A noite veste-se de negro no mundo futuro, contaminando tudo com a isolação e o silêncio, o mundo perfeito, feito para todos e para a eminente destruição de todo o ser vivo que vagueia sem qualquer objectivo ou sonho nesta terra. As estrelas brilham nos céus poluidos de ruidos reservados ao Apocalipse, chegando a qualquer hora, abatendo-se sem piedade sobre a terra, reconstruindo o mundo para mais uma civilização condenada, mais um guerreiro que crucificará o seu senhor e nunca mais morrerá mas nunca vivendo realmente.
As árvores outrora verdejantes assumem o cinzento morto de toda a vida e oxigénio retirado delas, sacrifício para a melhoria de vida após a morte do seu ser, do seu deus, da alma do planeta agora preenchido de buracos e zonas mortas, corroídas de ódio e pecado. Mas estes seres não sentem, perderam a alma e deram a mente, apenas zombies que caminham, não constroem, não destroem, não amam, apenas odeiam, e, com todo o seu ódio, fazem tudo o que tem cor arder ou morrer lentamente na tortura do aprisionamento e retiramento da alma. Coração retirado para o ver bater e admirar o seu movimento.
Pedras caem do céu e esmagam toda a terra. O novo mundo começou a ser construido, os pecados e erros seram esquecidos. Os tambores de guerra tocam no fundo anunciando a chegada da morte, uma visão negra no Sol poente no horizonte. Os seus olhos brilham intensamente no meio de toda a escuridão que o envolta, o seu corpo, nada mais do que ossos, move-se lentamente à visão humana mas na realidade move-se mais do que alguma vez o planeta girará. Ele retira o manto de cima da sua cabeça e mostrar o sorriso de pura felicidade que cobre a sua face. Um novo mundo espera para crucificar a sua vida.
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