quarta-feira, 25 de abril de 2007

Saudades tuas

Não foi culpa nossa, não foi culpa de ninguém. Foi parte de algo que ninguém consegue sentir por isso inventa deuses para adorar e para se sentirem seguros. Já que queremos continuar, porque não continuarmos a bem? Porque o meu amor por ti é demasiado grande para me manter calmo e seguro a todo o tempo. Tenho medo de te perder. Mas as saudades apertam e cada vez mais o nosso reencontro é adiado apenas trazendo dor. Mas hoje não é a culpa que me consume, não é a consciência que grita as palavras que escrevo. São as saudades que sinto de ti. Porque estás longe há demasiado tempo. Mas esse tempo parece passar cada vez mais lentamente e o nosso reencontro, sempre adiado, parece impossível. Mas quero continuar. Não te quero perder.
À noite tento chorar mas não consigo. Grito mas nem eu próprio me oiço muito menos tu, tu que eu desejo com todas as minhas forças. Tu que me preenches o pensamento e que vives no meu coração. Mas cada minuto que passo sem ti é uma facada nesse coração de papel. Ele rasgasse. Ele em breve vai deixar de existir. Mas enquanto existe, é apenas por ti. Quer nos momentos fáceis e alegres, quer nos momentos difíceis e tristes, quando me apetece chorar e gritar, é a ti que ele pertence. Mas não o deixas ver, distância imperdoável, todos os pesadelos e pecados por ti cometidos e por ti fabricados, de forma a fazer sofrer uma vez mais.
Dá-me algo mais do que chorar e gritar, à noite, para mim mesmo porque estás distante e eu não te vejo. Demasiado tempo passou com esta distância entre nós que me rasga aos bocados e que me deixa de rastos no chão como um cão abandonado à sua fortuna ou à espera da morte. Viro-me para o canto da minha alma para procurar lá refugio a toda esta dor e a toda esta solidão que me preenche o corpo oco, prisão de uma alma cinzenta que se deseja libertar para fugir a tudo isto a que chamo vida...


Fala comigo,
dá-me esperanças,
de me manter vivo,
e de ficar com as nossas boas lembranças.

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