Verão.

3 comentários:

carla marques disse...

gosto

Issigonis (lol) disse...

Tens fogo para escrever... Isso não é bom?
já viste a curta-metragem dos tipos que trabalhavam num supermercado no algarve?

http://www.trailers.com.pt/comando/

Mas se procurares encontras o filme completo (10m).

Junta iniciativa a essa tua vontade de escrever e vai escrevendo umas coisas além do expressar dos sentimentos. Era uma boa ideia humm?

Abraço

sónia fernandes disse...

Excelente!!! grande influencia de Cesário verde, não é?