Vem comigo, vamos àquela paisagem de que tanto te falei, onde relaxo. Vem sentir as minhas palpitações e (des)controlar-me a respiração. Pega na minha mão e vamos ver o Sol a esconder-se atrás do longo, profundo oceano. No céu alaranjado, lentamente conquistado pela noite, vem observar o nosso futuro a nascer. Assim como vem o céu estrelado, acompanhado pela Lua, a felicidade floresce dentro de nós, enraizada pelas experiências do passado que nos trouxeram até aqui. E lentamente cedemos à tentação natural. No final de contas somos seres primitivos, apesar de toda a tecnologia e evolução da espécie.
Acorda para o dia. A madrugada pode parecer injusta, todo o peso nas pálpebras, todo o cansaço injustificado mas dá um passo para o exterior, ignora o frio e desfruta da paisagem, a bruma que nos envolve e isola. Sobe estas escadas comigo e vê para trás desta casa as montanhas tímidas e adormecidas. Volta a olhar para o mar, tão calmo, mal se ouvem as ondas a irem contra as rochas. Agora é tempo. O Sol está a nascer e iluminar os vales entre as montanhas. Agora vejo de novo um sorriso na tua cara. Agradecida é agora a madrugada e substituída pela manhã. Tempo de nos mexermos de novo para alcançarmos algum objectivo, a algum ponto da nossa vida.
Estuda as cores e as formas. Silhuetas podem parecer malignas de início mas lembra-te de experiências passadas. Deixa o dia passar, esgotar-te, absorver-te e cuspir-te cá para fora. Agarra-te ao conforto da nossa isolação conjunta, da nossa metamorfose de filantropia para misantropia. Na nossa simbiose perfeita, escondemos o que somos no interior um do outro, atiramos-nos àquelas rochas e fundimos-nos ao horizonte e à paisagem, seremos eternos. Um romance que se quer destacar mas não nos atrevemos a forçar o destino e tudo o que ele trás. Se algum dia, minha musa, encontrar-mos o caminho para a imortalidade nesta pintura fresca da vida, lutemos por a agarrar sem dor. Nesta paisagem deixemos o que as ondas ditam.
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