E os dias passam, os risos matam as saudades que foram criadas pelas distâncias, acontecimentos adversos, obstáculos que com dor são ultrapassados. Mas tudo é morto num momento em que se entra no café e lá estão os amigos de longa data, aqueles mesmo importantes, sentados, a escrever, a desenhar, a sorrir e a conversar. Não se é um grupo nem seita, são indivíduos absolutamente fora do comum, extraordinários, mais que qualquer outra coisa. E é com um sorriso que somos recebidos por todos, com mais uma rodada para esta mesa.
O dia torna-se na noite e o vento traz um sabor extra amargo por uma despedida. Mais um abraço para uma infinidade de espera até eu te ver outra vez. Os trovões já parecem tambores que rasgam o céu e iluminam as nossas cabeças leves debaixo da chuva. Aquele é o momento em que eu não quero partir. Estou na rua mas não estou inseguro. Na verdade, sinto-me mais forte e confiante que nunca. Estou convosco e com a chuva. E sempre a trovoada a dar-me energia para o caminho solitário a percorrer. Que se desabe o mundo em cima de mim, eu consigo aguentar. Hoje e agora, eu aguento com tudo.
Eu sou um Universo brusco, tentativa de imprevisibilidade, também de invisibilidade. Tudo à minha frente, quadrado. Tudo estável, nada que arrisque a mexer-se, que se diversifique. Tudo fica dentro da sua caixinha e recusa-se a pensar mais além. E nós somos aqueles que fogem. Somos aqueles que mostram ao cinzento que é mais que a cor que nos pinta a alma. E, aos mundos que nos separem, que saibam que voltaremos, mais fortes e unidos. Há uns bons anos, não é António? Há uns 14 quase. E contigo Diogo? Há 2 ou 3 mas o suficiente para crescermos e fazermos tanta coisa juntos que já me sinto teu irmão. Falta, claro, o Ricardo. Lá tivemos umas pequenas desavenças, há tanto tempo que já nem merecem ser recordadas (se bem que cá ficarão sempre). Mas sobrevivemos. E nós somos Universos, mais que paralelos. Irmãos.
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