terça-feira, 6 de setembro de 2011

Foi o que ela me disse

Foi o que ela me disse e então fechou a porta. "Tu só sabes odiar, olhas-te ao espelho e odeias, olhas à tua volta e odeias, fechas os olhos e odeias. Não há remédio para ti". Foi isto o que me abalou mais. Tanto tempo que tentei fazê-la ver que a amava, que a queria, que me tinha para ela sempre que quisesse, dia ou noite. Mas transpareci o ódio. Ou melhor, ele é que transbordou. E então tudo se silenciou, ela abandonou a casa e a mim, deixou que a noite tomasse conta das divisões. E daí tudo se tornou caos. Deixou de haver limitações para o meu ódio, de haver algo sagrado à minha espera quando eu chegasse a casa, deixou de haver conforto nas noites em que os pesadelos não me deixavam dormir. Agora as manhãs são repletas de pássaros a chilrear e eu sem perceber porque cantam tão alegremente...

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