quinta-feira, 22 de maio de 2008

História final

-"Juro que te podia amar!"
Então ama-me como nunca te amaste, pertences-me como nunca pertenceste a qualquer outra pessoal, amaldiçoo-te como nunca amaldiçoei ninguém por seres mais que isso. As cartas estão sobre a mesa, a decisão é tua sobre o momento em que deixas morrer todo o teu ser interior e te entregas à superficialidade característica do ser humano. Nobre é o teu coração mas deixaste a alma para trás quando me deixaste afogar no mar do teu olhar, apaixonado e tolo como era na altura, à luz das tochas, o teu doce toque no meio do feno, perdição de qualquer ser (i)mortal. E por ti morri, por ti continuei a existir e agora cá estou, a enterrar o teu corpo perfurado no peito, revelando o dourado que há dentro de ti, libertando a tua alma atormentada do teu ser maligno.
-"Juro que morreria por ti!"
Num dia chovoso, quando as folhas caem das árvores e a lareira está acesa, atira-te para o fogo e demonstra-me o quanto reais são as tuas palavras. Para além destas paredes existe um mundo que é uma criança, intoxicada na sua nascença, da mais pura raça de elite entre todos os outros planetas, condenada a ser usada e destruida para um fim fútil, tal como tu és. Durante a nossa viagem egocêntrica por entre um país de pecado, encontramos uma luz nos olhos de um do outro, mas que há para além dessa barreira à volta do coração? O que se monstra nessas sombras que dás tanto amor e carinho, a quem te dedicas tanto? Apenas igualo as tuas sombras ao meu nevoeiro, que tanto adoro que acabo por adormecer sobre ele.
-"Sinto que o fim se aproxima."
O fim ou apenas o começo? É a reviravolta do tempo, a vingança da Deusa pelos nossos caminhos pecaminosos. E nós voltaremos a erguer-nos mas desta vez não caí-re-mos, não nos deixaremos cair. Todo o sangue dos nossos antes derramado será a nossa força e os rios seguiram o seu curso mais fortemente. Os Carvalhos não arderam, apenas cresceram e taparão os seus, protegendo-nos do mal que possa descer sobre as nossas mentes. E então a escuridão acolher-nos-à como criaturas divinas que nós somos e para sempre reinaremos.

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