São as tuas memórias de lobo, gelo que te cobre o nariz nos dias mais difíceis e que te guia o caminho até o alimento tão desejado. Licantropo esquecido no meio da floresta, abençoada com a Sua vigilância, sempre escapando à destruição dos inocentes. Ardes, nunca em dor, corres, nunca te cansando, dormes, nunca sonhando. Uma vida desperdiçada em todos os efeitos, vives com o povo pequeno, oculta nas árvores e arbustos, nunca fazendo um som, sempre observando quem se aproxima.
Lua a tua progenitora, sangue a tua afilhada, segredo revelado à luz do luar, quando um estranho entra no teu campo de visão e tu aceitas que ele entre em ti, ser sagrado, enganado pelas sombras para o caminho da Natureza, seduzido pelo fogo que ardia ao longe, o fogo no teu interior. E agora o céu chora por ti, enquanto te deitas para mais uma noite de voo por entre as estrelas, procurando libertar a ira interior. Acordas na manhã seguinte pelos raios de Sol por entre folhas, com um filho condenado no ventre, cansada e abandonada. Ele partiu...
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