terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Some kind of monster

E ele permanece sentado, no seu perfeito estado vegetal, movendo apenas o fluxo de pensamento no interior do seu cérebro morto ou congelado, imóvel e demasiado pesado para ser carregado. Os seus olhos permanecem vidrados mas ainda assim concentrados, com o mínimo de vida, a olhar para o mais além, olhar penetrante que atravessa paredes e pessoas, destrói mentes, pensamentos e vidas, nunca perdoando os erros ou pecados do passado das pessoas. A sua vida pertence a quem alguma vez se importar de tentar tirá-lo daquele estado morto, frio e completamente branco, mostrando vida apenas nos seus olhos, profundos, um túnel inacabado para uma alma perturbada e decadente.
As vozes ecoam na cabeça, vezes sem conta, perdidas numa gruta obscura que serve de habitat para todos os monstros dos pesadelos das crianças perdidas, órfãs e indesejadas. As vozes perseguem, ainda mesmo no seu sono inerente a tudo o resto, a constante morte do corpo ainda vivo e a respirar, e a voz do desespero transforma-se numa forma imperceptível de um grito mudo que nos faz a todos surdos. Um leve assobio na escuridão e tudo acaba, toda a escuridão e claridade, todas as duvidas existenciais ou desinteressantes, todos os pensamentos. Tudo nos persegue, no entanto, o monstro mantém-se vivo dentro do corpo vegetal daquele sinal.

1 comentário:

sónia fernandes disse...

olha la o exagero!!!!!!!!