Um tudo. Cada ser humano é aquilo que já foi noutros tempos. Tempos pagãos em que o seu dever era servir a deusa e nada mais que isso, que a mente humana era apenas uma ligação à alma, alma essa que servia obediente e cegamente a deusa, nunca deixando que a dúvida ocupasse a mente. E se alguma vez a dúvida existisse, a mais ínfima duvida, as brumas não se abririam e o tudo ficaria perdido para sempre na escuridão.
A dúvida. A dúvida pode ser a causa da morte, talvez a causa do início da vida. É uma maldição que nos persegue em tudo, todas as nossas acções. A dúvida é o fundamento e a realização de um sonho, a receita para a destruição de algo que tem dois lados, a vida e a morte. No fim, tudo o que sonhas, duvidas que alguma vez se realize mas tudo o que duvidas pode chegar a ser um sonho. Um sonho que te atormenta e que manipula as tuas acções e o teu ser. Aí cabe-te a ti despertar desse sonho para a realidade cansativa em que existes, a tua própria realidade.
Acorda. Acorda porque o sonho acabou, acorda porque simplesmente tem de ser, acorda porque tens de acordar para mais um dia igual a todos os outros em que os outros seres vão viver na sua realidade de sonhos e duvidas e que vais ver que eu sou um dos que não sonha, simplesmente duvida para que tenha uma realidade mais aproximada à ideal para um deus, aquele que cumpre o ritual sagrado com a deusa, o grande casamento com a terra.
Tanto tempo sem escrever para escrever esta porcaria... até gostei.
2 comentários:
Ando a ver coisas ou andam aqui muitas "Brumas"?
Sei que a minha lam está perdida... e para negar isso, refugia-se num canto e não sai de lá, e pior ainda não consegue sair de lá.
Muito bom, sabes que adoro os teus textos :]
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