segunda-feira, 10 de março de 2008

Sê minha

Vende a alma, dá-me o teu ser de espontânea vontade, entrega-me o teu amor numa bandeja para eu o usar da forma a que mais me aprouver. Desiste da tua liberdade (sempre condicional) e opta pela escuridão da minha sombra, onde estarás sempre protegida, proibida a uma mínima visão do mundo, mas sempre sentindo o sabor do vento por entre os teus cabelos. Oberva o mundo dos teus olhos de cor esmeralda, os mesmo que me encantaram no início do mundo,
acompanhados por doces palavras que livremente proferes, blasfémias que eu amo e uso para sobreviver durante os dias, esperando o relance da tua face lunar, a magia que emana de ti.
Paralisado pelo medo, a perdida hipótese de te ter nos meus braços debaixo do olhar da Deusa (sempre tão poderosa como benevolente). Importas-te que eu me refugie um pouco de ti até que recupere os meus sentidos e encontre uma forma de te conquistar, uma forma de te ter para sempre e dar-te aquilo que mereces e muito mais, um amor pagão, satânico e ateu, debaixo da lua e das estrelas, por entre vampiros e Pessoas Pequenas, consumindo o ardor do nosso amor por entre as árvores, algures por entre sonhos e visões.
Deita-te no meu lado e esquece (todo o mundo), continuando a missão pela qual foste enviada, a
destruição do ser e da realidade, alimentado-te da futilidade que te dou por meio de palavras decoradas com rosas e cravos, espinhos sempre implantados, fazendo-nos sangrar (eterna e
sagradamente), ligando-nos num juramento que irá apenas romper-se com a morte (e será punido com o mesmo). Sê a Deusa enquanto que eu sou o Deus, vamos governar-nos a nós mesmos, vamos servir-nos do festim que se apresenta à nossa frente e vamos beber o vinho e cerveja que serão a nossa certa destruição. Acompanha-me durante esta fase má que és tu, que é o teu amor que arde dentro de mim há tanto tempo, esperando, desejando, lentamente morrendo pelo teu desprezo. Sê minha, Lunae e o mundo será apenas mais uma paisagem.

Talvez tenhas tido razão quando escreveste no teu blog que eu estava a tentar destruir o teu relacionamento. Mas pelo menos esperei até dizer algo. Que a desilusão venha...

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