domingo, 4 de setembro de 2011

Olá (ausência de palavras)

Ainda estou à espera de uma mensagem tua. O vento sopra lá fora mas é cá dentro que está o frio. A ausência das tuas palavras é destacada pela acumulação de letras cantadas e melodias que me passam pelos ouvidos. Deito-me na cama e olho para o tecto branco, insípido, sem significado algum. E penso-me assim para ti. Especialmente quando não me dizes nada, quando não me mostras qualquer sinal de afecção. E vives tão perto de mim. Não só no meu coração, na minha própria rua, onde crescemos juntos, vivemos juntos, experimentamos juntos a amargura que o exterior nos pode oferecer e toda a beleza que nos garantiu ser nossa. E mesmo assim não dizes nada. Nem uma carta no correio, nem uma "olá, estou viva!" num e-mail que posso facilmente descartar mas que mesmo insisto em guardar. E um dia vou parar de esperar. Um dia vou encontrar algum significado no branco do tecto para além da sua imensidão que me faz adormecer. Nesse dia não me terás de dizer olá.

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