Black as a shadow deep in the night, a lightning approaches it's ending as it falls to the ground...
Absorvo cada palavra ao ritmo da música, encontro novos significados nas minhas próprias letras que não oiço nos meus murmúrios nem mesmo na chuva que cai lá fora. Sorrio com pensamentos de jardins completos de lírios onde tu te deitas sobre o luar e te deixas ficar, nua, só para mim. Magoado como me encontro, sangro lágrimas que escorrem da Lua e te queimam o jardim da tua mente, aquele que demoraste tanto tempo a cultivar e a construir, com tanta força que a sua destruição é a tua morte.
Aguardo a queda do céu negro sobre as nossas cabeças, leio as entrelinhas de músicas e fábulas pagãs, no canto resguardado em que me sento e me cultivo, na tua mente, uma vez mais. Sim, talvez fosse mais fácil caminhar por entre campos de derrota e guerras que se repetem para tortura e Inferno dos soldados que lá participaram mas eles não são mais que almas comandadas, jovens inocentes que não conseguem ou foi-lhes proibido reflectir sobre a sua vida no meio do centeio. Mas foi aqui que me decidi sentar e aqui jazerei no dia em que o céu cair.
Por não encontrar um sítio que possa chamar casa, deito-me com várias e diferentes mulheres, noites de olhos vagos e gemidos vãos. Progredindo sozinho por estradas vazias onde carros passam com ninguém lá dentro, passageiros que foram deixados às ondas para eu caminhar por aqui. Por entre chamas e edifícios em queda livre, os picos das rosas que me deixaste como solo vão desaparecendo. Então encontro o tal suspiro que à tanto espero e deito-me para num outro dia rejuvenescer, contigo.
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