segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Deixa-se a vida ir

Vê-se a vida seguir em frente,
Parte sem nós,
Não deixa piedade nem uma despedida decente,
Quanto mais a procuramos, mais ficamos sós.

Tenta-se viver o que se pode,
Encontra-se o que os outros esperam e escrevem sobre encontrar
O prazer no álcool e no amor, que na manhã nos deixa pobre
E que pela noite nos deixa levar.

Respira-se, expira-se, deixa-se rebolar na cama por entre noites de insónias,
Resumindo o nosso dia ao encontro fútil com o acaso,
Deixa-se o mundo à parte, os nossos pensamentos e nossas folias,
E despedimos-nos do nosso velho amigo com um calorento abraço.

Vê-se a vida a deixar-nos para trás,
Sem remorsos nem alma a que nos agarrarmos,
São estas as brincadeiras que o destino nos faz,
O melhor mesmo, se calhar, é levar nos deixarmos.

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