domingo, 6 de janeiro de 2008

Desperta para mais um sonho

Que venha a verdade ao de cima, na escuridão da tua noite, onde a Lua se esconde, dando lugar às histórias nunca contadas a crianças para que podessem dormir à noite, em toda a sua inocência. As águas estão silenciosas, paradas, mortas por um encanto que esconde o bem, manipulando, controlando, matando, nunca deixando espaço para a verdadeira felicidade, para o sorriso de uma criança, mas nunca um sorriso verdadeiro. O medo, o desespero, tudo o que se encontra na tua mente, tudo o que é o teu mundo.
As palavras desvanecem nos teus braços à sua nascença, pois tu não queres que mais ninguém as veja. Elas contam histórias, contam visões, contam vidas, contam o teu passado. Inúmeros anos, perdidos amores, tempo gasto ou sacrificado para algo que realmente não interessa. Objectivos que mandam, mudam, servindo o seu único propósito de existir para que continues a viver. No final do dia não se sabe quem manda, se tu ou eles. Tudo depende de algo, tu depende do quê? Da escuridão que assola o teu mundo e esconde a verdade? Ou da única dependência de te esconderes em ti própria, matando a pouca existência à tua volta? Abre os olhos.
Abre os olhos, acorda para um outro sonho, uma outra realidade paralela, uma inexistência profunda e amaldiçoada, mantendo a rotina de variar a existência. Relaxa a cabeça de todos os ideais, deixa-te levar pelo vento seco que corta a pela tão facilmente, deixa o sangue escorrer para o chão pois ninguém mais do que eu é digno de o beber. E eu estou longe agora. Estou na existência da minha própria realidade, deste quarto fechado onde luto contra os meus próprios demónios, onde a única coisa que existe é uma janela para o vazio e, muito, talvez demasiado, afastada, uma janela onde te vejo todas as tuas noites. Fico-me pelo som mudo que deixaste na minha alma. Tenta contornar mais uma vez a destruição do teu quarto para que talvez, um dia, nos vejamos.

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