Bem vindo de volta à tortura de ver sempre a mesma paisagem nesta viagem atribulada em direcção ao teu destino, desenhado por uma mão insegura e nervosa, talvez mesmo até a tua própria mão, se assim te vês no reflexo do lago. Mas também lá vês a Lua, a Mãe, sempre a brilhar, a ver-te e a proteger-te de todas as malícias que possam ocorrer. Ou mesmo quando não te consegue proteger, estará lá sempre para te confortar. Torna-se algo mais, sentes que é mais poderoso e perdeste no seu olhar caloroso nesta noite ventosa. Não consegues desviar o olhar porque simplesmente precisas de ver, de sentir o seu calor para perceber que ainda és preciso aqui. Então sentas-te e deixas-te ficar por ali.
Olá de novo meu amigo, desaparecido de tempos há tanto perdidos, esquecido pelas múltiplas tentativas de forçar a sobrevivência dos mais fracos quando estes mesmos não se protegiam, não se tentavam proteger. Deixaste de tentar ou simplesmente tornaste-te um desses fracos que precisam de protecção, daí a teres voltado até mim? Regressas desfigurado e com apenas metade do toda aquela paciência que fazia de ti um santo. Perdeste-te assim tanto no campo do amor que deixaste tudo para trás, que sacrificaste até mesmo a tua própria alma em retorno apenas de um momento de carinho um pouco mais especial dela? Perdeste-te no teu reflexo nos seus olhos azuis lindos, bem sem, há muito que te conheço. Mas segues em frente, o que é saudável. Deixa o reflexo desvanecer, no fim ele voltará para ti, bem o sabes.
O sangue nunca é suficiente para deixar a todos o poder da lua. O sacrifício é maior do que a besta e está tudo descontrolado. De facto, tudo o que vos é deixado é o vosso reflexo naquilo que vocês mais apreciam, aquilo que eu penso que está correcto. Deixem a vossa consciência ser superior ao vosso ser porque a vossa alma será sempre maior que o vosso Universo próprio, por mais extenso que ele seja.
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