terça-feira, 1 de maio de 2007

Anjos como chuva

Anjos a cair, como gotas de água a que chamamos chuva. Eu olho para eles a cair, a rir-me por dentro face à sua insignificância e fraqueza. Mas gosto de os ver cair. Talvez por me fazer sentir contente, ou até por me fazerem sentir mais poderosos mas a verdade é que gosto de olhar. Vejo-os no chão, a contorcerem-se em dor enquanto que descem a rua de mãos dadas, a passar a dor uns aos outros. Espanta-me a capacidade de resistência após a sua queda mas ainda me fazem sentir forte.
Anjos como chuva, demónios como relâmpagos, a romper os céus com tremenda força, obrigando os anjos a cair e, os que já estão caídos, a manterem-se no chão. Anjos tremendo de frio, colando-se uns aos outros de forma a formar uma grande forma a que chamamos água. Mas até que ponto é que os anjos nos detestam? Porque é bem sabido da guerra entre anjos e a minha espécie, os demónios, mas a guerra entre os anjos e os humanos? Sei que não sou qualquer demónio. Sei que sou a força mais poderosa do Universo mas continuo a não me importar por humanos, anjos ou demónios. Todos os dias combato a minha própria guerra contra mim próprio. Mas o que são realmente anjos? Humanos? Demónios que mudaram de opinião? Interessa mesmo? A mim sim. Anjos são como chuva. Caem e mantêm-se no chão, escorrendo pelas ruas porque não conseguem entrar no Inferno.

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