Adoro a nossa paixão. O teu sorriso, o teu olhar, o teu simples ser. Seres igual a mim mas tão diferente, estares tão afastada fisicamente de mim que me dói ter-te tão próxima ao meu coração. Adoro ver-te nas noites mais escuras. E é possível ver-te apenas porque tu brilhas mais do que qualquer estrela, mais do que a Lua, mais do que o próprio Sol. És uma chama em mim que ameaça nunca se extinguir. Adoro acima de tudo as tuas palavras, as que envias do coração, não aquelas que pensas serem as que me servem ou que quero ouvir. Adoro-as porque fazem tudo isto real, fazem tudo isto verdadeiro, com significado. Adoro-as porque elas merecem a minha consideração, são perfeitas no seu momento e encantam o meu coração, fazem-no chorar e dançar a sua doce melodia. Mas são palavras de hoje. É tudo de hoje. E como o Sol se põe hoje e dá caminho à noite, amanhã ir-se-à erguer e eu temo que tudo seja diferente.
São modestas as palavras que te ofereço. O meu coração já pode outrora embarcar mais mas ele não tem a profundidade da tua alma e a tua grandeza preencheu-o de tal forma que já não consegue cá entrar mais nada. Basta-me simplesmente pensar em ti que as palavras vêm à mente. Mente essa que é uma perturbada e inspirada boémia, vive nas ruas do sonho, onde se encontra sempre contigo. Mas diz o que o coração não consegue passar cá para fora, sem vaguear, sem variar o seu interesse, tu. Então quem é o vilão nesta história? O medo. Medo de que te vás embora, medo de que tenha sido cego, enganado pelo meu próprio amor e que tudo isto seja ilusão. Medo de que quando vou à tua rua esperar que venhas à varanda para me ver durante a noite, simplesmente deixes de vir. Medo de que me olhes como se fosse qualquer outro. Ele domina. Aperta o cerco ao coração e não deixa nada entrar ou sair. Mas tu alimentas-me a coragem de continuar. E por isso ainda resisto, o medo ainda não me conquistou.
És tão perfeita hoje como foste ontem. Isso nunca muda. Podes não ser perfeita aos olhos de outros mas és perfeita para mim. Encaixas-me tão bem no ser que é difícil acreditar que és outro ser que não eu. Mas és. Mais do que isso, és a visão dos meus sonhos, algo que quero sempre tão perto de mim mas que me parece fugir em medo quando faço um movimento mais repentino. Precipito-me apenas porque gosto das tuas palavras, quero-as sempre a chegar aos meus ouvidos, a serenarem-me numa noite de tempestade. São palavras que se repetem, sim, mas isso não faz delas palavras com menor significado do que tinham ontem. São palavras que vou agora repetir sob a luz do luar, na tua rua, enquanto me vês da varanda com o teu sorriso que tanto adoro. São palavras que quero repetir esteja Sol ou chuva, dia ou noite.
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