terça-feira, 11 de março de 2008

Relembra outrora

Deixa apagar a chama,
Pois o sangue foi derramado,
Deixa-te cair na cama,
Pois o teu amor foi exilado.


Abandonando tudo o que é teu, a liberdade da escolha, o espaço livre onde te podes ver liberta das trevas, as tuas amigas, onde podes ver a luz do Sol, resplandecente sobre os teus olhos esmeralda, queimando a tua beleza, dedicando o teu tempo à Deusa, a que não precisa de ajuda mas que nos mata a todos. Preciso do teu calor, preciso do teu conforto, das tuas palavras suaves, das tuas mãos de seda. Preciso de tudo o que tu não me dás e detesto tudo aquilo que me dizes, formas de me ignorar e afastar, magoando, cortando, queimando.
O mar resplandece o azul do mar, as nuvens são os peixes que lá nadam, inocentes, sem terem noção de que o mundo gira e as vidas acabam, de como são presas na diversão humana. A (minha) criação está a murchar, desistindo de todas as guerras, batalhas, pequenas lutas que significam as suas almas e as suas derrotas. Volto-me para o lado e tento adormecer uma vez mais, acabado de acordar de um teu pesadelo, encontrando a face da morte (meu pai) sorrindo, encontrando o reflexo luar a ser eclipsado pela total obscuridade.
Outrora morri, outrora renasci, sempre continuando o ciclo vicioso que agora me ajudas a terminar, violando tudo o que é puro e alimentando o drama (exuberado), trazendo luto à futilidade por dias passados, trazendo miséria à felicidade por momentos levados. Relembra os nossos momentos de outrora, esses são essenciais.

Vinda com o vento,
Veio a miséria,
Vestida de preto,
Usada mas nunca velha.

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