Such are the ways of the heart,
Many, as much as the pleasure in the dark,
Forbidden to enter Avalon's gate,
I've chosen to live with no name.
Careless kings for a day,
They all perished for today,
Renewing dreams of perfect Nature,
A way to be chosen by the vulture.
Revolution of the mind,
Nothing to find,
Stroke in dismay,
No longer fell the fright.
A natural state of bliss,
At the edge of the abyss,
A soul lost in the mist,
From fainting I shall resist.
Eu, escorpião, anseio o toque dos teus lábios.
As tuas mãos, suaves e leves, tocam na minha pele, completando a sedução carnal.
Os teus olhos, perdição a meus olhos, reduzidos a um nada na vastidão da tua beleza.
E, com um último lapso de dor misturado com prazer, deixo em ti a semente de uma nova vida.
O punhal que possuo na mão detém o sangue dos sábios.
De todos os tiranos, este foi o punhal mais leal e letal.
Abatendo-os um a um, com uma última reza à Mãe Natureza.
E, como todos os pecadores, este punhal tem a sua sentença lida.
Resisto ao Sol que me queima a pele,
Fundo-me com as ondas que me percorrem o espírito e mente,
Caminho estas areias para encontrar pegadas Dela,
Mas encontro apenas as Brumas, que se afastam mais e mais.
Um sorriso sádico na cara,
Deixo a raiva controlar,
A minha alma, adormecida mais uma vez,
Num estado de natural ignorância causado por mais ninguém senão eu.
[Ollan Chrystal, 27/08/08, 03:27]
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Zhelia IV
Uma raiva sadista acima de tudo.
Lembra-te que vou a falar de ti. Sentimentos e sorrisos para apagar as mágoas e afastar as lágrimas. Agitas os braços em sinal de coragem em orgulho debaixo desta Lua que é nossa e de todos. Partilhas comigo o teu egoísmo que vai e volta. O que faz o teu sangue fervilhar nas veias é o que eu sinto todos os dias que caminho na rua e olho para a cara petrificada de estátuas. Esta terra está protagonizada de fardos e objectos dispensáveis, não pessoas. Se tudo ardesse, ao menos se tudo desaparecesse, tu sorririas, tu serias feliz, tu ficarias finalmente descansada. E, apesar do constante barulho e poluição, mantens-te entre mim e o precipício, ao qual te queres mandar. Uma final ordem para quem te ousou um dia tocar, o seu céu irá cair e o Universo deles não será mais que uma recordação esquecida, uma realidade ignorada.
Essa tua pele, tão suave, tão frágil, como que mil rios de leite que percorrem terras desconhecidas, terras verdes que vão dar a um sonho de tu e eu. E, por mais delírios que a mente possa controlar e por mais ilusões que a mente possa criar, continuamos neste barco juntos, até à cascata que nos vai dar o voo para o velho Carvalho, fonte do nosso poder e imaginação. Uma viagem à volta do nosso mundo, admirando o negro e abraçando o cinzento, com olhos apenas para nós próprios, egocentrismo do quase cego, ainda humano. Temos tudo o que desejamos aqui, não vamos voltar à realidade conjunta e suja da humanidade. Aqui faço as minhas magias que aplico em ti de forma a que fiques encantada por mim. Apanhas-me sob prenúncios de tragédias, altura em que perco vontade de te ver. Escondo-me atrás da máscara de solidão.
Um sorriso sadista, um toque ao de leve na pele, adormeces na casa que te ofereci. És tu minha pintura de solidão e horror, palavras desperdiçadas em borrões de tinta em que mergulho para ouvir um sussurro teu. Não consigo manter as minhas emoções cá em baixo, onde tento ignorar até que elas finalmente passem. Tu causas-me isto, produto de tudo o que sou. Tu trazes o que sou à realidade e isso assusta-te. Dás mais um passo para trás, fechas os olhos e saltas. Finalizas finalmente este capítulo de folhas de árvores e picos de rosas. Somos então pétalas de cravos brancos deixados ao vento para vagearmos juntos por esta terra, sem fim... vez sem conta.
Lembra-te que vou a falar de ti. Sentimentos e sorrisos para apagar as mágoas e afastar as lágrimas. Agitas os braços em sinal de coragem em orgulho debaixo desta Lua que é nossa e de todos. Partilhas comigo o teu egoísmo que vai e volta. O que faz o teu sangue fervilhar nas veias é o que eu sinto todos os dias que caminho na rua e olho para a cara petrificada de estátuas. Esta terra está protagonizada de fardos e objectos dispensáveis, não pessoas. Se tudo ardesse, ao menos se tudo desaparecesse, tu sorririas, tu serias feliz, tu ficarias finalmente descansada. E, apesar do constante barulho e poluição, mantens-te entre mim e o precipício, ao qual te queres mandar. Uma final ordem para quem te ousou um dia tocar, o seu céu irá cair e o Universo deles não será mais que uma recordação esquecida, uma realidade ignorada.
Essa tua pele, tão suave, tão frágil, como que mil rios de leite que percorrem terras desconhecidas, terras verdes que vão dar a um sonho de tu e eu. E, por mais delírios que a mente possa controlar e por mais ilusões que a mente possa criar, continuamos neste barco juntos, até à cascata que nos vai dar o voo para o velho Carvalho, fonte do nosso poder e imaginação. Uma viagem à volta do nosso mundo, admirando o negro e abraçando o cinzento, com olhos apenas para nós próprios, egocentrismo do quase cego, ainda humano. Temos tudo o que desejamos aqui, não vamos voltar à realidade conjunta e suja da humanidade. Aqui faço as minhas magias que aplico em ti de forma a que fiques encantada por mim. Apanhas-me sob prenúncios de tragédias, altura em que perco vontade de te ver. Escondo-me atrás da máscara de solidão.
Um sorriso sadista, um toque ao de leve na pele, adormeces na casa que te ofereci. És tu minha pintura de solidão e horror, palavras desperdiçadas em borrões de tinta em que mergulho para ouvir um sussurro teu. Não consigo manter as minhas emoções cá em baixo, onde tento ignorar até que elas finalmente passem. Tu causas-me isto, produto de tudo o que sou. Tu trazes o que sou à realidade e isso assusta-te. Dás mais um passo para trás, fechas os olhos e saltas. Finalizas finalmente este capítulo de folhas de árvores e picos de rosas. Somos então pétalas de cravos brancos deixados ao vento para vagearmos juntos por esta terra, sem fim... vez sem conta.
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Fogo de nós (escrevo ao mar)
Sou teu, filho da Lua, enquanto que durmo por entre árvores e sombras. Sou teu, filho do Sol, enquanto me movo por entre olhos e mãos vazias. Sou tudo o que tu queres e sou nada do que desejas. Envias-me a tua palavra com um surto de desconfiança e um recheio de incerteza no que dizes. Deixas-me a mim pendente na tua decisão e dependente da tua carícia e dos teus lábios. Cedeste por fim à luz do meu encanto mas tão rapidamente fugiste como que uma raposa entre lobos. Fecho-te os olhos para mais uma noite de pouco sono e muito engano.
Tenho-te tudo e não te tenho nada. Roubo-te o ser e o tempo, dou-te em troca tempestades e mortes de flores que tu apanhaste para incenso na casa. Altero as palavras para fazer da tua realidade a minha realidade, talvez até o contrário. Mas a maldição perdura entre nós, enquanto a princesa não morrer, nós não iremos viver para a nossa cabana ao lado do lago, nas profundezas da floresta. Roubaste parte de mim também, em troca modificaste-o. Por entre ti e mim, algo de morto surge e tiranos o descanso e segurança que tanto demorámos a ganhar. Como vai ser a seguir, não sei.
Acolho sons que provêm destas velhas cordas de guitarra que por tantos foram tocadas mas nunca realmente sentidas. Apenas por mim. E estas não se partem, não se vergam sob o peso da gravidade e cedem aos desejos de outrem. Não desaparecem nem se afastam, não deixam de me falar, mesmo em sonhos. E em sonhos eu morri sem que tu fizesses nada para me ajudar. Simplesmente viraste-me as costas e partiste, seguindo o vento, procurando o teu verdadeiro fogo que eu sempre soube que ardia no interior de ti.... e de mim. Porém rejeitas a minha parte e convences-te que existe outra pessoa que o contém. Parte então, ficarei aqui, olhos para o horizonte que se deita sobre o mar infinito, mar esse que também é meu.
Sussurro ao mar mais uma das muitas histórias do passado, mais uma lenda que se ergueu para voltar a cair. Escrevo-lhe palavras de desespero e melancolia enquanto que passo mãos por esta lata de cerveja que me acompanhou sempre, entre memórias e lutas, aventuras de sangue e amor e desespero por me perder nos pensamentos. Sangro directamente para o solo, onde duas serpentes se erguem e se enrolam nos meus braços, confirmando a reencarnação do corpo e a continuação da alma. Eu venho de longe, tu não compreenderias. Eu sou mais velho que o tempo em si, criei eu com estas mãos as areias do tempo enquanto me deliciava com Ela, no velho templo do Início. Relembro então estas areias onde me sento, esperando o teu retorno...
Sou este espaço, este lugar, este Universo. Sou este ser demasiado complexo para tu perceberes. Não que esteja a dizer que não tentas, simplesmente eu não faço por isso. Quero ficar neste paradoxo de tempo para sempre, sozinho enquanto que espero que venhas ter comigo, pronta para um nós. Soube a Lua branca, minha Mãe, Mãe de todos, faço a premissa de não ficar vazio e rancoroso quando finalmente vires a mim, com o teu sorriso na cara. Impossível não me rir quando te ris. A tua aura espalha-se pela sala e contamina todos os que te rodeiam. Mas entretanto, cá estou eu, à beira do mar, sem derramar uma lágrima nem rendendo um sorriso. Apenas imóvel como uma estátua, vendo-te voltar para o fogo de nós...
Tenho-te tudo e não te tenho nada. Roubo-te o ser e o tempo, dou-te em troca tempestades e mortes de flores que tu apanhaste para incenso na casa. Altero as palavras para fazer da tua realidade a minha realidade, talvez até o contrário. Mas a maldição perdura entre nós, enquanto a princesa não morrer, nós não iremos viver para a nossa cabana ao lado do lago, nas profundezas da floresta. Roubaste parte de mim também, em troca modificaste-o. Por entre ti e mim, algo de morto surge e tiranos o descanso e segurança que tanto demorámos a ganhar. Como vai ser a seguir, não sei.
Acolho sons que provêm destas velhas cordas de guitarra que por tantos foram tocadas mas nunca realmente sentidas. Apenas por mim. E estas não se partem, não se vergam sob o peso da gravidade e cedem aos desejos de outrem. Não desaparecem nem se afastam, não deixam de me falar, mesmo em sonhos. E em sonhos eu morri sem que tu fizesses nada para me ajudar. Simplesmente viraste-me as costas e partiste, seguindo o vento, procurando o teu verdadeiro fogo que eu sempre soube que ardia no interior de ti.... e de mim. Porém rejeitas a minha parte e convences-te que existe outra pessoa que o contém. Parte então, ficarei aqui, olhos para o horizonte que se deita sobre o mar infinito, mar esse que também é meu.
Sussurro ao mar mais uma das muitas histórias do passado, mais uma lenda que se ergueu para voltar a cair. Escrevo-lhe palavras de desespero e melancolia enquanto que passo mãos por esta lata de cerveja que me acompanhou sempre, entre memórias e lutas, aventuras de sangue e amor e desespero por me perder nos pensamentos. Sangro directamente para o solo, onde duas serpentes se erguem e se enrolam nos meus braços, confirmando a reencarnação do corpo e a continuação da alma. Eu venho de longe, tu não compreenderias. Eu sou mais velho que o tempo em si, criei eu com estas mãos as areias do tempo enquanto me deliciava com Ela, no velho templo do Início. Relembro então estas areias onde me sento, esperando o teu retorno...
Sou este espaço, este lugar, este Universo. Sou este ser demasiado complexo para tu perceberes. Não que esteja a dizer que não tentas, simplesmente eu não faço por isso. Quero ficar neste paradoxo de tempo para sempre, sozinho enquanto que espero que venhas ter comigo, pronta para um nós. Soube a Lua branca, minha Mãe, Mãe de todos, faço a premissa de não ficar vazio e rancoroso quando finalmente vires a mim, com o teu sorriso na cara. Impossível não me rir quando te ris. A tua aura espalha-se pela sala e contamina todos os que te rodeiam. Mas entretanto, cá estou eu, à beira do mar, sem derramar uma lágrima nem rendendo um sorriso. Apenas imóvel como uma estátua, vendo-te voltar para o fogo de nós...
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Suspiro de conclusão
Black as a shadow deep in the night, a lightning approaches it's ending as it falls to the ground...
Absorvo cada palavra ao ritmo da música, encontro novos significados nas minhas próprias letras que não oiço nos meus murmúrios nem mesmo na chuva que cai lá fora. Sorrio com pensamentos de jardins completos de lírios onde tu te deitas sobre o luar e te deixas ficar, nua, só para mim. Magoado como me encontro, sangro lágrimas que escorrem da Lua e te queimam o jardim da tua mente, aquele que demoraste tanto tempo a cultivar e a construir, com tanta força que a sua destruição é a tua morte.
Aguardo a queda do céu negro sobre as nossas cabeças, leio as entrelinhas de músicas e fábulas pagãs, no canto resguardado em que me sento e me cultivo, na tua mente, uma vez mais. Sim, talvez fosse mais fácil caminhar por entre campos de derrota e guerras que se repetem para tortura e Inferno dos soldados que lá participaram mas eles não são mais que almas comandadas, jovens inocentes que não conseguem ou foi-lhes proibido reflectir sobre a sua vida no meio do centeio. Mas foi aqui que me decidi sentar e aqui jazerei no dia em que o céu cair.
Por não encontrar um sítio que possa chamar casa, deito-me com várias e diferentes mulheres, noites de olhos vagos e gemidos vãos. Progredindo sozinho por estradas vazias onde carros passam com ninguém lá dentro, passageiros que foram deixados às ondas para eu caminhar por aqui. Por entre chamas e edifícios em queda livre, os picos das rosas que me deixaste como solo vão desaparecendo. Então encontro o tal suspiro que à tanto espero e deito-me para num outro dia rejuvenescer, contigo.
Absorvo cada palavra ao ritmo da música, encontro novos significados nas minhas próprias letras que não oiço nos meus murmúrios nem mesmo na chuva que cai lá fora. Sorrio com pensamentos de jardins completos de lírios onde tu te deitas sobre o luar e te deixas ficar, nua, só para mim. Magoado como me encontro, sangro lágrimas que escorrem da Lua e te queimam o jardim da tua mente, aquele que demoraste tanto tempo a cultivar e a construir, com tanta força que a sua destruição é a tua morte.
Aguardo a queda do céu negro sobre as nossas cabeças, leio as entrelinhas de músicas e fábulas pagãs, no canto resguardado em que me sento e me cultivo, na tua mente, uma vez mais. Sim, talvez fosse mais fácil caminhar por entre campos de derrota e guerras que se repetem para tortura e Inferno dos soldados que lá participaram mas eles não são mais que almas comandadas, jovens inocentes que não conseguem ou foi-lhes proibido reflectir sobre a sua vida no meio do centeio. Mas foi aqui que me decidi sentar e aqui jazerei no dia em que o céu cair.
Por não encontrar um sítio que possa chamar casa, deito-me com várias e diferentes mulheres, noites de olhos vagos e gemidos vãos. Progredindo sozinho por estradas vazias onde carros passam com ninguém lá dentro, passageiros que foram deixados às ondas para eu caminhar por aqui. Por entre chamas e edifícios em queda livre, os picos das rosas que me deixaste como solo vão desaparecendo. Então encontro o tal suspiro que à tanto espero e deito-me para num outro dia rejuvenescer, contigo.
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Águas turvas
Sabes o conceito da chuva?
Não sabes mas sabes que eu sei.
Não sabes porque és uma nuvem cinzenta movida a dor,
Carbono transformado em pó que ascende aos céus cinzentos, máscaras para a tirania negra das estrelas.
Estavas errado no fim do mundo, continuas errado na sinfonia da nossa fusão,
Somos metal contra metal que se parte como pedaços de vidro,
Agarramos-nos aos grãos de areia e contamos-los até mil para definir a nossa relação,
Grão após grão, há queda e uma nova volta na vida.
Tocamos ao de leve os acordes das músicas e compomos uma nova tormenta,
Serenamos o que outrora fomos com palavras de falsidade e cinismo,
Agarramos os raios de Sol que nos aquecem a pele,
E, debaixo de um Universo obscuro, relançamos a nossa verdade aos infinitos da nossa mente.
Somos lendas compostas de fluidos que circulam livremente dentro de nós,
Somos filhos da água, guerreiros esquecidos por entre ondas e rochas,
Batalhamos por um outro dia em que adquirimos conhecimentos,
Somos frutos da mesma árvore, Aquário e Escorpião,
Caímos para águas turvas e poluídas, na esperança de encontrar o brilho nos olhos que nos escapou no dia 1 do tempo.
Não sabes mas sabes que eu sei.
Não sabes porque és uma nuvem cinzenta movida a dor,
Carbono transformado em pó que ascende aos céus cinzentos, máscaras para a tirania negra das estrelas.
Estavas errado no fim do mundo, continuas errado na sinfonia da nossa fusão,
Somos metal contra metal que se parte como pedaços de vidro,
Agarramos-nos aos grãos de areia e contamos-los até mil para definir a nossa relação,
Grão após grão, há queda e uma nova volta na vida.
Tocamos ao de leve os acordes das músicas e compomos uma nova tormenta,
Serenamos o que outrora fomos com palavras de falsidade e cinismo,
Agarramos os raios de Sol que nos aquecem a pele,
E, debaixo de um Universo obscuro, relançamos a nossa verdade aos infinitos da nossa mente.
Somos lendas compostas de fluidos que circulam livremente dentro de nós,
Somos filhos da água, guerreiros esquecidos por entre ondas e rochas,
Batalhamos por um outro dia em que adquirimos conhecimentos,
Somos frutos da mesma árvore, Aquário e Escorpião,
Caímos para águas turvas e poluídas, na esperança de encontrar o brilho nos olhos que nos escapou no dia 1 do tempo.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Apricu
Arranquem a pele que me cobre a face para que consiga demonstrar as máscaras que uso para que as lágrima não saiam daqui, não respirem o ar que vem das águas salgadas do mar. Tudo o que desejo, escondo o meu mais profundo prazer nas profundezas da tua escuridão, o reflexo da minha alma na tua sombra. Refundido para o canto do mais distorcido e imoral ser, continuo a provocar a minha figura imortal a mais testes de resistência. Espanco-me até sangrar e mesmo aí continuo porque não estou sequer perto de desmaiar. Deixo-me cair em sono nesta cama feita de pecados e contradições, agarro-me à ínfima hipótese de amanhã acordar com um som acústico que faça a minha vida menos obliqua.
Talvez encontre algo de mim neste lago que contemplo com o fascínio de um rapaz de sete anos quando descobre o verde das folhas e o amarelo da areia. Encontro nesta terra o desafio de ser eu próprio por um segundo e mesmo aí falho. Durante o tempo caí num vazio e dele não quero regressar. Acolhi-me lá, no meu próprio reino de água, onde a traição é a única coisa que consigo fazer para mim e comigo. Deixo para lá palavras de significado algum, recolho-me ao doce toque do infinito negro em que respiro nudez e vomito palavras sangrentas que absorves como parte de ti. Então agarro-me ao pêndulo que se move em cima de mim e circulo por entre estrelas para encontrar um novo canto meu onde possa desenhar textos de cobardia e orgulho. És alquimia no meio do deserto sem esperança.
Sou um rascunho de um livro que deixaste para escrever, sem título, sem personagens, sem moral, sem herói e sem vilão. Estico-me, alargo-me ao máximo para te estender a mão para me impedires de cair para o chão. Então parto-me a meio, o pouco que já sou, encontro uma parede onde dois olhos espreitam uma nova realidade. Reservo-me a meio da queda para o futuro que há-de vir, enquanto que o cristal se parte no chão e a minha alma foge para o papel e lápis de outrem. Há estilhaços de mim espalhados pelo chão da tua alma, espero que guardes todos os pedaços bem, que os preserves com cuidado e que não os deites no lixo. Só aí a minha alma se torna eterna face ao meu corpo imortal defeituoso, tal como tu, e me afundo mais no sentimento das minhas palavras. Um Homem por si não é nada mais que um mero acaso que a Deusa criou para continuar o seu legado ou mesmo para estragar parte de si em guerras e desejos.
Talvez encontre algo de mim neste lago que contemplo com o fascínio de um rapaz de sete anos quando descobre o verde das folhas e o amarelo da areia. Encontro nesta terra o desafio de ser eu próprio por um segundo e mesmo aí falho. Durante o tempo caí num vazio e dele não quero regressar. Acolhi-me lá, no meu próprio reino de água, onde a traição é a única coisa que consigo fazer para mim e comigo. Deixo para lá palavras de significado algum, recolho-me ao doce toque do infinito negro em que respiro nudez e vomito palavras sangrentas que absorves como parte de ti. Então agarro-me ao pêndulo que se move em cima de mim e circulo por entre estrelas para encontrar um novo canto meu onde possa desenhar textos de cobardia e orgulho. És alquimia no meio do deserto sem esperança.
Sou um rascunho de um livro que deixaste para escrever, sem título, sem personagens, sem moral, sem herói e sem vilão. Estico-me, alargo-me ao máximo para te estender a mão para me impedires de cair para o chão. Então parto-me a meio, o pouco que já sou, encontro uma parede onde dois olhos espreitam uma nova realidade. Reservo-me a meio da queda para o futuro que há-de vir, enquanto que o cristal se parte no chão e a minha alma foge para o papel e lápis de outrem. Há estilhaços de mim espalhados pelo chão da tua alma, espero que guardes todos os pedaços bem, que os preserves com cuidado e que não os deites no lixo. Só aí a minha alma se torna eterna face ao meu corpo imortal defeituoso, tal como tu, e me afundo mais no sentimento das minhas palavras. Um Homem por si não é nada mais que um mero acaso que a Deusa criou para continuar o seu legado ou mesmo para estragar parte de si em guerras e desejos.
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Despido até às lágrimas
Mil e uma mãos e bocas a virem da escuridão, na minha direcção, trazendo consigo a escuridão e a destruição dos sonhos com simples palavras. Na minha mente, cada uma puxa para a sua direcção, tentando que caia na sua tentação, conquistando-me o corpo mas nunca o coração. Cego às desavenças passadas das vidas que lutam por um pedaço da minha mente, continuo a caminhar por meio de folhas e chuva, à beira do lago onde me vou afundar vez sem conta em lágrimas secas e de pouca importância. Removo as teias de aranha do texto e pinto-as de dourado para recordar que um dia as encontrei, que elas me deram um novo alento à vida.
Os planetas alinham-se e formar uma estrela única que ilumina as sombras por entre as árvores que constituem a floresta nos meus sonhos, o canto ressequido onde vou descansar e meditar sobre acções e palavras, pessoas e sonhos. Aguardo que a tua figura esculpida a gelo ganhe vida e me abrace, que me congele para todos os tempos, para ninguém mais me encontrar, para ninguém mais me magoar, para que uma única e solitária folha caia e que me venha cortar de forma a que a minha própria figura se parta.
Mil e um lírios espalhados pelo chão, mil e uma orquídeas espetadas nas minhas veias. Alimentam-se do meu sangue e crescem conforme a tua vontade, sob o teu olhar discreto e tímido, com uma mente perversa que me mantém preso a ti quando sussurras aos meus ouvidos lendas de prazer e fortuna de erros carnais. Destrono o veado-rei para te poder ter com minha rainha na minha humilde cabana à beira do lago onde morri vezes sem conta. Esta cabana é feita do meu suor, o lago das minhas lágrimas secas e o nosso jardim do meu sangue. O que nos resta senão conquistar a própria morte?
Os planetas alinham-se e formar uma estrela única que ilumina as sombras por entre as árvores que constituem a floresta nos meus sonhos, o canto ressequido onde vou descansar e meditar sobre acções e palavras, pessoas e sonhos. Aguardo que a tua figura esculpida a gelo ganhe vida e me abrace, que me congele para todos os tempos, para ninguém mais me encontrar, para ninguém mais me magoar, para que uma única e solitária folha caia e que me venha cortar de forma a que a minha própria figura se parta.
Mil e um lírios espalhados pelo chão, mil e uma orquídeas espetadas nas minhas veias. Alimentam-se do meu sangue e crescem conforme a tua vontade, sob o teu olhar discreto e tímido, com uma mente perversa que me mantém preso a ti quando sussurras aos meus ouvidos lendas de prazer e fortuna de erros carnais. Destrono o veado-rei para te poder ter com minha rainha na minha humilde cabana à beira do lago onde morri vezes sem conta. Esta cabana é feita do meu suor, o lago das minhas lágrimas secas e o nosso jardim do meu sangue. O que nos resta senão conquistar a própria morte?
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Blood in those strings
O que é uma música sem que as letras da tal sejam o que a alma diga ao autor, sem que as cordas libertem suor e os pratos comecem a rachar de tanto esforço para atingir a perfeição? E quem somos nós, pessoas, sem a música que nos passa pelos ouvidos, pela mente? Somos zombies que andam com nuvens cinzentas por cima das suas cabeças, sempre a trovejar, sempre com gotas de chuva a cair. E que sorriso se esboça na cara de uma criança quando a sua música simples começa a tocar. É um serenata a todo o sangue derramado sobre aquelas cordas...
O que sou eu senão um puro construtor de tantas palavras já antes construídas, muito antes de ti e mim? Sou eu que junto as letras, sou eu que formo as palavras, sou eu que arranjo as frases, sou eu que escrevo o que a alma me diz. Mas que sou eu para além de alma? E que faz essa alma sem a música? Reparo que o tempo passa muito mais devagar sem música, está muito mais calor ou muito mais frio sem ela, reparo que o mundo não me diz nada. A música diz. Estas palavras que escrevo dizem. O som das cordas das minhas guitarras, uma delas desafinada, dizem-me algo. E o sangue que por elas escorre é meu. Sabe-me bem.
Deixei um bocado de mim atrás. Mas não perdi nada. Sinto-me o mesmo. O som acústico que sai daquelas cordas acalma-me, deixa-me sereno para mais um dia. A chuva não cai no Verão, o vento transforma-se numa calma brisa que passa mas não fica, as folhas não caem numa triste despedida, mantêm-se nos ramos das árvores a acenar um até já. Talvez seja eu que prefira o Outono na minha estranha forma mas abraço tudo o que ele traz consigo, até mesmo o vento que tantas vezes me faz voar por instantes. Com a música não sinto frio, não sinto a tristeza deles, sinto-me apenas a mim.
O que sou eu senão um puro construtor de tantas palavras já antes construídas, muito antes de ti e mim? Sou eu que junto as letras, sou eu que formo as palavras, sou eu que arranjo as frases, sou eu que escrevo o que a alma me diz. Mas que sou eu para além de alma? E que faz essa alma sem a música? Reparo que o tempo passa muito mais devagar sem música, está muito mais calor ou muito mais frio sem ela, reparo que o mundo não me diz nada. A música diz. Estas palavras que escrevo dizem. O som das cordas das minhas guitarras, uma delas desafinada, dizem-me algo. E o sangue que por elas escorre é meu. Sabe-me bem.
Deixei um bocado de mim atrás. Mas não perdi nada. Sinto-me o mesmo. O som acústico que sai daquelas cordas acalma-me, deixa-me sereno para mais um dia. A chuva não cai no Verão, o vento transforma-se numa calma brisa que passa mas não fica, as folhas não caem numa triste despedida, mantêm-se nos ramos das árvores a acenar um até já. Talvez seja eu que prefira o Outono na minha estranha forma mas abraço tudo o que ele traz consigo, até mesmo o vento que tantas vezes me faz voar por instantes. Com a música não sinto frio, não sinto a tristeza deles, sinto-me apenas a mim.
Beautiful city of Sodoma - Fallen Paradise on Earth
Beautiful city of Sodoma, many would be the poems written to you and your glory, the pleasure that you could see in the blue sky. Every word blessed, every act a very well defined light in the temple of the Goddess. You had no sins, you had no crimes, all the smiles were simple suns shinning in the middle of the day. The fields were green, the blood was never spilled on the floor, the food were the best made in all the world. Too perfect, paradise in Earth, considered an error before idiot minds. You had to be taken down.
Who desecrated your trees? Who took down your hope and stabbed you in the back? You are not the wrong, you are not the hopeless, you are the righteous, the truth. You, a bright light in the night sky, were the tear in the eyes of the people who lived in and of you. In my other life, someone has told me that the eagle flies so high before she falls on the ground and dies. Never I thought that you, my sister and member of my blood, would have the same fate. But I didn't cry for I always knew that you would rise again. And for my anger, the murder of your assassins was enough. First blood spilled on your sacred grounds.
The cross overpowered the mist into a error that mankind would never recover from. They have destroyed the trees, killed the children and rapped the women. We were never the barbarians, they were with their obsessive quest for power and strength, never there was time for knowledge and peace. They killed the man as well. And, as my soul hangs from the stars the compose the zodiac circle, I watch burn, all you glory and splendour turned to ashes. Who were they, less than sinners, to say that you were wrong. How I loved you, beautiful city of Sodoma. Never shall my soul stop to avenge you fall.
Who desecrated your trees? Who took down your hope and stabbed you in the back? You are not the wrong, you are not the hopeless, you are the righteous, the truth. You, a bright light in the night sky, were the tear in the eyes of the people who lived in and of you. In my other life, someone has told me that the eagle flies so high before she falls on the ground and dies. Never I thought that you, my sister and member of my blood, would have the same fate. But I didn't cry for I always knew that you would rise again. And for my anger, the murder of your assassins was enough. First blood spilled on your sacred grounds.
The cross overpowered the mist into a error that mankind would never recover from. They have destroyed the trees, killed the children and rapped the women. We were never the barbarians, they were with their obsessive quest for power and strength, never there was time for knowledge and peace. They killed the man as well. And, as my soul hangs from the stars the compose the zodiac circle, I watch burn, all you glory and splendour turned to ashes. Who were they, less than sinners, to say that you were wrong. How I loved you, beautiful city of Sodoma. Never shall my soul stop to avenge you fall.
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