domingo, 24 de fevereiro de 2008

Minus sobrium

Esqueci-me de como se respira... No entanto, mantenho-me aqui, nesta fase inútil do dia, aquele em que fico parado horas e horas na minha cama a pensar no que não existe e no que nunca vai existir. Fico aqui porque a tarefa de abrir os olhos e ver o mínimo de luz é já algo que me repugna, é algo que me demonstra que estou na minha realidade, não nos meus sonhos. Por isso, volto a fechar os olhos, absorvendo a música que parte o silêncio em que pequeno pedaços cortantes de imaginação. Adormeço novamente.
Esqueci-me de respirar... No entanto, hoje sinto-me capaz de fazer tudo, concretizar aquilo que apenas desejo em sonhos. A falta de energia encoraja-me, os dedos, ainda trémulos, arranjam forças inimagináveis para segurar a minha cabeça enquanto caio num abismo profundo de realidades perdidas, hipóteses que nunca tiveram tempo de serem exploradas, palavras nunca ditas. Tudo memórias inacabadas. Estou a matar-me lentamente com estes desejos, com estas melancolias que duram dias sentado no escuro, isolado, perdido em mim. E apenas agora, não tão sóbrio como estava há 20 minutos atrás, me apercebo do que realmente me falta. Mantenho-me no topo da minha estupidez, onde os pensamentos do nada predominam.

1 comentário:

My little Moon disse...

Nem tu sabes a sorte que tens em ter só isso rising.

Não te afundes mais... não deixes isso aconteçer!