segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Daqui eu...

Daqui vejo o Sol e não sou abatido pelo vento. Daqui espero tudo e nada sei, desde o azul do céu sobre mim até à terra que entra em combustão após o passo do Homem. Daqui não saio, não tenho quem me tire, atiro mais uma pedra ao rio e espero que a água transborde. Daqui não governo o silêncio, oiço sempre o chilrear dos pássaros, as crianças a brincar no parque, a cidade no horizonte a denegrir os meus sonhos. E aqui acordo do pesadelo, as colinas não são verdejantes, a liberdade é expressa como uma arma ou guardada num cofre para que não a possamos utilizar. E a privacidade foi oferecida em troca de uma mão cheia de elogios, de uma vaidade que teima em discutir a sua liderança com a realidade. Todas estas imagens que passam por mentes ocas não conquistam lugar na minha estima, apenas uma desgraçada lástima por quem se ofereceu, por quem se trocou por uns segundos de realização para depois abrir os olhos e ver... não resta nada por lá. E por isso cá estou, atrás de mim espaço e esperança, alegria por poder correr livre estes campos, por os ver tão iluminados na sua vida. Daqui eu vou para onde alguém me quiser, finalmente, um sítio para descansar.

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