quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Story line (capitulo 1)

Ah e tal, eu hoje estava muito bem na escola e essas coisas a falar com pessoas (até parece mentira), fazendo uma pseudo história que, supostamente, dá para uma curta metragem, se nos dessemos ao trabalho, é claro. É sobre um gajo, estão a ver, que, apenas por rebeldia, quer chegar ao meio da ponte 25 de Abril a pé desde picoas, isto indo sempre em frente. Eu bem que sugeri que era mais giro que o gajo parasse quando encontra-se uma parede mas a ideia desenvolveu-se. Daí saiu aquilo a que eu chamo "a história". O que é a "história" então? A "história" é basicamente o gajo a tentar passar pela parede. Ele fala, ele suplica, ele pontapeia e acaba por partir uma unha da mão. Mas não passa. De seguida, ou a certo momento da curta metragem, aparece o plano da parede, de uma vista lateral e afastada, e vê-se o gajo a aproximar-se da parede a alta velocidade, esbarrando contra ela. A parede não se afasta. Ele volta a dizer "Sai da frente". Finalmente farta-se e começa a destruir a parede com uma colher. Quando finalmente acaba e passa por ela, isto dias depois, repara que tem outra à sua frente. O seguinte capitulo vai ser a resposta à seguinte incógnita: será que ele vai fazer o mesmo com esta parede que o que fez com a outra ou vai decidir que afinal não queria ir naquele sentindo mas sim no outro. O suspense.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Closure of the soul (part 2)

Palavras são sempre as mesmas porque nada mais sai da mete do que o próprio medo proveniente da alma. Toda a situação é apenas uma confusão, pensamentos entrelaçados com os medos que não chegam realmente a sair porque a saída e a abertura são apenas mais dois medos entrelaçados. E o sentimento que cresce e se fortalece por dentro não é mutuo, não é correspondido pela outra pessoa. Vai matando por dentro como que duas mãos a pressionar sobre os pulmões não deixando respirar, não fazendo com que o sangue passe. E nada que diga, nada que faça consegue melhorar, não há hipótese nem volta a dar porque ela está fechada em si até ao dia em que se decidir abrir e se aperceber que foi mais um erro, que se vai magoar outra vez.
Sente-se aí a necessidade de magoar os outros assim como eles magoaram. Aperta uma corda à volta do pescoço e puxa, deixa-me suspenso no ar e acaba com toda esta mágoa e futilidade que constitui a minha alma. Inconscientemente, fechamos-nos mais à medida que o tempo passa e as experiências fracassadas acabam. Tudo não passa de mais uma morte de mais um pedaço da alma, uma máscara que se desfaz para dar lugar a outra, continuando a ser um circulo vicioso, não podemos escapar-lhe. Mas eu queria ficar nele contigo. O teu silêncio é o suficiente para saber que tu não, que não o quiseste, como antes o tinhas dito, como antes o tinha ignorado. Altura para ter mais pena de mim próprio, para me isolar mais e auto-destruir mais rapidamente.
O fogo arde mas está a morrer porque tu o deixaste. E todos os esforços parecem em vão. Continuas calada. A raiva está de volta. A constante ira contra o mundo, desejando a morte de todos e nunca querendo que eles desapareçam, que seja apenas eu a ir para o canto escuro olhar para o luar e ver na minha mãe Lua a segurança e a força para manter a isolação. A música no fundo continua a tocar, eu ignoro porque a minha atenção mantêm-se focada em ti. Já te disse que não quero que isto acabe. Sei que um dia vais desistir de manter esse diário fechado que é a tua alma e te vais finalmente abrir, deixando-me entrar no teu coração. Aguardo.

sábado, 24 de novembro de 2007

Closure of the soul (part 1)

A areia continua a cair. O tempo esgota-se ao seu próprio ritmo, inerente a tudo o resto mas desconectado ao mundo e a tudo o que o habita. A alma fecha-se em si próprio enquanto olhos estranhos a observam com atenção, tentando descodificar as palavras que não saem mas se fazem sentir no ar. E tudo parece um sonho vivido que nunca ninguém chegou sonhar. Mas também ninguém chegou a adormecer porque a noite não chegou e não trouxe a escuridão consigo. O calor também abandona o corpo mas a morte não vem compensar a sua despedida. A alma mantém-se.
Húmida. Tudo perdido numa vastidão de espaço, cego no vazio do tempo, tudo escuro, uma prisão infernal invisível e não palpável. A alma não mereceu que tal acontecesse, nem mesmo que a sua libertação estivesse no contrato, no julgamento final. Os gritos são inaudíveis e as outras almas são cegas à sua presença, à sua dor. Continuam-se os caminhos de todas as presenças na vida. Tudo é fútil, tudo é desnecessário porque nada acontece nem está para acontecer. Os sinais morrem. Tudo é a vastidão, tudo é perdido e alma fecha-se mais uma vez porque a dor já é demasiada para que continue aberta.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

The kingdom fall

I'll lay down tonight to realise tomorrow that my will to get up, my strength, my desire is no longer there, it still doesn't exists, it still doesn't think the same that I do. Tonight I'll gaze at the stars and look for the cold comfort of the moon because the emptiness as come upon me once again. Oh the horror, oh the drama. I don't need this, I don't need to have my mind focused on what's wrong or right, only on me, more now than ever. And she has showed me that I won't be anything more than this... it's cold inside, it's all dead.
The days have passed, the wounds still remain. The wolves cry in silence in the middle of the trees. A shadow moves by, the hunter has the light, the reflection of the moon in his eyes. To them I'm nothing more than the soul that killed God, the one that continues to be the slave to the sweet surrendering of his mind. And the hurt will continue, it seems to be my will. I continue to punish myself, in my way to self-destruction. I'm always reaching for another hole, another black and empty cave where I can rest my head and finally die. Because I've never been nothing at all, I'm never been the help that anyone needs.
No cry, no sadness, just closure and silence. And continuous self hate. Nothing more. And that's me.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Box of Pandora

Seek in the obscure of the night the reason to wake up every morning, a goal, a future, a principal to follow and to kill the halo inside. The thunder strikes and the dark and rainy night becomes enlightened, the animal inside you wakes to a higher life, a power unknown, a will to kill and to be killed that has been taking over your mind lately. You sit and watch the clouds become a light blue, the light of the thunder falling down. And the thunder is nothing more than the wrath of the Earth against humanity for all the sins, for all the damaged, for all the mistakes. And you're just another dead beat that moves around the Earth, a mute sound that is always corrupt.
You're less than zero. You won't even count to the statistics of the sadistic's that you admire so. In the black, you'll only be a shadow, a burden, a leaf that won't burn. The excitement is dead and you're just making things worse with your presence, with your words, your look, your life. You're the source of all pollution and death, you're the horror of mankind since the beginning of your times. You're the curse of God and the unwilling helper of Jesus as he walks spreading his lies and deceives. No matter. You'll walk on this Earth for long. Breath for a while before you forget these words.
Faked smiles, faked life's, you brought this to us. Pull the strings and watch life pass by for a little favour from the Devil. You can't deny it, you can't hide the desire to break free, you won't just realise, this is only a dream.

Lembrança esquecida

As ruas em que caminham transformam-se todas numa, uma fusão automática mas nunca vista, apenas sentida. A rotina traz o tédio, a monotonia de caminhar sempre a mesma rua sem qualquer objectivo, apenas tempo que passa, minutos que passam e que me aproximam da morte, tempo esse, perdido por todas as interacções, desperdiçado pela sociedade sem nenhuma finalidade. Mas ainda me movo, ainda caminho até a lado nenhum, para fazer nada, apenas me sentar no meio da escuridão e viciar-me no que sou, este ser fechado que me tornei com o tempo. Tempo que continua a ser abstracto e relativo.
Todas as cores se preenchem de futilidade, não parecem verdadeiras, todas mutantes, todas mudam quando a noite chega, trazendo a tão aguardada escuridão que complementa a minha solidão. E sinto-me nostálgico, relembrando tempos perdidos, palavras ditas para serem esquecidas mas que nunca realmente abandonaram a minha mente. Parece tudo tão em vão, sem finalidade, todas as acções, todas as ruas, todas as cores. Mas ainda aqui caminho, ainda aqui passo e observo o quão fora de contexto estão as pessoas que caminham na rua, sempre contra mim, pensando que a vida tem um objectivo, nunca se apercebendo que esse objectivo é morrer no esquecimento.
Nada. Nenhum monumento, nenhuma pessoa, nenhuma mente, nem sequer nenhuma alma, o mais essencial do ser, será relembrado e homenageado ou odiado para o resto dos tempos. A humanidade existe para destruir enquanto que se destrói a si própria. E ninguém responde, ninguém pensa, ninguém quer saber das perguntas essenciais, da alma, das coisas que devem ser preservadas. Tudo cai no esquecimento e nenhuma acção o evitará. E mesmo eu serei nada mais do que zero, apenas mais uma peça do puzzle que não encaixa em sítio nenhum, que não se agarra a outra peça e se mantém colada para sempre. Não deixo, mesmo assim, de me importar com ela, de me agarrar com toda a força à sua alma. E seremos duas peças de puzzle desencaixadas mas sempre coladas.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Novo mundo

A noite veste-se de negro no mundo futuro, contaminando tudo com a isolação e o silêncio, o mundo perfeito, feito para todos e para a eminente destruição de todo o ser vivo que vagueia sem qualquer objectivo ou sonho nesta terra. As estrelas brilham nos céus poluidos de ruidos reservados ao Apocalipse, chegando a qualquer hora, abatendo-se sem piedade sobre a terra, reconstruindo o mundo para mais uma civilização condenada, mais um guerreiro que crucificará o seu senhor e nunca mais morrerá mas nunca vivendo realmente.
As árvores outrora verdejantes assumem o cinzento morto de toda a vida e oxigénio retirado delas, sacrifício para a melhoria de vida após a morte do seu ser, do seu deus, da alma do planeta agora preenchido de buracos e zonas mortas, corroídas de ódio e pecado. Mas estes seres não sentem, perderam a alma e deram a mente, apenas zombies que caminham, não constroem, não destroem, não amam, apenas odeiam, e, com todo o seu ódio, fazem tudo o que tem cor arder ou morrer lentamente na tortura do aprisionamento e retiramento da alma. Coração retirado para o ver bater e admirar o seu movimento.
Pedras caem do céu e esmagam toda a terra. O novo mundo começou a ser construido, os pecados e erros seram esquecidos. Os tambores de guerra tocam no fundo anunciando a chegada da morte, uma visão negra no Sol poente no horizonte. Os seus olhos brilham intensamente no meio de toda a escuridão que o envolta, o seu corpo, nada mais do que ossos, move-se lentamente à visão humana mas na realidade move-se mais do que alguma vez o planeta girará. Ele retira o manto de cima da sua cabeça e mostrar o sorriso de pura felicidade que cobre a sua face. Um novo mundo espera para crucificar a sua vida.

domingo, 18 de novembro de 2007

Feel

I feel you here. I fell that you hear my breathing, I hear yours. I can fell your touch, your hand in my chest feeling my heart beating and repeating the same words "Your heart is beating fast" and all I hear is "I'm afraid". I'll give you the same old answer "I'm here, with you, that's how I know that I'll die happy, it it happens to be now". You close yourself again because you know that I've touched deeper. I'll only continue it if you want me to. Control, power, life, gave it all away in a second just for a true smile in your face.
I don't want to wake up anymore feeling dependent to anyone or anything, I just want to wake up and be sure that you like me even a little, just enough for me to feel safe and to know that you're only mine. Selfish, I know. Possessive, maybe a little bit but it's all because I like you. Just a will for monogamy. And the words you write don't seem to have a meaning, your actions only raise the fears in my mind. Trying not to control, a mistake, one more sin, I back away into the closure where I fell safe, where I know that no one can see me cry in desperation. Tell me I'm wrong, show me you mean what you write, that your actions aren't reasons to feed my fears.
The black outside my window covers the world and the little lights always stand in the background waiting for a chance to shine more. But that black isn't as big as the black in my mind because that black covers my Universe, dysfunctional and incorrect, once and always self-destructive. I'll seek in the cloudy sky a void where your star shines and see in it the comfort and confidence, acknowledge that I'm not another passing phase. And words, they seem to be nothing at all. Make me feel, once again.

sábado, 17 de novembro de 2007

Encanto lunar (verniz preto II)

Observa as crianças a brincarem na rua inocentemente, não cientes da guerra que se dá mesmo ao lado deles, das almas perdidas que os vigiam, que planeiam a sua morte com vinganças, nada mais do que peças num jogo de xadrez, controlados por mim e por ti. Repara no sorriso das crianças nas suas faces, dos olhares de felicidade, de todo o bom à sua volta, aquela barreira frágil que os envolta, a mesma que será morta pelo tempo, a que está neste momento a suportar o terror da realidade e da morte.
Vê os tanques em movimento, esmagando tudo na sua frente, sem piedade, sem consciência, frio, sem alma, avançando em direcção às crianças, lentamente, tão lentamente quanto o vento sopra nas tardes de verão. Fé morrendo lentamente, deixando os corpos para desvanecer no ar, cobrindo tudo. E tudo devido à tua miséria, pintada por ti, preenchida de cinzento até nunca mais parecer o que outrora foi. E os tanques mantêm o seu caminho, frios como sempre, pintados de branco para ilusão do ser desprevenido, mais uma vitima do teu encanto lunar. As flores desaparecem no chão pisado pelo tanque.
Escondo-me no canto, tapando-me com a escuridão, a minha amiga, o meu sinal de insanidade, tentando não ver o ódio e a sede de vingança nos teus olhos. Esse olhos que outrora foram inocentes e preenchidos de felicidade. Mas tudo morreu, o teu mundo colapsou, tudo que amavas e tudo o que acreditavas nunca mais voltou, nunca mais verás ou sentirás os sentimentos essenciais ao calor humano. Não estás sozinha nesta solidão de alma, no negativismo que se formou dentro de ti pelos pecados do tempo. E foste tu que me salvaste de permanente condenação, simplesmente ao existires.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Cheiras a leitinho

Estava no outro dia muito bem perdido no meu sono quando pensei "e se a radioactividade fosse geneticamente transmissível?". É que existem pessoas que cheiram mesmo muito mal e que a única explicação que encontro para tal é que ou a casa é feita de lama (incluindo a mobília) ou nasceram com radioactividade nas hormonas. E agora vocês perguntam, o que é radioactividade? Bom, se dividirmos a palavra em dois, a explicação lógica seria de qua radioactividade é a actividade de um rádio. Não neste caso. Neste caso é mesmo o sentido puro da palavra.
Propriedade que corresponde à desintegração espontânea efectuada por átomos de certos elementos instáveis que se transformam em átomos de outro elemento, acompanhada de emissão de radiação. Thanks to http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx
O pior no meio disto tudo é que essas certas pessoas não pegam fogo (foi tentado mais do que uma vez, não por mim). Já não chega o mau cheiro que deixam no ar, notado até pelas pessoas mais insensiveis (colegas), criticado até por pessoas que são sensiveis ao ponto de se calarem quando estão irritadas (professores). Faziam um favor à humanidade e desapareciam. Ou tomavam banho e mesmo assim desapareciam.
Mudando de assunto para um mais agradável. É mesmo a expressão "cheiras a leitinho". A expressão mais usada na mesa de matrecos da 2ª escola mais chuladora do país (em 1º está outra qualquer que não me apetece pesquisar). É mesmo usada quando não se consegue ganhar aquelas malditas pessoas que parecem que põem cola nos pés dos jogadores e conseguem ser ninjas rematando dez mil vezes no espaço de um segundo até que a bola entre na baliza. Nem os olhos acompanham quanto mais as mãos. E também existem aquelas pessoas que rematam com mais força com os defesas do que eu a fazer roleta com o guarda-redes. É frustrante e, acima de tudo, mais um motivo para me dedicar à pesca.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Casulo

O retrato pega fogo, todas as memórias, lembranças que foram dadas como herdança, matando a crença e o cepticismo, matando o raciocínio que faz o ser, que cria o poder interior. Pregado a uma parede, o retrato morre lentamente e a nossa imagem desaparece nas águas profundas onde as ondas submergiram para nos acompanhar lentamente para o fundo escuro, onde a solidão domina, onde o paraíso se torna realidade e mesmo lá eu vou agarrar-me a ti para que nunca tenhas medo e para que nunca me deixes.
Não sei se devo sorrir ou se devo ausentar-me mais um bocado, não tenho palavras que sirvam para descrever o que me por dentro. Isolas-te no teu casulo, não querendo libertar a borboleta no interior, porque o medo domina o cérebro e a dor conquistou o coração, esse tal que eu toquei uma vez mas que se está outra vez a congelar. Sinto o frio das tuas palavras direccionadas a mim e baixo a cabeça, apenas com o pensamento de que poderei ter-te perdido para sempre. Tudo isto devido a esta maldita insegurança que também cresceu com o tempo. E o negativismo apodera-se.
Mato o oxigénio com o doce respirar, contamino tudo à minha volta, matando a alegria, matando a felicidade. E deixo tudo ao cargo de palavras pois são apenas estas que podem melhorar algo. Sinto o vento mudar de direcção, de se elevar e a desaparecer, a deixar de me empurrar na tua direcção. E então penso, és tu quem controlas o vento. Melhor, és tu própria a vontade do vento. A rebelião desaparece para dar lugar à ausência, demasiado sentida e torno-me demasiado sentimental, demasiado carente para ti. Então voltas a desaparecer, para as sombras do teu casulo onde domina a isolação.

Retrato

Responde às minhas perguntas porque não sei o que significa o teu silêncio, que mensagem subliminar me deixas quando te afastas, quando me empurras, quando me viras as costas mais uma vez deixando-me sozinho no meio da rua a esforçar-me para não correr atrás de ti e te forçar a dizer-me uma palavra, a cruzar um olhar que seja, de ódio ou de afecto. Mas espaço te prometi, esse espaço te vou dar nestes tempos desestabilizados. Sei que não és minha, que não sou teu dono, nem que tenho o direito de te controlar e manter presa à tua casa a toda a hora. E sei que não é isso que te perturba, tal como sei que os teus sorrisos são falsos, feitos apenas para esconder a vergonha no interior.
Doi-me a alma só de pensar que poderás estar a escapar-me, que já não me queiras perto de mim. Por isso, sento-me e espero, escrevo algo mais, palavras, letras conjuntas que acabam sempre num narcisismo amaldiçoado, duradouro, nascido com este corpo inútil e alma fútil. Anarquia dos sentimentos, vindos do nada, talvez vindos das palavras trocadas, acções e pecados cometidos em conjunto. Agora mantenho-me em dor no silêncio, aquele mesmo que me deste, aquele que eu tento tirar-te com perguntas seguidas de perguntas enquanto as cartas caem na mesa e o jogo continua. Assustaste-te? Foi o meu aniversário um dia que desejaste com demasiada força que acabasse cedo? Até agora a minha mente explora essa hipótese, mais do que as outras.
Os olhos desfocam a visão do caminho à nossa frente e não sinto a tua mão agarrada à minha...

terça-feira, 13 de novembro de 2007

A morte do autor

Não existem palavras, não existem leis. Apenas consciências fechadas perante o medo de penetrar no prazer, de ver a luz no fim do túnel, onde a escuridão e a cegueira dominam, em união e concordância, escapando à redundância da realidade e mostrando apenas as fantasias. Protegendo a porta para a alma, onde a verdade se esconde, onde a morte é a certeza da existência, a razão e o próprio Universo concentrado em si e sempre envolto de penumbra, retirando as energias para centrar a leitura da mente na conversação.
As marés mudam de direcção conforme a Lua se esconde ao olhar, tímida ou temerosa de que algo venha a poder tirar-lhe a pureza que a faz brilhar, a força para esconder ou recolher os raios de Sol, deixando isolada a inocência e a solidão. Solta-se o véu da parede e revela-se o segredo, o arrependimento, a maldição que te fazes sentir. Os quadros pendurados caem e partem-se no chão, espalhando vidro que cicatrizam o chão, que fazem sangrar, que trazem dor nesta auto-degradação.
A inspiração morre e o autor deita-se no chão, sangrando, pensando no ontem e no que nunca vai ser o amanhã, apercebendo-se que a morte não é nada mais do que um fragmento da alma, essa que constitui a realidade, que constrói os sonhos, que amaldiçoa mas que também arranja forças para perdoar e deixar aproximar, apenas para voltar a afastar pouco tempo depois. Leve luz que brilhas no escuro, guias o morto para o vazio, para o nada, para a sua eterna jaula onde o aprisionas e lhe dás prazer. Tortura-o, revive-o mais uma vez para lhe sugar o que lhe falta, a esperança da ilusão.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Excadescere amore (lacrima)

A isolação já começa a controlar a mente, bloqueando as imagens de ti. As lágrimas parecem secas e sem sentindo e o teu ódio e sede de vingança apenas diminui, substituido pela vontade de morrer, desaparecer e deixar maldição para sempre. Mas encontro em ti aquilo que queria, a única réstia de esperança e vontade de continuar a caminhar, o teu calor e amor humano que preservaste num canto da tua alma escondido e muito escuro. Então um sorriso aparece e ilumina aquilo que resta de mim. Então sento-me e espero.
De noite, os corvos cantam para ti. Dizem-te para onde caminhares, onde me encontrares, onde reviveres. Os anjos mantêm-se perto de mim, sempre perto de mim, com aquela expressão de dor e com pena nos olhos melancólicos, quase a chorar. Tentam aproximar-se mas sinto o medo deles, o receio de que o pior de mim possa vir ao de cima e que volte a ser o sanguinário que antes fui, o assassino de reis e rainhas apenas pelo prazer, apenas pela tortura. Até te encontrar, uma princesa, perdida no seu jardim, procurando uma rosa para por no cabelo.
Perdida na altura, concentrada na tua procura e não na tua localização, nunca olhaste para cima, nunca me viste a contemplar a tua beleza ao luar, escaldante e vermelha aos meus olhos. Estavas, então, coberta por um vestido branco de cetim, algo puro e pacífico, talvez uma das muitas coisas que acalmou o meu instinto e me deixou aproximar-me de ti, abrir-me para conheceres o monstro que reside no interior. O teu cabelo, preto como a noite que faz cerco a todas as estrelas, soltava um reflexo da luz da Lua que me cegou por momentos. E os teus olhos, verdes, perseguindo todos os ramos, todos os arbustos, a natureza em si, tentando encontrar a tal rosa.
Movimentava-me nas sombras e mesmo assim não reparavas nos rastos e pequenos barulhos que fazia. Olhei para ti e contemplei mais uma vez a tua beleza, inspirando-me a colher a rosa branca que tinha aos meus pés. Uma rosa, pura tal como tu, branca como o teu vestido, escolhida especialmente para ti, para tua felicidade. Então deitei um pouco mais de mim quando me piquei lá e deixei o sangue escorrer para as pétalas brancas. Esperei então por ti, estendendo o braço com a rosa branca para te oferecer, com um sorriso que não conseguia evitar ter na face, por mais que o tentasse esconder. Os olhos encontraram-se e o tempo parou, tudo congelou à nossa volta e a rosa foi a única coisa que se movimentou, de mão para mão. E na tua mão ficou quando correste de volta para o teu palácio, corada e desprotegida. Desde então te amei.
E agora olho para as lágrimas no chão que mostram o meu reflexo. Percebo que estarás ao meu lado, para sempre. É essa a tua verdadeira maldição.

Foo Fighters - Stranger Things Have Happened (Lyrics)

Goddamn this dusty room,
This hazy afternoon,
I'm breathing in the silence like never before,
This feeling that I get,
This one last cigarette,
As I lay awake and wait for you to come through that door,
Oh maybe, maybe, maybe I can share it with you,
I behave I behave I behave so I can share it with you.

You are not alone dear loneliness,
You forgot but I remember this,
So stranger, stranger, stranger things have happened I know,
I'm not alone dear loneliness,
I forgot that I remember this,
so stranger, stranger, stranger things have happened I know, oh ohh, oh ohhh.

You'll dream about somewhere, a smoke will fill the air,
As I lay awake and wait for you to walk out that door.

I can change, I can change, I can change,
but who you want me to be?
I'm the same, I'm the same, I'm the same, what do you want me to be?

You are not alone dear loneliness,
You forgot but I remember this,
So stranger, stranger, stranger things have happened I know oh ohh, oh ohh.

I'm not alone dear loneliness,
I forgot that I remember this,
You're not alone dear loneliness,
You forgot but I remember this,
Oh stranger, stranger, stranger things have happened I know.

I'm not alone dear loneliness,
I forgot that I remember this,
Oh stranger, stranger, stranger things have happened I know oh ohh, oh ohh, oh ohhh.

E elas não choram mais (tradução pedida pela My_Little_Moon)

Isolação ou medo? Apenas uma ideia ou uma percepção. Deprimido ou solitário? Não interessa, é tudo a mesma coisa estúpida, ideias inúteis em cabeças vazias. Continua a andar no caminho da auto-destruição até que a sombra do Sol te encontre. Resposta ou negação à afirmação nunca dita, nunca perguntada, nunca é a existência dos condenados. E a tua dor torna-se o meu prazer, a fonte de todo o meu ego, a alegria e esperança desta vida de auto destruição que é a minha.
Observa os corpos a voar e os carros a tornarem-se num monte de lixo, as nuvens negras que preenchem o céu com poluição e ódio, destruição ou detoriamento, a sétima maldição desta deusa construida pelas pessoas, a morta e cinzenta terra mãe. Não existem mais sorrisos nas faces das crianças, não existem mais brisas de verão no cabelo fresco, pintado de branco pelo assassínio da terra que estás a pisar. Raiva ascendente mostrando o detoriamento da neve que cai, ácidos que queimam a pele mas nunca fazendo sentir a dor. Zombies, a população.
Contempla o sol ascendente no horizonte, vê as cicatrizes na face do teu deus, a criação da destruição que ele deu para as tuas mãos. E tu mantes-te-a bem guardada, destruindo esta terra, trazendo mentiras e enganos para as mãos e olhos das crianças. E elas não choram mais. Elas apenas jogam com as sombras e a loucura, tiraste-lhes as suas almas, a sua inocência, a sua diversão, a sua vida e trocaste tudo isso por apenas um sorriso, um sorriso morto na tua cara azeda.

And they don't cry anymore

Isolation or fear? Just an idea or a perception. Depressed or lonely? Doesn't matter, it's all the same stupid thing, useless ideas in empty heads. Continue to walk on the path of self destruction until the shadow of the sun finds you. Response or denial to the affirmation never told, never asked, never is the existence of the damned. And your pain becomes my pleasure, the source of all my ego, the joy and hope of the self destructing life that I'm leading.
Watch the bodies fly and the cars be turned into one pile of disposable garbage, the black clouds that fill the sky with pollution and hate, destruction or decay, seventh curse of this people's built god, the dead and grey mother Earth. No more smiles in the children's faces, no more summer breeze in the cold hair, painted white by the murder of the ground that you stepping. Rising anger showing the decay in the falling snow, acids that burn the skin but never feeling the pain. Zombies, the population.
Contemplate the rising sun in the horizon, see the scars in the face of your god, the creation of doom that he gave to your hands. And you've kept it safe, destroying this Earth, bringing lies and deceive to the hands and eyes of the children. And they don't cry anymore. They only play with the shadows and madness, you took away their souls, their innocence, their fun, their life's and traded all of it for just one smile, one dead smile on your bitter face.

Slaughter (queda dos anjos e ascensão dos demónios)

És tu que me ocupas a mente, és tu que me fazes sorrir. E escrevo letras já antes escritas, coisas que se anunciam e que desaparecem sem deixar rasto. Vejo, pelas sombras, que a hora é tardia e que tens de voltar ao refugio da tua isolação, enganando o medo, enganando o afecto. O tal que sinto por ti a toda a hora e que me faz dizer disparates e começar discussões.
A madrugada vai já a meio e palavras são tudo o que me saem dos pensamentos. Desejos, esses são aqueles que fazem a imaginação existir e os pecados ocupar a consciência. Ataque à solidão e indiferença do ser, repondo às questões que se precipitam na minha cabeça e que me obrigam a escrever para aliviar a dor. Sem sentido repetir o nunca dito ou pensado, possui-me de modo a que controles a minha mente e corpo e que deixes a minha alma escapar pois essa estará sempre ligada à tua pela relação de afecto.
De olhos fechados, ignorando a existência de algo mais no meio, abraço-te na noite fria para que o teu coração não congele e me permita o mais ínfimo toque para o sentir bater, para saber que és mais do que uma ilusão, mais do que um sonho. E agarro a tua mão com força para que as promessas sejam mais do que palavras ditas sem qualquer objectivo.
Oiço o vento soprar lá fora, é o som do esquecimento e o preenchimento do vazio. E agarro-me ao nada para me trazer de volta à realidade.

Voltage

Passa-se um dia e outro, o Sol mantém-se quente e a anomalia no ar faz-se sentir. Enquanto acompanhado pela doce melodia que me preenche os ouvidos, é a tua visão que me preenche a mente. Mas não passa disso. Então mantenho-me sentado a ouvir a melodia porque sei que agora não é a hora que me vais ver. Espero ansiosamente pelo passar do tempo pois sei que, com ele, a tua visão tornar-se-à realidade. E parece que não penso em nada mais. Até parece errado.
O tempo passa, a melodia morre dando lugar à surdez monótona e o silêncio amaldiçoado com a eterna interiorização da alma. E então procuro-te, como já o fiz tanta vez antes, porque sei que, se não te procurar, tu também não me encontrarás. Odeio-me por isso. Por ser o fraco que não sabe resistir à tentação de ver a tua face sem que sejas tu a demonstrar o mínimo de afecto por mim. E já te disse mais que uma vez, a minha insegurança não me deixa ficar quieto. Quando finalmente te encontro, olhares de ódio ou de inveja voltam-se para mim. As tuas sombras desprezam-me como tu o pareces fazer tantas vezes. Mas fico indiferente e sentado num canto à espera que tu venhas até mim e me tires as gotas da cara.
Vejo que te aproximas e que a expressão nos teus olhos é vidrada, vazia. Bates-me pelos pecados de outros contra a tua alma, deitas em mim aquela morte do ser, aquele peso que carregas e a vontade de aleijar, de deixar marcas. E, por mais palavras que te diga, a tua mente mantém o mesmo pensamento. Apenas tempo te posso dar para veres que há mais que isso, que eu não sou o teu passado. Apenas tempo e espaço que precisares, que nunca me pediste directamente mas que o desejas tão profundamente. Morre triste fraqueza da emoção.

sábado, 10 de novembro de 2007

Meu sedere

Sedere totu, totu illu meu sedere

Ópio

Cai o pano e tudo fica claro, todo o mundo explicável, todos os significados ao nosso alcance mas a vida continua a matar, o poder fica completamente diluido na ilusão do sabor amargo do teu sangue enquanto tu repousas na cama descansando de toda a dor e injecção de realidade que te passou pela frente dos olhos, cheios de lágrimas, invadindo a tua mente e lá criando raízes de ódio. Deixa o sabor da tua flor no ar, deixa-me enfeitiçado pelo esquecimento de toda a vida e criação, as mentiras, as traições, a liberdade sempre condicional e nunca completa da alma. Apenas trazida pela tua morte. Tu, que controlas e manipulas, que enganas e obrigas tudo e todos a fazerem aquilo que desejas apenas pelo teu prazer.
Aproxima-te do abismo e vê a escuridão que controlas, aquela que consegues possuir, assumindo a sua forma e contexto e alterando toda a distorção da realidade e envenenando as jovens mentes com ilusões e sonhos, esperanças de algo melhor nunca existente, nunca por ti ou por outro criado. Cortas a pele e rasgas almas, apenas para que a tua dor e raiva interior seja liberta como o veneno da sociedade, dores trazidas por memórias, lembranças nunca agradáveis que decidiste preservar na tua mente para que podesses magoar mais. Deixa sonhar uma vez para que nunca mais sonhe. Acende uma vela no meio de toda a vastidão e vazio que me fazes sentir no interior, pois esse é o teu veneno que me corre nas veias, aquele mesmo que tu és.
Afia a lâmina letal, a tua espada, os picos na tua flor que me fazem sangrar quando a seguro para dar alguém a cheirar. E és viciante, não queres que te largue, apesar da dor e apesar do sangue que tornas amargo. Caminho contigo na mão, o teu servo mais obediente, o infinito que responde mas nunca obedece mas não parando de ser manipulado, um escravo ao teu veneno.

Lágrimas de arrependimento

Palavras repetidas, significados mortos ou esquecidos, o vento leva as sombras que assombram esta casa, envolta da penumbra, o cinzento duradouro do nevoeiro que me agrade e que sempre esteve na minha mente. O mistério é contido dentro da alma, nunca se abrindo, nunca recebendo ou dando o mínimo de calor existencial, aquilo que nos faz humanos e que nos distingues de todas as almas perdidas que andam por aí à procura de uma saída, duma salvação, de uns braços abertos, de esperança. E volto a dizer as palavras que já disse milhões de vezes antes. Sussurro ao teu ouvido.
A noite já é mais do que uma mera criança e tu já não tens idade para andar a brincar com a inocência e realidade dos outros, manipulando, enlouquecendo, esquecendo tudo o que é essencial para ti ou para aqueles à tua volta. E respondes rudemente às palavras carinhosas que te são dirigidas, afastas a mão que se aproxima para te consolar, o abraço que assinala um compromisso de amizade eterna, entre os fogos do Inferno ou a dor da ultima salvação descendente do céu. E a chuva aparece como que uma forma de represália aos teus sentimentos, pensamentos ou palavras, mostrando as lágrimas que caem da tua face, lágrimas de arrependimento.
Cais no isolamento porque achas que é uma forma de nunca mais te magoares, de nunca mais sofreres os erros dos outros. Mas a vida é um segredo e é um erro que tu não pediste para cometer, apenas tens de te adaptar e contornar tudo o que parece ser a saída porque a única saída está longe de ti, nunca ao teu alcance.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Excadescere amore (sentire)

Oiço os teus gritos nocturnos que iluminam os céus como que uma lanterna à procura da sua estrela de sorte, sinto as lágrimas que te caem na face, gotas de água que agitam os mares e que fazem chover nesta terra seca e amarga, um país de areia e mortes. O sangue que te corre nas veias não é teu, é daqueles que amaldiçoaste, daqueles que torturaste, daqueles que mordeste condenado-os a uma vida eterna de desgraça e dor. Mas a tua mágoa e sede por vingança acaba por te tornar mais poderosa que qualquer um deles, não criando um receado interior de perseguição ou tentativa de vingança.
A Lua ilumina o caminho para os condenados e tu mesma persegues esse caminho, recebendo o calor da tristeza que se vê na tua cara. Sento-me algures entre casas para disfarçar a minha vergonha, tapo-me para que o calor me torture porque nada mais mereço do que a tortura da vida depois do que te fiz, depois daquilo a que te transformei e da mágoa que te fiz sentir. Escrevo no vento as palavras que sempre te disse e que agora necessito cada vez mais dizer pois sinto-as cada vez mais fortes à medida que fujo para mais longe de ti. E a areia mantém congeladas as gotas que me caem da cara para ti apenas para tu veres por onde passei, um rasto de miséria.
Fujo por entre sombras, deixo para trás bocadinhos de mim porque, por dentro, ainda tenho esperanças de que me vás encontrar e amar uma vez mais em vez de satisfazer essa vontade de vingança que te possuí. Ou mesmo talvez porque ainda quero ver a tua face uma vez mais. Continuo a fugir.

domingo, 4 de novembro de 2007

Junção (Disclosure for both)

Acto Um (o início):

Escondes-te na sombra do teu destino, envergonhada do que és, envergonhada daquilo que te tornaste. Um anjo sem asas, sempre envolta de sombras e mistérios, mentiras e falsidade que te fazem crescer aos olhos da condenada humanidade. Vital a tudo o que és ou persegues, tornas-te cega à dor existente e palpável à tua volta, sentido apenas aquilo que a tua mente produz e não aquilo que a tua alma te diz. Ficaste surda aos gritos que lanças durante a noite, fazendo eco na tua cabeça, ignoras-te quando queres toda a atenção centrada em ti. Perdes-te em ti e encontras nos outros a desconfiança necessária. Fazes a mentira nascer da verdade dita da boca dos outros, inaudível mas esmagadora, trazendo-te abaixo, aumentando o teu ego e consumindo a tua força interior, o fogo eterno.

Acto Dois (a luta):

Sat in the darkness, I'll take control, I'll seek the truth in your tears, I'll seek the pain in your blood, I'll find the will to kill in my hands. Death hunts us in the start of the night, the sun setting over the hills and you become a shadow in the top of the monolith with one hand on your chests and another holding a black rose. It makes you bleed. Your blood is your calling, unable to be heard by anyone else but me. Hurting myself for the love of the longest sorrow, being a slave of the lost souls, the ghost of you by my side, slowly controlling and manipulating me, taking my mind into your vision. Distance works for both, it's the curse brought upon us to console in the rain and shadows, in our dark rooms when we're together in loneliness. It's our curse to eternity. Hell awaits us, the blazing fire that heats the red water for our never-ending torture. Listen to the music in the background, notest that the lyrics are about us.

Acto Três (revolução):

Desfolhando o livro da morte, a escritura penal de todas as almas, sentindo o poder nas minhas mãos, não conseguindo controlar a vontade de matar que cresce por dentro. E a alma, essa pinta-se de preto para disfarçar a sua transparência, protegendo-se do todo e do nada, receando qualquer movimento no ar, propenso à queda momentânea dos objectos suspensos pela mente. Obcecado ou louco pelas palavras nunca ditas, nada mais do que emoções, sentimentos provenientes das almas perdidas para as profundezas escuras do abismo do Inferno. Respondo aos teus pensamentos com ignorância aos teus desejos e aí fazes-me pecar contra mim próprio, derrubando este muro que construía com o tempo à volta do meu coração. E tempo é tudo o que é necessário para sentir que o sangue é amargo, que tudo mudou e que nós continuamos os mesmo idiotas que não têm salvação ou escapatória de nós mesmos. É isso que procuras? Esperas que eu seja uma escapatória ao engano e à solidão. É isso que tento ser, tanto que até te deixo controlares-me no meio de todas as árvores. Talvez até tento demasiado. E quero que isto seja mais do que passageiro, quero que isto seja real, na dor e no prazer, até na conjunção de ambos. E entrego-me a ti para tua felicidade.

Acto Quatro (restauro):

Departed souls have left you talking to the walls, answering to questions never made but thoughts of the trees and leafs. You've made me fell, above all, something of the soul, something true and honest, without deceptions or codes, just games of excitement and slavery. And you made me see that that garden is special, above all, it made you feel nostalgic. Remember the past and try to bring it to the present. Then, when you think that you're ready, let me be the rest of your life. Written all the lines, left the anger behind, it males you fell pleasure, do you feel any safer when I'm around? I hear your breathing, it is quick and I know that you're afraid. I'll try to comfort you in those occasions, I'll try to be your support and tell you that everything's alright, that I'm here and it's safe. Will you trust me then? Squeeze my hand a little harder if it makes the fear go away. I'll be your guide and your protection, I'll be your eyes when you're blind, I'll be by your side until you don't need me. Then you'll crush my heart into little bits.

Acto Cinco (escolhas de autor):

E dizer que tenho saudades tua não chega, dizer que dias são apenas horas e que horas passam depressa não mata a saudade. Porque fiquei viciado no teu cheiro, no prazer que me dá a tua companhia, os jogos mentais que fazes comigo. E então vês-me as feições e percebes finalmente as imperfeições, a parte que falta remodelar para que este monstro consiga disfarçar a alma presa no interior. Alguém se esqueceu de me acabar. E recebo a tua dor de braços abertos, deixo de ser o teu jogo preferido devido à teimosia do meu carácter e percebo que nunca vou ter a paz que preciso, apenas ocasionais momentos de felicidade de que necessito. Agora instala-se o silêncio pré-anunciado por vozes nunca ouvidas ou ignoradas, controladas ou manipuladas por servos de ignorantes e cegos à dor alheia, a mesma que se instalou sobre mim hoje. Respondo ao ar que tudo isto não é nada mais que a minha escola, e escolhi-te a ti porque representas algo em mim, porque te tornas-te o espelho o reflexo de mim próprio. E serás tu a diferenciação entre a minha perdição e a minha salvação.