quarta-feira, 12 de março de 2008

Verdade

Explica-me o que se passou, explica-me o que perdi, porque me passaste à frente e nada me disseste, porque já não consigo falar na tua presença, intimidando, ou simplesmente não consiga encarar o teu olhar de censura perante as minhas palavras. Como te disse, não esperava que compreendesses, muito menos que correspondesses ao que sinto, mas também não esperava a tua indiferença e desprezo. Não me parece que te tenha feito algum mal para merecer tal coisa de ti.
Sinto-me em baixo. Sinto-me fraco, sem conseguir comunicar, sem conseguir deitar um olhar, um que traduza todas as palavras que te quero dizer, um que me faça sentir que realmente tentei. Expulsa estes demónios de mim com palavras de conforto, ou fá-los crescerem mais fortes com palavras de ódio, mas dá-me algo a que me agarrar para continuar a viagem por entre o desconhecido futuro, as brumas que se aproximam mas que nunca realmente chego a penetrar.
Engasgo-me nas minhas próprias palavras, afundo-me na vastidão do meu ser vazio, porque assim o deixas ser, não me impedes de cair, não me esticas a mão e me agarras para algo melhor. E eu não te agarro o pescoço para te esganar porque aí estaria a esganar uma parte de mim existente há mais tempo do que pensas. E aperceber-me do facto de que tu desapareceres por mais do que um segundo da minha mente seria um engano faz-me sentir incompleto, repleto de escuridão. E se isto não te basta (o que eu já sei que não basta), deixa-me mostrar-te pessoalmente a verdade.

3 comentários:

Kath disse...

Muito sinceramente começo a achar que não sei como comentar isto. A nível literário, alguns erros que eu sou "simpática" para tos apontar (ou perfeccionista, como lhe queiras chamar), mas a nível de conteúdo - é sempre o mesmo. Não há passarinhos na tua vida? Flores, borboletas? Arco-íris, unicórnios?

If you feel like crying, cry.

My little Moon disse...

Life is cruel... and love too.

Sei como te sentes, já me senti assim em tempos.

Parece que vives sempre com um nó na garganta.

Anónimo disse...

Muito bom!!!!

Parabéns, escreves muito bem.

O amor por vezes prega grandes partidas e por vezes quando é maltratadao pela pessoa que amamos parece que estamos sós no mundo e não há ninguém para nos dar a mão.
Se começares a olhar para outros lados talvez essa dor passe.