quarta-feira, 5 de março de 2008

Crimes de amor - parte I

A noite tinha desaparecido e agora o Sol iluminava tudo à volta dela, sendo ela apenas uma sombra desfigurada, mostrando a sua profunda tristeza. Aproximei-me como o simples senhor que me revelo ser, tentando fazer com que a confiança se demonstre na minha face. Ela viu-me e a sua face escureceu ainda mais. Avancei dizendo:
- Que tens?
- Porque apareces tu sempre que eu transpareço tristeza?
- Não sei. Mas cá estou, como sempre.
Finalmente junto dela, ela envolta-me com os seus braços, os seus olhos a brilharem com lágrimas nos olhos, aproximando os seus lábios aos meus.
Afasto a minha face, mostrando não repulsa mas sim decisão.
- Não me desejas... - disse ela baixando a sua face, voltando para a obscuridade.
- Fala comigo dessa forma quando toda a mágoa desaparecer. Então responder-te-ei da mesma forma. Mas não te falarei de amor enquanto tu tiveres em mente outro.
- Esse dia chegará?
- Isso cabe-te a ti decidir. Eu apenas quero a tua alma puramente para mim, o corpo é apenas uma prisão e a mente, uma realidade. Entretanto abraço o frio da noite.
Dizendo tais palavras, ou profanando tais blasfémias, afasto-me, sentindo o pesar da minha decisão e a vitória do meu orgulho na minha garganta. Nesse dia apenas a avistei uma vez mais, quando procurei a glória no sangue...

2 comentários:

Carla Marques disse...

para um "pseudo ateu" tu usas mt a palavra blasfémia e seus derivados...

My little Moon disse...

P-E-R-F-E-I-T-O!

O que eu não dava para que isso aconteçesse na minha vida