Pedir-te-ia que morresses
Se isso garantisse o meu contínuo mundo.
Desejaria que o veneno se misturasse com a tua água
Mas isso apenas entristeceria a minha vida.
Definho uma ténue linha para construir um labirinto onde te perdesses,
Mas, no dia em que desapareceres, cederei ao monstro, cego, surdo, mudo.
Estendo mais uma vez a minha língua ácida, salgada
Ao vento com o medo de que a minha alma não sobreviva.
Um boneco de trapos à tua disposição para destruíres,
Tudo o que no meu ser encontraste, agora esqueceres.
E todas as formas geométricas que o meu coração se molda,
Serás sempre tu quem estará a modificar e governar na sombra.
A tua beleza devaneia como que uma maldição,
O teu encanto acaba por ser a minha perdição,
O som da tua voz, a tua visão, a tua tentação,
Cedo finalmente à carne, comprimindo a respiração.
Peço-te que abandones a isolação, junta-te aqui a mim, na morte do oxigénio e no corte da sanidade...
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