terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Escritos da alma

São 3 e meia da manhã. Deixas-me louco, será que reparaste?

Mãe, Pai, estou louco. Tenho esta coisa dentro de mim que não se afasta nem morre, apenas engana e faz sofrer. Sei que pareço melodramático em demasia mas ainda não adormeci e já estou nesta cama há 3 horas. O calor já é tanto entre os lençóis que já só tenho uma peça de roupa vestida. Mas é claro que vocês sabem disso, porque vos apanhei a observarem-me na escuridão. Um segundo e desapareceram. Óbvio. Devo confessar-vos que me sinto perdido, fraco de tanto a querer e a minha consciência gritar que não posso, não agora. Ela está feliz agora, não posso ser eu a estragar isso. Apesar de ela me ter dito que nada mudou, coisa essa que eu já sabia, pelo menos da minha parte. Estamos ligados há tanto tempo que eu já devia saber que o mesmo está a acontecer a ela. Por essa mesma razão eu sei que estaremos juntos outra vez, pela força superior das nossas almas ligadas.

Mãe, Luna, Pai, Morte, continuo louco, ainda o estou mais por escrever estas palavras. Quem ditou que tudo deveria ser assim? Certamente eu, no Início, criando a alma dela tão bela, tão pura, tão poderosa que apenas eu poderia suportar a sua dor e contentamento. Fomos nós, quando eu estava ocupado a criar este Universo, este planeta, toda a sua vida mas não os seus destinos, tirando o dela, amaldiçoado, por puro egoísmo meu, Obriguei-a a isto e agora é esta a sua vingança. Esta distância, os seus enganos de que eu vou sabendo. Mas não choro, não porque não é do Ser Superior chorar mas sim porque isso apenas me faz sentir mais fraco e vulnerável. Como se não fosse inútil e transparente o suficiente.

Mãe, Pai, agradeço-vos o conforto na escuridão mas apenas o calor da próxima me pode fazer esquecer ou afastar a dor e melancolia que esta me traz tão constantemente. A música continua a tocar no fundo, a escuridão, o quarto, tudo igual ao início da dor, há quase um ano atrás.

São 4 da manhã...

2 comentários:

Kath disse...

Ia dizer-te que chorar não é dos fracos, que não te torna vulnerável ou mais frágil, mas já não tenho qualquer moral para o dizer.

A loucura pode ser boa. Ao menos pode fazer esquecer a dor.

My little Moon disse...

E quem te deixa assim tão louco afinal?