segunda-feira, 2 de junho de 2008

Lux (pandemonium)

Paixão vil que aprisiona este homem à árvore que foi partida a meio no dia do seu castigo pela traição à sua Mãe, apenas porque ficou cego pelo feitiço que lhe colocado para o enganar. Arrastou consigo um peso de uma vida deformada, nunca absorvendo a dor e sempre contornando a raiva para encontrar um caminho melhor para luz. E agora ele jaz ali, parado para toda a eternidade, não respirando mas não morto, nunca mudando mas tudo observando, absorvendo a mudança das brumas em torno da sua terra tão amada.
As flores foram há muito plantadas aqui, uma mão sagrada que se pousou sobre uma terra de ninguém, desértica que acabou por crescer próspera, escondida do mundo pela sua tentação e a sua fraqueza quanto a resistir ao mal que persiste em distorcer a mente dos mais ingénuos. E os olhos não se abrem, a alma não se fecha, o choro não pára a meio da noite e fica tudo num ciclo vicioso, dia após dia, prolongando o ano para um destruição da sanidade dos seres. As cores já não são o mesmo e tudo fica cinzento, os reflexos já fazem parte de nós e as sombras escondem-se nelas próprias, cheias de medo, meditando sobre o cliché de existir atrás de um ser e não atrás de si próprio.
O vento já se pronuncia no horizonte, trazendo consigo a sagrada chuva, consagrada amante de todos os seres que percorrem as florestas, respirando o oxigénio que provém dos Carvalhos. Prenuncio de tempestade ou bênção dos céus, respiramos a luz que vem de ti, Mãe, e esperamos a queda dos errados. E aqui ficaremos, onde pertencemos. Luz no meio da loucura.

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