quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Casa da criança de Novembro

Tenho uma indubitável paixão entre mãos. A questão é assassinada pela queda das águas no meio destas rochas. O som místico da natureza é considerável dentro de mim. Sinto-me no topo do mundo sentado nestas rochas, a olhar para o lago lá em baixo com os peixes a nadarem na sua inocência e ignorância. O simples reflexo do Sol nas suas escamas deixa-me num sonhos desta terra perfeita que não quero deixar. Os arbustos, as árvores, uma completa casa em que relaxo sem um único pensamento de ferro e aço. Nestes tempos de isolação perfeita, este monólitos são o meu refúgio e o reflexo da minha alma, rodeados do verde da relva. O vento uiva os suspiros dos lobos que me vêm fazer companhia, aquecer-me nestas noites e proteger-me da mão e mente da humanidade. Passeio por estas terras perdidas, enriquecendo a minha paixão.
No fim do dia encontro-me perante um campo de girassol, rosas e cravos. Aqui reside o meu coração e aqui ficará o meu sangue porque nem palavras nem expressões faciais - nem mesmo lágrimas - conseguem exprimir a minha felicidade e confiança que este sítio mágico cria. Aqui o tempo não passa então deito-me entre mares de espinhos e pétalas, observando as nuvens do céu e o azul que reflecte o mar. É como se tudo isto e eu no meio formássemos uma aurora invisível e desconhecida aos olhos negros de tudo o resto poluído. Aqui só entro e existo eu, na comunidade da Natureza e na sagrada ordem da Deusa. Não me consigo abandonar aqui e dividir-me por tudo o resto porque tudo o resto é o que quero sentir e exprimir por mim. Então ponho-me a caminho para outras terras de mim para que não perca tudo ao desejar o mundo.
Uma flor no cabelo, vou oferecê-la à minha imaginação por me permitir continuar a caminhar. Esta terra debaixo dos meus pés derrete-se em lama e reflecte os pedaços partidos da minha alma. Ainda aqui, não daqui sairei pelos gritos de ninguém. Nem ajuda será necessária a correr para as florestas verdes e castanhas das árvores sagradas onde me prendi uma vez por meditação. Debaixo do Carvalho central me sento e espero o orvalho matinal para completar esta paisaigem esplendorosa. O Sol a nascer uma vez mais atrás das montanhas, o vale lá em baixo incluído no meu sangue derramado. Aqui adormeço com a primeira gota de vinho na boca e a última do orvalho a abençoar-me. Que mais preciso aqui para além de mim?

1 comentário:

Anónimo disse...

a sério...mata-te.