Morto no apogeu do teu esplendor,
Quando mais a tua alma imortal se sentia adequada,
Quando tu te sentias em casa, pertencias aqui,
Aí vinham eles outra vez, as sombras das tuas ilusões.
E como se chamam àqueles que te perseguiram,
Como se renega ao passado, a vontade de se sentir bem,
Outra vez,
Dispensas esta realidade.
Caíste onde a tua lápide desapareceu,
Reaveste a história uma vez mais,
Nesta misera cova,
Que nem de ratos é digna.
Não encontras os teus sonhos,
Pelo meio de arbustos e chamas,
Neste ciclo em que já vomitaste os teus prazeres,
Passas mais uma vez pelo terror, mais uma vez por tudo isto.
E se não fores capaz de fugir,
Agarras-te a estes prédios, a estas ruas que na tua mente criaste,
Ofereces a tua sanidade pela sede de vingança,
Por uma oportunidade de deixar isto, trocar tudo por um momento de repouso.
Ah, a doce melodia do sangue a escorrer no chão,
A morte de mais um que não é dos teus,
Pois dos teus,
És o último.
Finalmente encontraste um sítio onde sentes,
Um sítio onde sentes a dor.
Essa dispensaste para te afastar antes,
Essa voltas a sentir porque tens de crescer, evoluir, para sobreviver.
Remove o instinto de sobrevivência,
Há finalmente uma altura em que todos temos de abandonar este Mar,
Anseias, não!, desesperas para que esse tempo chegue.
Nunca fui como tu,
Nunca encontrei a imortalidade neste corpo.
Nunca a desejei
Mas que erro pensas tu que eu cometi?
Procurei este caminho,
Desejei este caminho,
E não vai ser agora que vou arder,
Simplesmente pela redenção de todos os teus pensamentos.
Não temo os deuses,
Não os perdoo pelos seus enganos,
Não espero que o trovão se desvie no último segundo.
Terás de perceber,
Um dia tudo desiste,
Os monstros morrem,
A chuva pára.
Não é tua decisão para veres vultos no Sol,
É sim sinal de loucura quando pensas que alguém te está a seguir,
Nestas noites de Outono em que a luxuria e a tentação se mantém a mesma,
O feitiço que activei em ti, não se vai apagar.
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