O corvo abandona o seu ramo, observando de longe a presa prestes a desistir da sua vida,
Recusa-se a voar para o desconhecido pois sabe que há luz além do horizonte,
Entrega o seu sangue à Lua como sacrifício à alma do homem moribundo que jaz ali perto,
E os seus olhos, negros, são a visão de ódio face a uma morte desconhecida.
Todo o erotismo deixado para trás, a escuridão torna-se numa prisão,
O alto mar trás as recordações de crianças perdidas para todo o sempre mas ainda seres superiores a nós,
A alma torna-se um refúgio às memórias deixadas para trás, dores negligenciadas,
E todos os humanos, licantropos sobre a luz da Lua, deixados para trás como seres malditos.
No culminar da sua juventude, o licantropo derrotado segue para floresta,
Observa os olhos da morte através do corvo, desejando a ponta de sangue oferecido como sacrifício,
O amor da jovem já não era nada mais que um sonho e assim se lançou,
Braços abertos ao vento que trazia consigo a foice da morte e que levava o seu último suspiro.
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