Palavras repetidas, significados mortos ou esquecidos, o vento leva as sombras que assombram esta casa, envolta da penumbra, o cinzento duradouro do nevoeiro que me agrade e que sempre esteve na minha mente. O mistério é contido dentro da alma, nunca se abrindo, nunca recebendo ou dando o mínimo de calor existencial, aquilo que nos faz humanos e que nos distingues de todas as almas perdidas que andam por aí à procura de uma saída, duma salvação, de uns braços abertos, de esperança. E volto a dizer as palavras que já disse milhões de vezes antes. Sussurro ao teu ouvido.
A noite já é mais do que uma mera criança e tu já não tens idade para andar a brincar com a inocência e realidade dos outros, manipulando, enlouquecendo, esquecendo tudo o que é essencial para ti ou para aqueles à tua volta. E respondes rudemente às palavras carinhosas que te são dirigidas, afastas a mão que se aproxima para te consolar, o abraço que assinala um compromisso de amizade eterna, entre os fogos do Inferno ou a dor da ultima salvação descendente do céu. E a chuva aparece como que uma forma de represália aos teus sentimentos, pensamentos ou palavras, mostrando as lágrimas que caem da tua face, lágrimas de arrependimento.
Cais no isolamento porque achas que é uma forma de nunca mais te magoares, de nunca mais sofreres os erros dos outros. Mas a vida é um segredo e é um erro que tu não pediste para cometer, apenas tens de te adaptar e contornar tudo o que parece ser a saída porque a única saída está longe de ti, nunca ao teu alcance.
1 comentário:
Ai meu Deus :o
Tu tocas mesmo cá no fundo!
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