quarta-feira, 2 de maio de 2007

(Não há mais) Nós

Que porcaria de palavras saem da tua boca, por alguma razão que desconheço, palavras que provavelmente não são sentidas, não têm o mesmo sentido que tinham antes. Talvez até antes elas não tivessem sentido. Mas continuas a dizê-las, a escreve-las mas será que ainda as pensas e sentes? Procuro a forma de saber como te sentes actualmente mas sei que tu me pois a pensar seriamente naquilo que sinto. Porque até ontem achava que tinha seguido em frente, que a nossa fase tinha acabado e que estava pronto para outra fase, mas estava errado, porque quando pronunciaste aquelas palavras, a minha mente ficou como um nevoeiro e os meus sentimentos lá perdidos. Tento chamar-me à atenção, tento ter certezas mas não consigo neste momento porque tu falaste.
Tentaste afastar-te, eu deixei, mas agora parece que te queres aproximar, parece que já não me conheces, que sou mais uma pessoa com quem conversaste numa certa ocasião porque calhaste encontrar-me. Está errado, tudo isto, tudo aquilo que se passou e tudo aquilo que está para acontecer. Agora só oiço a música que sai das colunas do meu computador mas são as tuas palavras que ecoam na minha mente. caso não saibas estou dividido. Fizeste-me contente, fizeste-me sofrer, tenho saudades de ti e dos teus lindos olhos mas como podemos continuar assim? Fala comigo, pela última vez, para esclarecermos a situação. Porque me apetece gritar, apetece-me matar, apetece-me fugir mas já não me apetece chorar. Tu habituaste-te à minha parte sentimental e quando te apresentei a minha parte mais dura, fugiste. Não pode haver nós sem tu conseguires aguentar aquilo que a partir daquela noite voltei a ser e que agora sou. Porque continuo oco por dentro mas, ao contrário da minha época "Nós" em que estava contigo, os meus sentimentos são poucos e fracos, estou bem comigo mesmo e consigo ser aquilo que sempre fui.
Não voltei aqui para te dizer que te amo, voltei aqui para te dizer que tu escolheste a tua dor, o teu veneno e o teu destino. A acabar de dizer que acabou, palavras que ainda ecoam na minha cabeça, senti uma flecha a trespassar-me o coração, uma dor no peito e uma desorientação que me fez cair no sofá. À noite não consigo dormir quando estou a reflectir acerca daquilo que tu disseste e daquilo que eu disse depois disso. Porque não quero enganar mais ninguém para além de mim próprio porque ela não merece. Tu talvez, por aquilo que me fizeste, mas não ela. Ela é uma criança que merece a verdade, que ainda não me fez sofrer e que se importa comigo. Ela é minha, ela continua aqui, ela não me abandonou quando eu precisava e ela faz-me rir. Não me faz sofrer, não tenho de fazer sacrifícios por ela, posso ser eu mesmo, duro por dentro e por fora e ainda assim ela está aqui. Não se afastou, coisa que fizeste mesmo depois de te pedir para não o fazeres. Continuamos assim, num impasse, até acabarmos por morrer.

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