Este mundo adormece na minha consciência, aproximando-me da inevitável loucura que passa para dizer olá e agradecer a hospitalidade por tantos anos que passaram. Este rapaz que está lentamente a caminhar para a cegueira não mostra humildade nem se curva perante nenhum Homem. Conquista-me a arrogância e o orgulho, pesa-me no sono (na falta dele) a consciência de que cheguei a lado nenhum, numa terra vazia que criei para mim mesmo e que a tomei nas mãos pela total ironia do meu ser.
Ilumino-me mais uma vez para um dia esgotante de esta abundância de certeza de ser uma inutilidade, as paredes levam-me à loucura, são mesmo estas paredes brancas, as quatro que me rodeiam, conquistam-me a tormenta que me vai na mente e lentamente ganham distância da minha clareza de sanidade. Corro o risco de me expor, de me mostrar um sentimentalista e escrevo mais um poema no papel, leve-me ele ao mundo fantasma que me tira todas as dúvidas.
As palavras são claras e são de desprezo. Dependo de mim a resistir e corrigir o problema. Esta alma partida ao meio pela insegurança e orgulho, caio em glória no abismo do teu desinteresse. Caio em chamas e caio rápido, é proibido conquistar o teu mundo e conhecer o teu outro lado. Não quero que reveles a tua pena, os teus sentimentos, mantém-te simplesmente esse demónio devorador de almas que me dá tanto prazer em ver e falar, comunicar e, acima de tudo, gozar. Assim poderei permitir o interesse crescente mas mentiroso em ti.
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