Pelo mar rasga um reflexo do luar
E eu encontro nesta margem a pensar
Quanto eu quero um dia te encontrar.
Pela noite silenciosa em que não me acompanhas,
Em que o mar se iguala ao escuro do céu
E que nada nem ninguém se declara meu,
Caminho lado a lado com as ondas
Numa mistura de betão e cimento,
Este caminho que acuso de tão ciumento
Por me deixar tão envolvido nas suas manhas,
Que fico paranóico e penso que a minha história esqueces e nunca contas.
Devo dizer, mariposa, que ainda olho para as luzes
Do outro lado do rio, onde uma noite te encontrei,
E onde ainda na manhã seguinte te abandonei
Em circunstâncias tão rudes.
Mas tu não me abandonaste,
Não no coração pelo menos,
Onde tão levemente e estoicamente te alojaste,
Mas que o meu amor por ti já foi há tanto levado pelos ventos.
Sem comentários:
Enviar um comentário